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As igrejas hoje fazem ofertas de solução e não de salvação, diz Paulo Romeiro

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Estudioso analisa que mídia é um fator fundamental para as igrejas na pós-modernidade principalmente entre os neopentecostais

Por Jussara Teixeira

O professor Paulo Romeiro, doutor em Cência da religião e professor da Universidade Mackenzie debateu o fenômeno do crescimento dos evangélicos no Brasil e avaliou que muitas igrejas baseiam seus ensinamentos no pragmatismo e em uma fé utilitária, que se presta apenas ao momento presente. “As igrejas hoje fazem ofertas de solução e não de salvação”, resume. O debate ocorreu no programa Academia em debate, realizado pela chancelaria da Universidade Mackenzie a e apresentado pelo reverendo Augustus Nicodemus.

Segundo ele, essas igrejas apóiam sua expansão na mídia, e isso é um fator essencial na pós-modernidade. Se você não tem mídia, você está a pé”, define.

Para Romeiro, no Brasil predomina uma religiosidade multifacetada, com dois polos distintos: de um lado a fé bíblica e por outro lado a predominância a diversas ‘crendices’.

Segundo o professor, o Brasil é um país “místico e obcecado pelo sobrenatural”. “Há uma tendência muito grande entre os latinos e brasileiros de se crer. Crê-se quase que em tudo”, avalia o estudioso.

Uma das características apontadas pelo professor é o sincretismo, com a frequência de um mesmo indivíduo em diferentes cultos de religiões distintas. O especialista elencou as diversas vertentes das denominações evangélicas, desde as igrejas históricas, congregacional, luterana, presbiteriana e batista, passando pelos petencostais da Assembleia de Deus e chegando até os neopentecostais em um momento mais recente. Para ele, o neopentecostalismo, cuja ênfase é na prosperidade financeira, predomina no cenário brasileiro, com um grande número de adeptos.

Evangélicos na política

Com o aumento na quantidade de evangélicos, eles passaram a ter força política para mudar os rumos do país e das eleições e até a própria legislação. Segundo dados do Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população evangélica no país passou de 15,4% do total para 22,2% nos últimos dez anos e em 2010 contabilizou 42,3 milhões de pessoas. Com isso, passou a ser a segunda religião com o maior número de adeptos no país, atrás somente da católica.

Paulo Romeiro acredita que é importante ter cristãos na política, mas é contra a investidura de pastores no meio politico. “Todo evangélico que chegasse a um cargo público deveria ter consciência de sua cidadania, e não legislar somente em favor dos evangélicos. Mas sim dos brasileiros e do bem comum”, diz.

Ele faz uma ressalva, porém, a pastores na política, pois tal função a seu ver é uma vocação ministerial e acredita que não se pode misturar com funções políticas, embasando seu argumento na passagem em que Paulo diz a Timóteo: “ninguém que milita se embaraça com os negócios dessa vida”

Sobre se os cristãos podem exercer o ativismo, por meio de passeatas e protestos, ele acredita que não existam problemas em exercer tal atividade, contanto que não haja hostilidade nem agressividade. “Não vejo problemas e o alvo for o bem comum”, diz.

Romeiro ainda analisou a atitude humilde no novo Papa Francisco, e diz que tal comportamento está em franca oposição aos líderes neopentecostais. “Nesse caso o Papa está dando um exemplo”, conclui.

Cristofobia

O reverendo Augustus Nicodemus questionou ao final do programa se a reação de parte da população e da mídia contra os evangélicos é por causa da pregação do evangelho ou por causa da imposição de uma agenda cristã por parte dos próprios evangélicos. Para Paulo Romeiro, os evangélicos devem pregar o Evangelho e a partir disso o próprio Espírito Santo se encarregará de fazer o que for preciso, no contexto de uma sociedade transformada pela Palavra de Deus.

Nicodemus finalizou lembrando a passagem de I Pedro 4:15, que diz os cristãos não devem sofrer por serem malfeitores ou se meterem nos negócios alheios, mas sim por causa do nome de Jesus. “Não temos medo da perseguição, mas que ela venha pelo motivo certo, por causa da cruz de Cristo, concluiu o chanceler do Mackenzie.

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