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Pronto para mudar

EM FOCO

Robson Aguiar
Robson Aguiar
Teólogo, articulista, comentarista cristão, e pastor presidente da Assembléia de Deus, em Caetés III, Abreu e Lima-PE,

coragem para mudar

Por Robson Aguiar

Pronto para mudar!

Quanto mais o tempo passa, mais percebo o quanto mudei.

Primeiro mudei fisicamente, meus cabelos, meu modo de vestir, minha linguagem, meu hábito alimentar.

Sempre gostei de praticar exercícios físicos, mais, depois de convertido fui deixando de lado o futebol, e outras coisas que me mantinham com barriga, tipo tanquinho. (rsrsr).

Isso se deu, por que fui aculturado na igreja pelos líderes da época que futebol era pecado. Então só voltei a prática dos exercícios quando servi ao exército, quando deixei as Forças Armadas fui para uma empresa onde passei um ano, e em seguida para a Polícia Militar onde estou até hoje.

Na Polícia, por trabalhar muito na rua mais uma vez abandonei os exercícios físicos, dessa vez, não foi por conceito religioso e sim, por tempo. Até que tive oportunidade de fazer um curso de defesa pessoal dentro da corporação para aprimoramento da função, e depois de uns anos fiz outro, até que passei a praticar na minha folga o jiu-jitsu, e não parei mais.

Em segundo lugar mudei intelectualmente. Nunca fui o primeiro da classe, sempre fui mediano, nunca dominei nenhuma matéria, sempre passava no limite. Na verdade, eu era um tremendo de um bagunceiro até os 14 anos, não queria nada com os estudos, até que me converti ao evangelho, então mudei, passei a ler mais, a me destacar em alguns casos e até a representar o colégio em alguns eventos. Havia evoluído mentalmente, fiquei mais consciente da necessidade de buscar o conhecimento.

Finalmente, em terceiro lugar mudei espiritualmente. Comecei no catolicismo, flertei com o adventismo, fui amigo das testemunhas de Jeová e cortejei a igreja Batista, mas, foi nas Assembleias de Deus que me firmei.

O que destaco em toda essa minha trajetória, é que sempre tive a mente aberta para ouvir e refletir. Nunca fui de achar que meus argumentos eram os melhores, que a minha postura era a mais adequada, que minha teologia era perfeita e inerrante, só buscava a verdade. Se assim não fosse, teria ficado no caminho das seitas por onde caminhei (não se inclua nessa lista as igrejas tradicionais).

Certa vez, chamou-me a atenção uma entrevista em que Lula era indagado pelo repórter Boris Casoy sobre sua repentina mudança assim que iniciou seu governo, o presidente respondeu “mudei Boris, quem não muda? e seu eu não mudasse o Brasil não andaria”. Percebi ali, o quanto somos vulneráveis em nossas colocações, o quanto vivemos mudando. O que dizemos hoje, desdizemos depois, o próprio Malafaia quando bombardeado de críticas, chegou a dizer também que mudou a sua teologia (nesse caso, pra pior). Mas, ainda assim, vi nele flexibilidade, e isso é importante a meu ver.

Não podemos entrar na bolha e ficarmos isolados em nossos pensamentos, nos baseando em “convicções” que nem mesmo temos certeza absoluta pela nossa fragilidade humana. Então passamos a rotular os contrários como se fossem hereges, neófitos, carnal ou inculto, não parando para pensar que nessa história, nós podemos ser os loucos.

Há um show de arrogância pairando no ar da mídia televisiva, radiofonizada e escrita, por intelectuais e teólogos que parecem entenderem de tudo, arte, religião, música, língua, esporte, política, física nuclear e por ai vai. Pessoas que para se manter no foco, sequer são capazes de admitirem quando erram, quando se confundem, quando não dominam o assunto.

Me faz lembra o clínico Geral que sabe tudo e não sabe nada, e quando consultado em vez de nos enviar a um especialista, acabam nos receitando remédios que não resolvem o nosso problema, e até nos prejudicam.

Eu estou em fase de mudanças, em metamorfose continua, mudando para melhorar, mudando para entender, mudando para aceitar, mudando para conviver.

Para isso, é preciso se despir, se despir do conceito preconcebido, se despir da suspeita, se despir dos certificados, se despir das posições sociais e eclesiásticas, se despir do eu, do ego, da vaidade, e então ouvir, dar crédito, ser atencioso e até valorizar os contrários.

Tens visto o homem que é sábio a seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele. (Provérbios 26:12).

Só há um que pode dizer "Porque eu, o Senhor, não mudo" (Ml 3.6a). O nome dele você sabe.

Esse texto não se dirige a ninguém em particular, mas, é simples fruto de minhas reflexões.

Robson Aguiar, pr.

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