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Líderes cristãos presos em Cuba

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Recentemente divulgamos noticia sobre a situação em Cuba, onde muitos líderes cristãos foram presos durante o início do maior protesto contra governo comunista em décadas. A manifestação reuniu milhares de pessoas insatisfeitas com a situação em que vivem. Por isso, o governo cortou a conexão com a internet e muitos cubanos ficaram incomunicáveis. A Portas Abertas conversou com líderes cristãos em Cuba para entender a situação que a igreja vive no país. 

Yeremi Blanco Ramírez e Yarian Enmanuel Sierra Madrigal estavam na rua das igrejas durante o protesto e pegaram o celular para filmar a manifestação. Porém, foram presos e detidos em uma prisão de segurança máxima, controlada pela polícia política. Inicialmente, eles foram acusados de agir contra as diretrizes estabelecida pelo governo cubano. Porém, o delito foi mudado para “alteração de ordem pública”.  

Os réus permanecem incomunicáveis e não podem receber visitas. Até mesmo o envio do remédio que Yarian precisa tomar não foi possível. Foi permitido que eles recebessem apenas três máscaras, uma peça de roupa íntima, uma bermuda e uma blusa de inverno para cada um. Por isso, as esposas expressam grande preocupação porque ninguém pode confirmar se eles estão na determinada prisão, e estão bem. Até mesmo o capelão, o pastor Paulo*, foi impedido de visitá-los. 

Como é a perseguição aos cristãos em Cuba?

O pastor Jorge* é o líder de uma igreja batista em Cuba com cerca de mil membros. Ele trabalha como capelão e confirma a perseguição que os cristãos enfrentam no país. Um exemplo é que as igrejas precisam ser registradas e devem ter mais de 10 membros. Caso não tenha autorização do governo, ela é ilegal e está à mercê das autoridades locais.  

 De acordo com o líder cristão, toda ação da igreja fora do templo deve ter permissão das autoridades. Porém, a liberação nunca é permitida. “Durante a pandemia COVID-19, fomos proibidos de fazer qualquer tipo de reunião. Após um pedido realizado por diversos líderes da igreja cubana, o governo autorizou apenas 15% da igreja a se reunir nos templos. Os pastores que não fizeram parte deste pedido, foram visitados pelo governo e proibidos de realizar cultos”, explica. 

O pastor disse que a igreja é constantemente monitorada pelo governo e vista como inimiga. Oficiais do país entram em alguns grupos de WhatsApp de igrejas para monitorar as atividades. Por isso, estes meios não são seguros. “É necessário capacitar a igreja para que conheça a verdadeira liberdade religiosa, coisa que não acontece no país. Porém nos faltam os meios necessários para isso”, revela o líder cristão. 

Desde quando as igrejas são monitoradas em Cuba?

Desde 1959, não foram registradas novas denominações cristãs. Por isso, muitos pastores se filiam a uma já existente ou enfrentam as consequências da ilegalidade. O pastor Luiz* trabalha como missionário em Cuba e decidiu registrar a nova igreja, mas teve o pedido negado. Isso foi muito decepcionante para ele, pois não poderia funcionar legalmente. 

O líder cristão realiza reuniões na casa dos irmãos e foi várias vezes alertado pelas autoridades que, se continuasse, seria preso ou multado. Apesar das ameaças, ele continuou pregando e conta apoio legal de outros irmãos na fé. “Eles me dão amparo legal para que a igreja possa funcionar. É assim que estamos até hoje. Nos encontramos na garagem de minha casa e na casa dos irmãos em diversos bairros porque não temos templo nem possibilidade de registro legal”, conta o pastor. 

Como a igreja cubana enfrenta a perseguição?

Mario é um pastor e ativista cubano refugiado nos Estados Unidos pois enfrentou perseguição no país. Ele conhece Cuba como a palma da mão e sabe como a igreja é vulnerável. Em 2013, criou o Instituto Patmos, uma instituição que busca fortalecer a liberdade religiosa e defender o direito de crer. Em 2016, decidiu sair de Cuba e buscar exilio nos EUA. Ao contrário do que pensou, o trabalho com o instituto aumentou.  

Atualmente, ele grava um podcast semanal, que chega até Cuba, ou pelo menos uma parte dela. Também escreve no Cubano Confesante, um blog que tem desde 2010, onde compartilha estudos bíblicos, pensamentos, e outros textos. “Em Cuba existe a Política de Reconcentração, desde a década de 60. Esta é uma ação para as igrejas que não são reconhecidas, passem a ser invisíveis”, explica. 

Mas em casos de igrejas com registros, elas são multas. A reorganização pode ser entendida como: tentar manter o poder do partido comunista. Tratam as igrejas como se fosse sociedades capitalistas, aplicando taxas exorbitantes”.  O líder cristão revela que isso causa uma divisão entre as igrejas que são legalmente reconhecidas e as que não são e que isso é uma estratégia comunista para tentar separar a igreja.  

Apesar de não morarem mais em Cuba, Mario e a esposa ainda estão na mira do governo cubano. No dia 4 de abril de 2020, o casal foi acusado pelo ministro de relações exteriores de Cuba de conspiração e ataque. Mario acredita que foi uma retaliação ao trabalho que realiza para promover a liberdade religiosa

Como a pandemia de COVID-19 impactou as igrejas em Cuba?

De acordo com o pastor de jovens Carlos*, a situação piorou muito com a chegada da pandemia. “Muitos templos foram fechados. Até hoje, as igrejas têm problemas para abrir. Faria sentido, se não fosse pelas lojas e outros estabelecimentos que estão abertos cheios de pessoas. O contágio nestes lugares não preocupa o governo”, conta. 

O líder cristão compartilha que uma igreja resolveu abrir as portas em janeiro de 2021, no primeiro culto após a pandemia. Porém, não demorou muito para a polícia chegar e ameaçá-los, dizendo que se isso voltasse a se repetir, medidas drásticas seriam tomadas.  

Outro problema é o impedimento de oferecer educação cristã para as crianças e adolescentes. “Eles são bombardeados com informações, e a única alternativa que temos é ensinar os princípios cristãos em casa para que saibam o que é certo e errado”. Além disso, a economia do país está em crise e isso afeta toda a população. Por exemplo, um dólar é equivalente à 50 pesos cubanos e isso torna as coisas mais caras.  

*Nomes alterados por segurança.


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