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Hong Kong: Cristãos temem perda de liberdade religiosa e perseguição da China

EM FOCO

Edenin Pontes Neto
Edenin Pontes Neto
Capixaba, natural de Vitória-ES.
Hong Kong: Cristãos temem perda de liberdade religiosa e perseguição da China
Grupos cristãos têm desempenhado um papel significativo nos protestos de Hong Kong. (Foto: Reprodução/BBC)

Hong Kong tem onda de protestos desencadeados contra a proposta que permitirá que pessoas sejam extraditadas para a China.

Segundo Gina Goh, gerente regional da International Christian Concern para o Sudeste Asiático, a proposta prejudicaria os cristãos. Isso porque a lei de extradição, a qual desencadeia protestos em Hong Kong, facilitaria a perseguição chinesa aos cristãos locais.

Os cristãos representam cerca de 10% dos moradores. Eles participam dos protestos enquanto promovem a resistência pacífica, disse a defensora da liberdade religiosa em entrevista Baptist Press.

Um hino cristão surgiu em meio aos protestos que atraíram milhões de pessoas para as ruas de Hong Kong.  “Aleluia ao Senhor” tornou-se o hino não oficial de multidões protestando contra a controversa proposta de lei. Esta permitiria que pessoas acusadas de crimes em Hong Kong sejam extraditadas para o continente.

Para os cristãos de Hong Kong, o hino é um sinal de fé e também de suas preocupações. Porque não são apenas questões políticas, que estão em jogo, mas as religiosas, caso a lei seja aprovada.

Recentemente, o pastor Chu Yiu-ming foi condenado por sua atuação social e envolvimento com movimentos pró-democracia.

Em discurso no tribunal o pastor de 75 anos disse que encontrou esperança em Cristo depois de uma infância sombria. Ele ainda defendeu seu chamado como ministro para lutar pelos direitos humanos. Yiu-ming é líder da Igreja Batista Chai Wan.

Autonomia e liberdade

Hong Kong é uma região administrativa especial quase autônoma da China. Possui poderes executivos, legislativos e judiciais separados, operando sob o modelo “um país, dois sistemas”.

Os cristãos gozam de mais liberdade em Hong Kong do que na China continental. Lá o Partido Comunista iniciou uma intensa perseguição religiosa.

O decreto dos infratores fugitivos poderá minar as liberdades em Hong Kong. Por exemplo, os cristãos podem se reunir em Hong Kong sem obter uma permissão, conforme é exigido na China.

“A preocupação deles é, antes de tudo, que Hong Kong seja operada em um país, dois modelos de sistemas, mas eles acham que esta lei de extradição por si só está tentando mudá-la de um país, dois sistemas para um país, um sistema”, Disse Goh.

Ameaças

Mesmo sob o modelo “um país, dois sistemas”, Goh disse que um cristão de Hong Kong foi condenado na China. Ele enviou Bíblias para a China sendo que lá as Bíblias são proibidas. Com isso ele foi condenado a dois anos de prisão.

“No futuro, se esta lei passar, significa que qualquer um que tentar ‘contrabandear Bíblias’ ou ter algum tipo de interação com as igrejas domésticas chinesas será tido como ilegal”, disse Goh.

Muitos chineses vão a Hong Kong para obterem treinamento teológico. Mas, os regulamentos religiosos estritos que a China aprovou em fevereiro de 2018, os proíbe de fazer isso.

Segundo Goh, cerca de 40% de todas as escolas de Hong Kong são baseadas na fé.

“Esta é realmente uma prática muito comum para os cristãos chineses. Sejam eles sancionados pelo Estado ou cristãos das igrejas domésticas, para ir a Hong Kong para receber treinamento teológico. Porque eles têm mais recursos, eles estão mais em contato com as escolas ocidentais”, revelou a defensora das liberdades religiosas.

A lei de extradição também poderia criar “maiores riscos para os cristãos chineses irem a Hong Kong ou para os cristãos de Hong Kong entrarem na China para ajudá-los ou ensiná-los”, disse Goh. “Porque ambos os lados podem sofrer [as penalidades]”.

A chefe executiva de Hong Kong, Carrie Lam, alinhada ao regime comunista. Ela disse que a atual proposta de lei de extradição está morta. No entanto, os cidadãos querem que Lam garanta que a proposta não seja revivida.

Hong Kong: Cristãos temem perda de liberdade religiosa e perseguição da China
A chefe executiva de Hong Kong, Carrie Lam. (Foto: Reprodução/BBC)

Os manifestantes também temem que Lam esteja perdendo o controle de Hong Kong para Pequim, segundo afirma Goh.

Luta pela liberdade

Goh se reuniu com pastores protestantes e padres católicos em junho na China. Ela testemunhou em primeira mão os protestos que se aproximam de três meses.

“Ninguém esperava que os protestos se expandissem para incluir a violência e o fechamento do Aeroporto Internacional de Hong Kong. No começo, os cristãos estavam na vanguarda dos protestos”, disse Goh à Baptist Press.

“Eu estava lá. Eu pude testemunhar como as pessoas estavam cantando as canções, cantando ‘Aleluia ao Senhor’ por horas e horas sem parar. Eu vi pessoas ajoelhadas na frente do conselho legislativo (membros) orando, muitas vigílias de oração”.

“Mesmo hoje, ainda há pastores que virão ao aeroporto. Que chegarão à delegacia para continuar a protestar. Porque estão vendo isso como uma luta pela justiça, lutando por liberdades”, disse Goh.

A perda da liberdade de expressão também invade a liberdade de religião. “Muitos deles acham que esta é a última oportunidade para proteger a cidade deles”, conclui.

Preocupação com o futuro

Goh disse que os moradores não acreditam que a China manteria sua palavra. Ainda que a lei de extradição, como foi proposta, isentasse casos políticos e religiosos.

No dia 1º de outubro é o 70º aniversário da fundação da República Popular da China. Jinping está interessado na promoção do comunismo nesse aniversário. Além do fato de que o acordo de 15 anos de um país e dois sistemas expira em poucos anos.

Jinping quer mostrar ao mundo que o Partido Comunista funciona. A China está muito nervosa e precisa de tudo para ficar quieta quando fizer esta celebração. Mas Hong Kong está criando uma enorme dor de cabeça para o presidente Xi Jinping.

Se a China enviar forças militares e criar derramamento de sangue, o mundo ocidental a verá negativamente.

“Estou apenas orando para que não vejamos derramamento de sangue. Minha preocupação também é que, quando as coisas ficam mais violentas, as pessoas começam a perder o senso de comportamento racional. Eu acho que isso não vai ajudar com a causa da liberdade”, declarou Goh.

Adaptado com informações do Portal Guiame
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