Escola Dominical – Comentário de apoio da Lição 2, do 4º trimestre de 2020 – Quem era Jó.
Aniel Ventura
Ao lermos a história de Jó, podemos destacar vários aspectos do seu caráter. Os adjetivos “sincero e reto” têm o sentido de ser eticamente correto, e destacam um caráter imaculado. No entanto, Isso não significa que esse patriarca não era um pecador perante Deus. Não obstante, seu propósito era temer a Deus e desviar-se do mal, o que indica que sua relação correta com Deus o motivou a afastar-se do mal, tornando-se a epítome da sabedoria (Jó 28.28; Pv 1.7; 3.7; 9.10; 14.16).
I – UM HOMEM DE CARÁTER IRRETOCÁVEL
Ronaldo Lidório, no livro “Liderança e integridade”, diz que a sinceridade é um comportamento da alma expresso através do nosso reconhecimento da verdade, no entanto a integridade não é apenas convicção é uma atitude que transforma, que valida e que nos leva a uma profunda inquietação que produz transformações internas e externas e ainda nos faz desejar viver de acordo com a nossa fé, nossos valores nossos sermões escritos e aquilo que vivemos e ensinamos. A integridade em muitas vezes é vista nas coisas pequenas. Para conhecermos a integridade de alguém devemos estar atento a observar os detalhes. Quando decidimos perder para que a outra pessoa ganhe, estamos instruindo nosso coração a viver com os valores do alto.
“Jó era reto” o que nos leva a crer que, não havia falta em Jó. Ele preenchia todos os requisitos dos seus dias de um homem exemplar. Na narrativa bíblica, essas qualidades não constituem uma avaliação de homens simplesmente e sim, uma avaliação do próprio Deus.
Os olhos e o coração de Jó estavam focados no que é íntegro (Mt 6.22; At 2.46). O coração de Jó não se encontrava dividido (SI 12.2). A vontade de Jó era a vontade de Deus e ele não abria mão disso (Jó 2.9-10; 27.5). Além de ser sincero (perfeito/íntegro), também lemos que Jó era: “…temente a Deus; desviando-se do mal” (Jó 1.1).
Il – UM HOMEM SÁBIO E PRÓSPERO
O livro de Provérbios tem como tema central o temor do Senhor, onde a única maneira que alguém poderá aproximar-se do santo Deus é com reverência e temor (Pv 1.7; 9.10). “O temor do Senhor é aborrecer o mal” (Pv 9.13). O temor a Deus deve levar o crente a afastar-se do mal (Pv 16.6) e abominar o pecado, o qual desagrada a Deus e destrói, tanto a nós, como aqueles a quem amamos.
Acreditava-se naquela época dos patriarcas que a família e os rebanhos eram bênçãos de Deus para uma pessoa reta. Entretanto, a riqueza de Jó significava que ele desfrutava do favor de Deus de uma maneira excepcional. Os números (sete, três e cinco), enumerando os filhos de Jó e seus rebanhos, são expressões adicionais da sua integridade.
Maximiliano García Cordero, professor da Universidade de Salamanca, na Espanha, considera uma hipérbole o inventário da riqueza de Jó, ele diz que, seria o patriarca Jó considerado um poderoso sheik. Engana-se Maximiliano. Na verdade, Jó não era um simples fazendeiro, nem um sheik qualquer. Se levarmos em conta a sua riqueza; se lhe considerarmos a posição social; e se lhe pesarmos a influência política, concluiremos ter sido Jó um perfeito reflexo da santidade de Deus. Apesar de toda riqueza, ele não se deixava dominar por elas, pois o seu maior bem era Deus. Jó era um homem rico de espírito pobre; nada presumia de si mesmo. Nas riquezas terrenas, via apenas pobreza. Assim disse, Agostinho: “As riquezas terrenas acham-se repletas de pobreza”. Mais tarde, viria o patriarca confessar que, em momento algum de sua vida, confiara nas riquezas (Jó 36.19).
Ill – UM HOMEM DE PROFUNDA PIEDADE PESSOAL
Apesar de Jó amar sua família e se sacrificar em prol dela, parece que os seus filhos se desencaminharam. “…Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente” (Jó 1.5). O texto, acima, não revela de imediato, porém podemos inferir sobre a apostasia em que haviam caído os filhos de Jó. O desvio deles está explícito naqueles festins que se arrastavam por vários dias, durante os quais celebravam possivelmente aos deuses pagãos. Não lhes bastasse a idolatria, sutilmente amaldiçoavam ao Todo-Poderoso, isso preocupava o patriarca Jó.
A integridade de Jó o levava a ser piedoso, simples, um homem de uma moral ilibada. Thomas Watson diz que a integridade é um perfeito sinônimo de simplicidade: “Quanto mais simples o diamante, mais ele brilha; quanto mais simples o coração do ser humano, mais ele resplandece aos olhos de Deus”.
Através de seu temor e consagração a Deus, o patriarca Jó introduzira-se em todos os princípios da sabedoria (Pv 1.7). Eis a razão de ser ele, contato entre os homens mais sábios e piedosos de todos os tempos. Assim escreveu A. W. Tozer: “Ninguém pode conhecer a verdadeira graça de Deus, se antes não conhecer o temor de Deus”.
CONCLUSÃO
Jó era homem perfeito em todas as coisas, porque perfeito era o seu Deus. O século XXl é o momento de os crentes serem conhecidos não somente por palavras, mas principalmente por boas obras. Como destaca o apóstolo Tiago, de nada vale a nossa fé se estiver desprovida de obras; é assim que demonstramos a nossa confiança no Deus Todo-Poderoso (Tg 2.17). Que Deus nos ajude a alcançar o mesmo padrão de excelência de Jó um dos homens mais perfeitos e íntegros de toda a História da Bíblia Sagrada. “Sede perfeitos como vosso Pai que está nos céus é perfeito (Mt 5.48).