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Da multiplicação de “evangelistas”, “oradores” e “profetas” das redes sociais – o que podemos esperar?

EM FOCO

Silvio Costa
Silvio Costa
Silvio mora na belíssima cidade de Guarapari no ES; estudou teologia no Seminário SEET e SEIFA, é professor de matérias teológicas na FATEG, membro do conselho editorial da revista Seara News. Também contribui como colunista em outros portais evangélicos do país, além de palestrante em escolas bíblicas e conferências teológicas. Mantém também o blog Cristão Capixaba.

Da multiplicação de “evangelistas”, “oradores” e “profetas” das redes sociais – o que podemos esperar?

Estamos em um tempo tão difícil que qualquer sujeito sem o menor temor a Deus e conhecimento bíblico necessário, armado tão somente de coragem e reconhecida ousadia (não confundir com autoridade), põe-se diante de uma webcam e passa a pregar nas redes sociais para um aglomerado de gente – que também sem qualquer critério bíblico, passam a chamá-lo de homem de Deus.

O que você vai ler abaixo não se aplica a todas as transmissões e lives das redes sociais, obviamente. Pois há igrejas, pastores, irmãos e canais de fato cristãos que realmente evangelizam nessas plataformas. E a estes o meu reconhecimento, pois estão prestando um serviço evangelístico, educativo e cultural – promovem enlevo espiritual e humano.

Se essa é uma das “bênçãos” que a internet nos trouxe (a do acesso a plataformas de comunicação e que permitem a livre expressão de pensamento e fé); constituiu-se também num problema para a proclamação da autêntica mensagem evangélica. Pois a maioria desses “evangelistas de redes sociais” através de suas lives e transmissões estão contribuindo para a manutenção de uma geração apática, infantóide, e “profetomaníaca” (mania de conduzir a vida por meio de visões e profecias extra-bíblicas), ficando com isso, à margem da igreja, distante das Escrituras e de costas para o Autor e Consumador da fé.

A referência é a um grupo de supostos pregadores e profetas que isolados de suas comunidades (a grande maioria sem qualquer identificação de quem são, a qual igreja frequentam, sob a autoridade de que pastor ou ministério estão submissos); põem-se a orar, a decretar, a “passar” revelações a seus seguidores (expectadores que também não fazem a menor questão de nenhuma das credenciais anunciadas). Esses “fazedores de orações digitais” também não se preocupam muito se o que estão pregando, conjecturando e até desejando para os outros – tem alguma sustentação na Palavra de Deus. Eis aqui o perigo!

A tentativa de justificar as lives de oração é sempre a mesma: “o importante é orar pelas pessoas para Deus abençoá-las”. “As pessoas estão precisando – estão carentes, temos que fazer alguma coisa“. Questiono: qual evangelho esses pregadores e profetas da internet em sua maioria estão pregando? Retruco ainda: Do que realmente as pessoas que os assistem estão precisando? Porque se for o que é transmitido em maior volume nas reuniões espirituais digitais – nenhuma das necessidades apresentadas, estão sendo preenchidas, infelizmente.

Sim, o evangelho de Cristo não está sendo pregado como deveria e as pessoas não estão recebendo o que precisam, pelo menos aquilo que o evangelho diz – salvação e mudança de vida (2 Co 5:17). O que se vê durante o dia, noite e até de madrugada é que tais orações viraram shows, que quando transmitidas com alguma “palavra profética” geram curtidas, compartilhamentos e atraem novos seguidores para o “ungido pregador” da seara de Mark Zuckerberg (pois na verdade esse parece ser o grande objetivo da maioria dos “evangelistas” e “oradores” virtuais – eles pedem pra fazer isso o tempo todo – curtir e compartilhar para alcançarem mais e mais seguidores).

Não há espaço para apresentar o Evangelho nestas transmissões porque a maioria das pessoas não suportam uma pregação bíblica que as chame ao arrependimento, que lhes exija renúncia, que condene seus pecados, que advirta-as sobre a realidade do inferno, que exija santidade no viver, que condene infidelidade conjugal, que aponte e julgue seus vícios e etc. Então, porque a pregação genuinamente bíblica não gera visualizações e muito menos compartilhamentos; omitem-se aqui, os profetas digitais em suas concorridas transmissões.

Qual a consequência disso? De uma reunião de oração pra todo mundo – sem apresentação do evangelho. Infelizmente, a piora da situação da alma carente e perdida – porque mesmo recebendo unções e repetindo “mantras”, as pessoas continuarão perdidas. E não é por menos – se os expectadores não entregaram suas vidas para Cristo – pois os profetas só lhes oferecem orações, profecias de bençãos e livramentos. E alguns que dizem fazer apelos em suas transmissões – estão preocupados em apresentar o suposto e elevado número de pessoas que ganharam para Jesus – através de suas lives. Mas “ganharam almas para Cristo”, como assim? Até onde sei, eles não conseguem corretamente arrolar essas decisões, não conseguem encaminhá-las adequadamente a nenhuma igreja – então “ganhar pra Jesus” soa como troféu – e não como pregação que tem apelo e encaminhamento. Esse assunto é mais delicado e exigente do que o simplismo exibicionista de que “ganhei mais de 600 almas pra Jesus nas minhas lives”.

Concluindo: o que a maioria da audiência das redes sociais busca é revelação extra-bíblica, é manifestação mística sincrética (pois o mesmo que assiste ao crente que ora, assiste outras práticas religiosas condenadas pelas Escrituras). O individuo quer receber uma palavra do além e com isso obter brandura para uma consciência pesada – vitimizada por um viver réprobo tal qual exposto em Gálatas 5:19-21. É manifesto o desejo dos expectadores de orações e profecias das redes sociais – são ávidos por milagres e mudanças de coisas, por transformação de situações de aperto e sofrimento (mas, não de mudança de vida, em sua maioria). Há um notório interesse pelos favores Celestiais, no entanto sem qualquer contrapartida; sem arrependimento e comprometimento com a Palavra de Deus e o seu Autor. É gente que corre atrás da bênção, mas não do Abençoador, lamentavelmente.

Mas, a igreja de Jesus Cristo, Único e Suficiente Salvador – precisa continuar pregando a tempo e a fora de tempo – o verdadeiro evangelho – pois este é raro na maioria das transmissões que saltam das telas das redes sociais. O povo de Deus carece atuar também e cada vez mais na seara digital cumprindo sua missão evangelística; ainda mais quando aventureiros estão a confundir muita gente com um falso evangelho de metades e meias verdades.

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