O assunto é de tal relevância que pode comprometer a frequência dos alunos, o crescimento da Escola Dominical e por consequência da igreja, e afetar inclusive a saúde espiritual.
Carlos Alberto Menezes Costa
Durante todos estes anos frequentando a Escola Dominical, observamos um fato que nos preocupa sobremaneira, trata-se do que denomino de “Fenômeno da Fuga”, é um fenômeno que faz com que alguns professores releguem a segundo plano o assunto proposto na lição bíblica, divagando em assuntos outros.
Nosso argumento não visa apontar defeitos ou erros, nossa crítica é construtiva, na medida em que busca um caminho para o melhor desempenho do professor à frente de sua classe, de maneira que o conteúdo seja explorado ao máximo, e que a classe seja edificada e alimentada verdadeiramente pela Palavra de Deus.
Não obstante, seminários, palestras, cursos intensivos, reuniões de orientação, tal fuga da lição é real, as causas são as mais diversas: desde o preparo insuficiente do professor durante a semana; ausência de planejamento, esforço e dedicação. O que acaba gerando naturalmente uma aula abaixo do rendimento esperado, impedindo que os objetivos sejam alcançados.
A ausência de foco, de meta e objetivos na consecução da exposição da lição, acaba por afetar centenas e milhares de alunos, que se veem afetados todos os domingos pela má qualidade da aula ministrada por uma parte do corpo docente (logicamente que não estamos generalizando, seria imprudente e pouco inteligente).
Por outro lado, chama a atenção igualmente, que a lição seja produzida de forma a proporcionar facilidade no trato e manuseio, a própria estrutura da lição aponta para uma didática simples e descomplicada, de maneira a facilitar o seu uso.
Então, o que ocorre em nossas manhãs de domingo e que tem comprometido o alcance dos objetivos da lição estudada? Qual análise realizar para detectarmos o cerne da questão e corrigirmos as falhas existentes?
Esse assunto é de tal relevância que pode comprometer a frequência dos alunos, o crescimento da Escola Dominical e por consequência da igreja, e afetar inclusive a saúde espiritual do povo de Deus.
Nosso olhar deve estar voltado para essa realidade e devemos não apenas observar, mas buscar alternativas e soluções que possibilitem uma mudança na abordagem daqueles que se utilizam dessa ferramenta poderosa, que é a Lição Bíblica.
Considero esse fator como preponderante para uma Escola Dominical dinâmica, cheia do Espírito Santo, que cresce na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Se falharmos na correção desse ponto nevrálgico, podemos perder alunos em função de em vez do foco no conteúdo da lição, focarmos em opiniões, achismos, estórias diversas e tantos outros artifícios, no intuito de ocupar o lugar sagrado da Palavra de Deus na sala de aula das nossas Escolas Bíblicas Dominicais.
Talvez a baixa frequência e o desinteresse de alguns alunos esteja justamente nesse ponto, o de mesmo que inconscientemente estarmos desprezando a Palavra de Deus, aliás, é ela que alimenta, sustenta, edifica e aviva a obra do Senhor nas nossas vidas, ela nos impulsiona, nos fortalece nos ajuda, e nos socorre em tempos difíceis.
Acredito que tais professores não agem assim de forma deliberada, mas de forma inconsciente, sem perceber o prejuízo que isso pode causar para a Igreja.
Que possamos nos voltar para a essência do Evangelho, notadamente para o que está planejado e organizado antecipadamente para cada domingo. Não cabe a nós professores sairmos pela tangente esquecendo o conteúdo proposto por quem estudou, e se empenhou em escrever a lição para o trimestre. Assim:
a) cabe-nos orar, por discernimento espiritual;
b) estudarmos a lição em seus pontos, destacando a ideia central de cada texto;
c) em caso de dúvidas devemos dirimi-las antecipadamente, lendo a lição quantas vezes forem necessárias até a sua completa compreensão;
d) “Respirar” o assunto durante a semana, reservando um tempo para estudá-la todos os dias;
e) realizarmos a aplicação prática dos itens e assuntos propostos;
f) Nos humilharmos em oração e jejum rogando a Deus que o Espirito Santo ilumine nossas mentes para que possamos ministrar a lição sob a direção e unção do Senhor, de maneira que sejamos compreendidos por aqueles que nos ouvem;
g) Pedir a Deus, graça e jamais entrarmos na sala de aula, sem o devido preparo durante a semana que precede nossa exposição bíblica.
Acredito que assim, esse ponto importante possa ser equacionado e consequentemente o interesse dos alunos seja avivado, o crescimento das classes e por tabela da Escola Dominical seja visível, e o nome do Senhor glorificado.
“Viste um homem diligente na sua obra? Perante reis será posto; não será posto perante os de baixa sorte” (Pv 22:29).