Este é um assunto que tem gerado polêmica entre os evangélicos. Na verdade, uma polêmica desnecessária se houver compreensão correta do assunto.
É preciso compreender que alguns homens foram chamados especialmente para o Ministério da Palavra. Uns, pastoreiam igrejas e vivem com o salário (sim, salário) recebido justamente como recompensa pelo trabalho ao qual se dedicam exclusivamente e para manutenção de suas famílias. É justo, bíblico e correto. Em I Timóteo 5.18, encontramos o seguinte texto: “Digno é o obreiro do seu salário”.
Outros, no entanto, vivem do ministério itinerante, por terem uma chamada específica para isto. É preciso compreender que nem todos possuem essa chamada, e que, na verdade, pregadores desse tipo, são raros na essência. A esses, também, é justo o reconhecimento financeiro e a ajuda para o sustento de suas famílias e o custeio de suas despesas, senão vejamos o que está escrito aos Gálatas 6.6: “o que é instruído na palavra, reparta seus bens com quem lhe instrui”. Da mesma forma, encontramos em II Timóteo 2.6: “O lavrador é o primeiro a colher os grãos”.
Alguns, mal informados, dizem que os apóstolos da igreja primitiva nada recebiam para pregar, o que não é verdade. Seria impossível também para eles, viverem integralmente do ministério, juntamente com suas famílias, realizando cruzadas de pregações e orando pelos enfermos, não houvesse os que os sustentavam com donativos e ofertas. Foi assim com o apóstolo Paulo e foi assim com o próprio SENHOR JESUS, a quem a Bíblia diz que mulheres contribuíam com o seu ministério. Sobre isto, o texto do Evangelho de Lucas 8.1-3 é bem claro: “E aconteceu, depois disto, que andava de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e os doze iam com ele, E algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com seus bens”.
O Senhor JESUS não era pastor de um campo eclesiástico, não era líder de uma instituição nem presidente de campo. ELE era um pregador itinerante sustentado, inclusive, pelas mulheres.
Ainda pesa o fato de que, naquela época, a vida era mais simples, até pelo fator cultural. Vivia-se com menos que hoje. Todavia, você não encontrará nem o SENHOR JESUS, nem os discípulos estabelecendo valores para pregarem nas ruas ou nas sinagogas. Os que os seguiam ou admiravam seus ensinamentos, compreendiam a necessidade de ajudá-los com ofertas para que se mantivessem no cumprimento da missão evangelizadora.
O grande problema, é que vivemos tempos em que pregadores e cantores evangélicos estão se achando artistas do show business e cobram horrores para comparecerem aos eventos evangélicos e se apresentarem. Importante lembrar também que nos tempos de CRISTO ou da igreja primitiva, não encontramos relatos de apóstolos ou mesmo o próprio SENHOR JESUS sendo convidados para pregarem em eventos nas sinagogas ou coisa parecida. A prática era diferente: eles iam passando pelos lugares ou programavam suas viagens e iam levando a palavra por onde passavam. Como hoje se convida, o mínimo que se pode fazer, é custear as despesas e abençoar financeiramente para o sustento do pregador e da sua família. A questão do pagamento a cantores é assunto específico do qual não tratarei por não ser o tema proposto.
Portanto, é no mínimo deseducado e desonesto convidar um pregador e não o abençoar financeiramente, assim como é desonesto o pregador ver o altar como meio de ascensão financeira, estipulando tabelas com valores exorbitantes e exigências descabidas como se artista fosse.
Para concluir, penso que se os pastores e líderes não se dobrarem diante dos altos cachês e das exigências mirabolantes dos tais, esse “mercado da fé” será extinto e a má prática deixará de existir.
Contemos com homens tementes a DEUS, simples no comportamento, mas cheios do Espírito Santo e de conhecimento bíblico genuíno para também transmitirem a mensagem genuína!
Boa matéria. O problema é que muitos pregadores não aceitam pregar por menos de 1.500,00 por período, ainda mais em festividades. Tem pregador que não aceita uma oferta mais humilde como R$ 100,00, R$ 200, acha pouco. Eu acredito no seguinte: se Deus me chamou mesmo não preciso estipular nenhum valor, o Deus que chama é o mesmo que provê. Se numa determinada igreja não recebi uma oferta tão generosa, com certeza em outra, ou alguém irá nos abençoar.