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Mega Vigilhão, Arraiá, Balada Gospel, Abala “Jericó” e Cia.

EM FOCO

Silvio Costa
Silvio Costa
Silvio mora na belíssima cidade de Guarapari no ES; estudou teologia no Seminário SEET e SEIFA, é professor de matérias teológicas na FATEG, membro do conselho editorial da revista Seara News. Também contribui como colunista em outros portais evangélicos do país, além de palestrante em escolas bíblicas e conferências teológicas. Mantém também o blog Cristão Capixaba.

Mega Vigilhão, Arraiá, Balada Gospel, Abala “Jericó” e Cia.

Um paralelo com as Escrituras, com a narrativa histórica de Atos dos Apóstolos e Epístolas

Por Silvio Costa

“Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembleias solenes” (Amós 5.21).

Permita-me apresentar-lhe esta modesta e sincera reflexão. Não me tenha por careta, tapado ou ignorante; considere meu texto à luz dos fatos atuais do mundo cristão – ponha-o em paralelo com as Escrituras, com a narrativa histórica de Atos dos Apóstolos e Epístolas; reflita em como os crentes primitivos adoravam a Cristo e divulgavam o Seu Evangelho, contextualizando-o a diferentes pessoas e lugares – sem retirar-lhe sua mensagem e apresentação íntegra e radical; depois, zelosamente observe muitas de nossas festas e comemorações e seja sincero consigo mesmo: “edificamos serpentes de bronze” (2 Reis 18.4), que têm desviado nosso povo da simplicidade do Evangelho de Cristo e da verdadeira adoração a Deus. Estamos num tempo decisivo em que devemos remover altares de profanação erigidos em nosso meio e quebrar colunas e postes sagrados com o composto anexado de “gospel”.

“Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mateus 15.8).

Festas da “igreja” que oferecem o terrenal. Muitas igrejas estão preocupadas e ocupadas exatamente com o que gostamos de assistir ou de fazer e tentam de tudo para nos agradarem ainda mais em nossas vontades e preferências. As coisas organizadas pelo pessoal da “igreja” são parecidas com as do mundo, distintas apenas pelo poder agregador do termo “gospel”. A mentalidade cristã do século XXI quando quer adaptar algum costume do mundo para dentro da “igreja” basta associar a palavra “gospel” e como que num passe de mágica tudo que queremos de profano lá de fora se torna santo dentro de nosso “mundo crente” e a partir daí nós temos: Gospel Folia, Dance Gospel, Balada Gospel, Rave Gospel, Arraiá Gospel, Halloween Gospel, Funk Gospel, Eletro Dance Gospel, Festa Country Gospel, Gospel Night, stand-up comedy gospel e por aí vai. A razão para promover ou apoiar esses eventos parece justificada e nos agrada em cheio; as “nossas festas” geralmente apresentam razões evangelísticas, fraternais e exaltam a “graça” de ser crente. E como nós temos motivos de comemorar? Afinal, a verdade nunca esteve tão em voga, a renúncia de nós mesmos nunca foi tão levada a sério como agora, a vida eterna é uma expectativa constante, pois estamos desapegados deste mundo – desculpem-me pela ironia neste fim de parágrafo!

E não vos associeis às obras infrutuosas das trevas, antes, porém, condenai-as (Efésios 5.11).

Festas da “igreja” que oferecem o sobrenatural. Muitas igrejas pentecostais se renderam as inovações propostas por “grupos heterodoxos” de cantores e pregadores que utilizam expressões superlativas e apoteóticas na divulgação de seus eventos, tais como: mega vigilhão, avalanche pentecostal, vigilhão revolution, vigilhão ômega e acreditem tem até “o mega dos megas vigilhão”. Fora os tão famosos abala “Jerusalém”, abala “Samaria” (não citei o nome das cidades por discrição mesmo). Os organizadores “dessas festas de crentes” se defendem dizendo que tais títulos são para chamarem a atenção das pessoas para uma nova e impactante experiência com o poder de Deus. Sinceramente, esses eventos em sua maioria não cumprem com a expectativa gerada pelo estardalhaço publicitário feito. A não ser que você considere pula-pula, desordem litúrgica, profetismo dirigido, mensagens de superação, unções de prosperidade como nova experiência com Deus. Na maioria, os superpregadores desses eventos sugerem o extravasar emocional ou exploram em seus apelos carências sentimentais e pessoais dos participantes. A tristeza para quem embarca nessas fantasias que prometem o transcendental é que depois do “hiperevento” quando a segunda-feira chega e a vida do participante volta ao normal com a mesma rotina e sem qualquer milagre de Deus na vida – com raras exceções; os habitantes da cidade que foi “abalada” continuam com a mesma posição de afastamento de Deus e a comunidade local de crentes como estranha social. E aí, no fim é só mais um evento onde pulamos, dançamos, gritamos e ouvimos que somos cabeça e não cauda e só isso!

“Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em língua ou uma interpretação. Tudo seja feito para a edificação da igreja” (1 Coríntios 14.26).

Festas da “igreja” que exaltam os homens. Tem havido uma superexposição de pessoas e uma exclusão da Palavra de Deus em nossos cartazes, banners e nos outdoors que espalhamos pela cidade (inclusive poluindo-a visualmente). Como é bom ter foto estampada num cartaz de igreja, ainda mais se você for um dos nomes em destaque; mas, e a Palavra de Deus? Grande parte de nossa divulgação peca por expor demais cantores, conferencistas, apóstolos, doutores e apresentar de menos a Palavra de Deus e seu apelo evangelístico – em grande volume a comunicação visual do cristianismo protestante do século XXI não é evangelística. As pessoas estão sendo convidadas para prestigiarem a presença de cantores e pregadores e só isso! Esses eventos estão desenvolvendo uma cultura de fãs e seguidores de homens – de modo que tais eventos têm adesão, mas não decisão, fãs, mas não discípulos, crentes que rolam no chão, mas que não se rendem aos pés do Senhor Jesus Cristo!

Ai de vocês, quando todos falarem bem de vocês, pois assim os antepassados deles trataram os falsos profetas (Lucas 6.26).

Festas da “igreja” onde tudo está programado. O louvor é contratado, a palavra é encomendada e a plateia está sugestionada a descambar em qualquer proposta apresentada nessas reuniões “mega-ultra-super poderosas”, que na prática, não mudam em nada o comportamento corrompido, não abalam coisa nenhuma senão ainda mais o cambaleante espiritual participante. Boa parte desses eventos tem sido organizados para exaltar ministérios personalistas, promover candidatos políticos ou esquemas denominacionais. Tornamo-nos numa geração que aplaude seus “ídolos humanos”, mas que não adora a Deus; nos cultos da igreja somos expectadores, nas orações pedintes, nas ofertas miseráveis e no testemunho reprováveis – e o pior de tudo, são muito poucos os pastores e pregadores que nos chamam à realidade da vida cristã; que nos falam a verdade e que nos comunicam a Palavra que de fato pode transformar nossa vida morna numa nova vida!

Silvio Costa, via Gospel Mais

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1 COMENTÁRIO

  1. Bem explanado . Jesus Cristo está voltando! Aleluia! Maranata! Não podemos dar vazão a esses tipos de coisas que só atrasam a obra começada pelo Altíssimo!

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