Por Geremias Couto
Conforme noticiado pelo blog Fronteira Final e repercutido no site Seara News, alguns candidatos da chapa “Amigos do Presidente”, derrotados nas eleições da AGO em Brasília, entraram com recurso junto à Comissão Eleitoral, pedindo recontagem de votos, na expectativa de conseguirem reverter os resultados do pleito. É óbvio que esse tipo de procedimento sempre levanta suspeitas, principalmente pela iniciativa ter partido de membros da chapa da situação. Mas em reunião realizada nos dias 6 e 7 de maio, na sede da CGADB, a Comissão Eleitoral indeferiu por unanimidade a recontagem de votos, mantendo nos respectivos cargos os candidatos eleitos.
Os pedidos de recontagem foram apresentados por Isaías Coimbra, candidato à Quinta Secretaria, Josias Silva, candidato à Primeira Tesouraria, Nehemias Gaspar de Araújo, candidato à Segunda Tesouraria, e Edson Eugênio Vicente, candidato pelo sudeste ao Conselho Fiscal, os quais concorreram, cada um, com mais dois candidatos, o que, certamente, contribuiu para a vitória dos atuais ocupantes dos cargos. Vale que nenhum deles apresentou fundamentos para os recursos, a não ser Isaías Coimbra, o qual teria alegado que os responsáveis pela apuração abandonaram os seus postos, no dia da eleição, após o anúncio do resultado para presidente. Mas o argumento não foi aceito porque a Comissão Eleitoral, que monitorou todo o processo, entendeu que a paridade das mesas apuradoras foi mantida até o final da apuração, não havendo, portanto, causa para a recontagem.
Vale ressaltar que antes do julgamento, o Primeiro Tesoureiro, Ivan Bastos, requereu o indeferimento da recontagem dos votos, alegando que os recursos dos candidatos derrotados foram apresentados depois da apuração e não como prevê o Artigo 119, incisos I e II, do Regimento Interno, que admitem a hipótese no momento em que a apuração está em andamento. O Primeiro Tesoureiro não deixou de considerar, contudo, a autonomia da Comissão Eleitoral para determinar a recontagem dos votos, solicitando que, se houvesse o deferimento, a recontagem fosse feita na presença dos outros pares que concorreram aos cargos.
O fato é que com o indeferimento a composição da Mesa Diretora da CGADB permanece como saiu das urnas, com os candidatos da chapa “CGADB Para Todos” ocupando os cargos mais críticos, que respondem pela área financeira, a qual tem sido o calcanhar de Aquiles desde a AGO no Anhembi. Isto implica em que a administração terá de ser compartilhada, visto que tanto os tesoureiros quanto os membros do Conselho Fiscal já assumiram o compromisso de agir com lisura e transparência, como se requer no trato com as finanças de uma instituição séria e responsável. Eles serão os porta-vozes dos princípios do Movimento CGADB Para Todos na Mesa Diretora.
Na mesma reunião, a Comissão Eleitoral deferiu requerimento do pastor Samuel Câmara, concedendo-lhe vista ao material referente à votação no último pleito. Mas o jabuti da conciliação bancária ainda continua na árvore, embora a decisão judicial determinando a abertura dos dados não tenha sido modificada.