O jovem costuma querer o que é novo, o que é atualizado, o que dialoga com o seu tempo.
Tarsis Brendo
Quem veio antes…
É muito comum vermos a juventude de nossas Igrejas Evangélicas inovarem. Até porque isso faz parte dessa fase da vida. O jovem costuma querer o que é novo, o que é atualizado, o que dialoga com o seu tempo. E devo dizer que isso é importante. A Igreja necessita de jovens bem engajados, pois eles são a força dela (1 Jo 2.14). Porém essa força/energia precisa andar lado a lado com a sabedoria e a experiência dos anciãos. Assim como os anciãos de Gileade pediram a Jefté que os liderasse (Jz 11.5,6), a juventude evangélica deve ter esse tipo de respeito vindo dos mais experientes.
Gosto de pensar no princípio de um filósofo britânico chamado Edmund Burke, que diz que a sociedade é composta pelos mortos (tradições e costumes), os vivos (as pessoas que nela vivem) e os que vão nascer (próximas gerações). Acredito eu, que este princípio pode nos ajudará a ter uma conduta mais prudente, em todas as esferas da vida. Como por exemplo, na Igreja.
Quando uma juventude evangélica entende que alguém veio antes dela, e que é necessário que respeitem os seus feitos, haverá um diálogo melhor entre gerações. Precisamos também lembrar do que disse o sábio “não removas os limites antigos que fizeram teus pais” (Pv 22.28), e também o que disse Jesus “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mt 5.17). Note o cuidado que Cristo tem ao respeitar o que é antigo (até porque ele é a própria Palavra encarnada).
Quão grandioso seria se nossa juventude assembleiana (falo porque sou assembleiano) usassem esse princípio e começassem a descobrir a riqueza da História da Assembleia de Deus. Assim, os jovens começariam a descobrir que cultos ao ar livre se popularizaram na Assembleia de Deus por Frida Vingren. Descobririam a coragem missionária de Daniel Berg e Gunnar Vingren. Descobririam que tivemos um pastor que foi indicado ao prêmio Nobel da Paz, a saber: pastor Cesino Bernardino. E por fim, entenderiam que o que a Assembleia de Deus tem hoje de valorativo, é fruto de homens e mulheres cheios do Espírito Santo que seguiram perseverantes na obra de Deus.
Isso sem contar os Pais e mártires da história da Igreja…
Ao entendermos a história e tudo o que veio antes de nós, podemos usar esse conhecimento ao nosso presente, sem destruir os pilares fundamentais. Pois vejo, hoje, uma juventude muito engajada e eufórica por fazer algo para Deus. É necessário que ela (juventude) seja incentivada a fazer o melhor para que as Boas-Novas de Jesus Cristo seja espalhada pelo mundo. Pois um dia, a vez de todos passará, e o bastão estará nas mãos da próxima geração, até que Cristo venha.