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Vila Velha

A coragem do Apóstolo Paulo diante da morte

EM FOCO

Manoel Coutinho Pimentel Júnior
Manoel Coutinho Pimentel Júniorhttps://searanews.com.br
Bacharel em Teologia, formado pela Escola de Educação Teológica das Assembleias de Deus – EETAD, Pastor Auxiliar da Assembleia de Deus da Graça – Ministério Ibes - ADIBES, Vila Velha, ES. Atuou como Superintendente da Escola Bíblica Dominical do Campo ADIBES por 19 anos, onde foi reconhecido em três matérias na revista Ensinador Cristão, CPAD. Atualmente é professor da Escola Dominical, possui um canal no YouTube chamado EBD VIVA com o Pastor Júnior Pimentel, nome pelo qual é conhecido.

“O Apóstolo Paulo: As Lições de Vida e Ministério do Apóstolo dos Gentios Para a Igreja de Cristo”

“E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal” (2 Co 4.11)

“A coragem do Apóstolo Paulo diante da morte” é uma lição muitíssimo séria e interessante, pois o Espírito Santo já o preparava por meio de profecias como estudaremos aqui, o que aconteceria com ele em Jerusalém. Este homem de Deus, já havia se manifestado a respeito deste assunto há algum tempo e sabia muito bem o que o esperava logo mais à frente, mas mesmo assim, não titubeou, continuou firme no seu propósito, pregar o Evangelho de Cristo até a morte.

Indubitavelmente constatamos que o Espirito Santo preparou o Apóstolo Paulo e da mesma forma também nos prepara para sofrer por Jesus Cristo e suportar as agruras, perseguições, angústias, tribulações e aflições desta vida no exercício da obra de Deus aqui na Terra.

Quanto ao Apóstolo Paulo, ele sempre lembrava que a leve e momentânea tribulação produzia um peso eterno de glória que Paulo classifica como mui excelente, ele nos convoca por meio da Palavra a não apenas atentar para as coisas visíveis, mas para as coisas espirituais, invisíveis aos olhos humanos pois as que não vemos com os olhos carnais porque são eternas (2 Cor 4;17,18).

A CONSCIÊNCIA DE PAULO QUANTO A PADECER POR JESUS

Em tempos de pandemia, onde milhares de pessoas morreram e outras passaram pelo vale da sombra da morte na atualidade, onde o isolamento social foi uma das medidas para que pessoas não morresse, muitos de nós, tivemos medo de morrer.

Muitos só de ouvir falar em morte, ficam apavorados, na verdade quando o homem pecou e ficou destituído da glória de Deus a morte entrou em cena e teve que enfrentar a morte. Mas, graças a Deus que enviou o seu Filho unigênito para morrer na cruz pelos nossos pecados.

Jesus pagou um alto preço, mas graças a Ele, quando ressuscitou, obtivemos a vitória sobre a morte e podemos meditar em 1 Coríntios 15.55-58: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão”.

Nosso estudo é sobre a coragem do Apóstolo Paulo, que muito padeceu pelo Evangelho de Cristo, mas permaneceu fiel ao Senhor. Por meio deste Evangelista que trouxe a mensagem para o Ocidente, que a Igreja nasceu, cresceu e se desenvolveu no meio dos gentios. Se a Noiva do Cordeiro fosse uma mera organização humana, e não fundada sobre a Pedra de Esquina (o nosso Salvador Jesus Cristo), não subsistiria ao longo dos séculos. Deus está com o fio da história da humanidade em suas mãos e a Igreja subsistirá até a vinda do Senhor.

Desde o início de seu ministério, Saulo, após o encontro inesperado com o próprio Jesus, e de ter ficado atônito, perguntou ao criador, o que deveria fazer. “E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, entra na cidade, lá será dito o que convém fazer” (At 9.6). O Soberano já havia providenciado a cura da cegueira carnal momentânea por meio do discípulo Ananias, quando apareceu e deu o endereço onde Saulo se encontrava, para que Ananias fosse lá e lhe desse as orientações.

Após o milagre de sua conversão, passa a ser Apóstolo dos Gentios, levando a genuína mensagem, a saber Jesus Cristo o Crucificado, revestido de poder do Espírito Santo, Plantando Igrejas, sendo excelente discipulador das vidas que aceitavam o Evangelho de Cristo, dedicando-se no ensino da Verdade aos vocacionados, demonstrando o seu amor pela Igreja do Senhor, seu zelo para com a sã doutrina, (Tito 2.1, 1 Tm 4.16).

Como entender os versículos supras-citados de 2 Co 4.17,18 quando este homem de Deus afirma sobre a “leve e momentânea tribulação”, mesmo passando anos a fio na sua vida ministerial sofrendo perseguições? Somente por intermédio do Espírito Santo! Pois, trata-se do âmbito espiritual.

O Espírito nos leva a meditar que a visão de Paulo, não estava nas coisas terrenas. Após a sua conversão, ele tinha uma prioridade absoluta no novo modo de viver e buscava cumpri-la de maneira cabal, que era levar o Evangelho de Cristo aos gentios. O apóstolo recebeu esta missão do próprio Senhor, como nos escreveu: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho” (1 Co 9.16).

Com a visão sempre no porvir, Paulo registrou na segunda carta ao pastor Timóteo: “Para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios. Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia” (2 Tm 1.11-12). Esta consciência do que lhe esperava na eternidade com Cristo, era o dínamo que movia o apóstolo e esta convicção o fazia uma potente ferramenta nas mãos do Senhor, mantendo o firme propósito de agradar ao Senhor Jesus e não em satisfazer a si mesmo. Ele buscava a aprovação do Senhor e não a dos homens, não servindo à vista (Ef 6.6), ele tinha como de suma prioridade aquilo que era importante para o seu Senhor e buscava estar como obreiro aprovado.

Paulo, após passar sete dias em Tiro com os discípulos daquela cidade, ensinando, orando, e depois da despedida fantástica das famílias daqueles crentes que oraram de joelhos na praia, sem se envergonhar do evangelho de cristo (Rom 1.16), com a caravana que acompanhava o apóstolo (Atos 21.46). E, em seguida passar de navio por Ptolemaída, saudando os irmãos e passando apenas um dia. No dia seguinte partiram para Cesareia que fica em Israel, onde residia o Governador Romano, Herodes havia construído um grande porto, um importante centro administrativo naquela época, e passa um dia na casa de Felipe, pai das profetizas, (At, 21.9) aqui é enfatizado a importância do trabalho feminino na Seara do Mestre, as sete filhas de Felipe pregavam a palavra.

A CORAGEM PARA ENFRENTAR AS AMEAÇAS DE MORTE

Em Cesareia, na casa de Felipe, o evangelista, ele demorou ali alguns dias. Foi quando chegou o Profeta de Deus chamado Ágabo que, movido pelo Espírito Santo, se aproximou de Paulo e pegando a sua própria cinta prendeu os pés e mãos e lhe disse que isso aconteceria com o dono daquela cinta, a saber, o próprio apóstolo Paulo, dizendo que os próprios judeus fariam isto e entregariam Paulo nas mãos dos gentios, justamente ratificando o que já havia sido revelado pelo Espírito Santo em Atos 20.22,23.

Como podemos verificar que no versículo 12 do capítulo em estudo, os irmãos da caravana de Paulo, conforme Lucas escreve, que aqueles que vieram com ele e os cristãos de Cesareia suplicaram para que o apóstolo não subisse a Jerusalém. Mas, observem a resposta do apóstolo: “Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” (At 21.13).

Só alguém com plena convicção de sua salvação pode afirmar como o Paulo quando escreveu aos Filipenses: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.21-23).

O próprio Jesus, em sua oração por nós em João 17.15-23, pede ao Pai que não nos tirasse do mundo, mas que nos livrasse do mal, pois, afirmou que nós que o aceitamos como único e suficiente salvador, não somos mais do mundo, portanto, pede a Deus para nos santificar na sua Palavra que é a verdade, inerrante, infalível e viva. Oh Glória!

Quando Paulo chegou em Jerusalém, a receptividade dada a ele e aos companheiros que estavam com ele, e aos de Cesareia, foi excelente (At 21.16,17). Inclusive Mnasom, Chíprio, discípulo antigo com quem haviam de hospedar-se foi junto com eles.

Jerusalém estava em festa e os Judeus de várias partes do mundo se convergiam para estarem ali para comemorar a festa de pentecostes e a notícia que Paulo estava ali viralizou de uma forma muitíssimo rápida e aí a confusão começou, um dia depois do Apóstolo ter se encontrado com os anciões e com Tiago, irmão de Jesus, que presidiu o Concílio de Jerusalém no capítulo quinze de Atos dos Apóstolos, que era um dos principais líderes da Igreja em Jerusalém que havia crescido exponencialmente atingindo dezenas de milhares de cristãos convertidos ao Evangelho.

Estes irmãos contaram a Paulo a acusação que os judeus presos ao cristianismo judaizante, tais como a circuncisão, a guarda do sábado, mas o Apóstolo Paulo pregava o Evangelho da Graça por meio da Mensagem da Cruz do Salvador Jesus Cristo.

ACUSAÇÕES E A PRISÃO DE PAULO NO TEMPLO

Todos os presbíteros se reuniram (At 21.19,20), e Paulo contou minuciosamente o que Deus havia feito entre os gentios por intermédio dele e a Igreja de Jerusalém glorificou a Deus. Paulo estava trazendo ofertas para a Igreja de Jerusalém, conforme os apóstolos Pedro, Tiago e João orientaram a fazer.

Antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da circuncisão (Porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios), E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão; Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência” (Gl 2.7-10).

Relatando suscintamente o texto de Atos capítulos 21 a 26, vemos que os presbíteros da Igreja de Jerusalém estavam preocupados com a visita de Paulo, aflitos em relação aos rebeldes, que eram os Judaizantes.

Estes rebeldes eram os religiosos extremados, radicais como o próprio Saulo era antes de se converter. Ele torturava em nome de Deus, prendia em nome de Deus. Os radicais alimentados pelas mentiras, estavam dizendo que Paulo estava ensinando o povo a apostatar de Moisés, irem contra a Lei de Moisés, sem averiguar se de fato era verdade. Como resultado do Concílio de Jerusalém, a minha liberdade não me dá o direito de ferir a consciência de outro. A graça bastava. Mas, quando eles orientaram para ele se purificar ele aceitou o conselho.

Paulo agia com sabedoria de Deus, pois quando eles defendiam a circuncisão para Salvação, o Apóstolo era totalmente contrário, como foi no Concílio de Jerusalém (At 15), quando junto com Pedro eles discutiram o assunto e chegaram a uma conclusão em relação aos gentios. Quando era para abrir portas para o Evangelho Paulo fazia, como fez com o jovem Timóteo, quis que fosse com ele; e tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego (At 16.1-3). Sendo sensível ainda costumes judaicos, Paulo aceitou o conselho dos irmãos. Fazer “voto” juntamente com outros quatro homens (provavelmente voto do nazireado, como Paulo fizera em At 18.18).

O voto do nazireu expressava total consagração a Deus, no qual a pessoa prometia se abster de vinho e bebida forte, não passar a navalha pela cabeça nem se aproximar de cadáver. Com isso, ele se mantinha puro para a adoração no Templo e se entregava completamente a uma missão (Nm 6.1-21).

Os judeus não nascidos em Jerusalém eram os mais rebeldes, Paulo teve sempre apoio dos Romanos e perseguição dos Judeus (At 21.27-40). Paulo foi acusado injustamente com muitas mentirosas que culminaram em sua prisão. Nos versículos 28 e 29 lemos: “Clamando: Homens israelitas, acudi; este é o homem que por todas as partes ensina a todos contra o povo e contra a lei, e contra este lugar; e, demais disto, introduziu também no templo os gregos, e profanou este santo lugar. Porque tinham visto com ele na cidade a Trófimo de Éfeso, o qual pensavam que Paulo introduzira no templo”. Paulo, porém, tinha a sua consciência limpa e tranquila. Ele prosseguia no seu ideal que era proclamar a mensagem da cruz mesmo em meio a diversas tribulações e adversidades.

Quando Paulo estava no Templo, os judeus que vieram da Ásia alvoroçaram todo o povo e levantando uma acusação falsa disseram que Trófino, o efésio havia entrado no Templo, o que era proibido para qualquer gentio ou alguém que não fosse judeu. Os judeus, então, o arrastaram para fora do templo, e estavam tentando mata-lo, foi aí que a notícia chegou ao Tribuno da Coorte que interviu tomando para si centuriões que eram chefes de cem soldados e o prenderam com duas cadeias, conforme o Espírito Santo já tinha o revelado por meio do Profeta na casa de Felipe, ainda o acoitaram injustamente.

Paulo também já tinha rogado as orações quando escreveu aos Romanos: “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus; Para que seja livre dos rebeldes que estão na Judéia, e que esta minha administração, que em Jerusalém faço, seja bem aceita pelos santos“ (Rm 15.30,31).

A multidão perseguia e clamava em alta voz dizendo: Mate-o! (At 21.36). Uma multidão desenfreada não tem condições de raciocinar, fica sob o “efeito manada”.

Apesar da confusão Paulo adquiriu o respeito do comandante, e ao chegar nas escadas, antes de ser introduzido na fortaleza, ali pregou o evangelho dando o seu testemunho. Toda oportunidade que tinha, o apóstolo pregava o Evangelho da Cruz (Atos 22.1ss).

Por fim, encerro este comentário com as palavras do próprio “doutor dos gentios” que nos deixou um relato emocionante registrado em 2 Co 11.22-31, que é um resumo de seu sofrimento pela “Causa do Mestre”: “São hebreus? Também eu! São israelitas? Também eu! São descendência de Abraão? Também eu! São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase? Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é eternamente bendito, sabe que não minto”.

Como nós estamos aplicando em nossas vidas o legado que o Apóstolo Paulo nos deixou?

Bibliografia
– CLAUDIONOR, Correia de Andrade, Dicionário Teológico: 26 Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006;

– Bíblia de Estudo NAA, Barueri, Sociedade Bíblica do Brasil, São Paulo, 2018;
– ANDRADE, Claudionor de. Paulo em Atenas. 2 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1986.

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