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Pregadores de Morte e Destruição!

EM FOCO

Silvio Costa
Silvio Costa
Silvio mora na belíssima cidade de Guarapari no ES; estudou teologia no Seminário SEET e SEIFA, é professor de matérias teológicas na FATEG, membro do conselho editorial da revista Seara News. Também contribui como colunista em outros portais evangélicos do país, além de palestrante em escolas bíblicas e conferências teológicas. Mantém também o blog Cristão Capixaba.

“Eles conseguem liberar mais veneno em seus ‘sermões de extermínio’ do que qualquer névoa de veneno tóxico”.

Por Silvio Santo da Costa

Pregadores de morte e destruiçãoO cerne desta reflexão é que todos os que ministram a Palavra de Deus voltem a pregá-la com mais ênfase para alcançar mais pessoas para o Reino dos Céus e não distanciá-las de lá (1 Co 9.22-23). Não precisamos alterar o conteúdo da mensagem evangélica, diluir suas verdades, maquiar seus mandamentos e suprimir suas posições (Tt 1.9). O problema é que alguns que se dizem pregadores se comportam como se falar do Evangelho fosse ofender e magoar os ouvintes – a Bíblia não ensina isso (Zc 8.16; Rm 12.18). Nenhuma autoridade espiritual está isenta de boa educação e respeito aos outros (Fp 2.3), como também qualquer repreensão não pode ser vazia de amor (Pv 13.24; Hb 12.6).

Nos dias de Jesus existiam mestres da Lei de Moisés (Lc 5.17), uns eram fariseus e outros saduceus (Mt 22.34). Naquele tempo esses dois grupos eram as principais denominações de crença religiosa no contexto do Judaísmo. É verdade que não comungavam das mesmas convicções teológicas baseadas no A.T. e na tradição (At 23.6-8); mesmo assim tinham seguidores; e de certo modo uniram-se contra a pessoa de Cristo. É provável que eles não entendessem porque as multidões corriam ávidas por ouvi-lo e desejosas para estarem perto daquele “galileu” e agora popular mestre itinerante (Lc 13. 22). Mesmo não tendo lugar adequado para doutrinar seus novos discípulos, Jesus superava a precariedade e o improviso dos ambientes disponíveis, superava também a curiosidade e as necessidades de sua platéia desgarrada e enfim os ensinava acerca do Reino de Deus (Lc 5.13; Mc 6.34).

Diferenças se estabeleceram entre a forma de comunicação de Jesus ensinar e a maneira dos outros doutores da lei instruir. As explanações de Jesus sobre as Escrituras eram caracterizadas por autêntica autoridade e sublimadas de sincero amor e estas marcaram a composição de seus divinos sermões (Mc 1.22; Mt 9.36). Outro ponto culminante é que a mensagem dirigida por Ele desafiava as pessoas a mudarem de vida, a renovarem suas esperanças (Jo 5.14; 8.11; Mt 19.21; Lc 8.50). Podia ser um apelo ao exercício da fé, uma desnuda repreensão ao pecado ou até mesmo uma demonstração de misericórdia a um pecador lançado ao chão – a prédica invariavelmente envolvia as pessoas, identificava-se com elas (as parábolas são prova disso), tocava seus corações e transformava suas vidas – na verdade todo pregador de verdade crê nesse poder da Palavra (Hb 4.12). Mesmo que o Redentor falasse aberta ou figuradamente a verdade sem meios e rodeios, os discípulos não o deixaram de seguir e quem o ouvia com atenção nunca mais seria o mesmo (Jo 6.68).

Em nossos dias há “pregadores” que se portam como matadores espirituais com armas de pesado calibre e farta munição de grosserias e atropelos de aplicação. Essa tropa de choque antiética e esculachante que como pretenso esquadrão de Deus gosta de citar o profeta João Batista para justificar a brutalidade verbal de suas exposições do tipo “dispersa multidão” (Mt 3.7; 12.34); não convence nenhum inimigo, não intimida nenhum demônio – e o pior; não ganha e discipula sequer uma alma. Isso é ignorância, é estupidez acentuada; é ausência de sabedoria e carência de espiritualidade. Uma pregação que afugenta as pessoas da igreja (porque igreja é lugar que recebe gente desconsertada) e que as afasta do centro de transformação que é Cristo (Col 1.21; Mt 11.28; Jo 6.37; 1 Co 5.17); nunca deve ser considerada como expressão do Evangelho!

A salvação da alma humana é um dos objetivos principais do plano da redenção (Tt 1.2; Hb 9.26; 1 Pe 1.20; Ap 13.8). O céu é pra cima, mas têm falador mal educado que enfia o rosto de seus ouvintes na terra solta de suas infundadas interpretações, encharca-as com bastante líquido de suas ilações teológicas e fica na torcida para que chafurdem numa verdadeira lama existencial. Essa desconstrução do Evangelho (porque me recuso a chamar isso de pregação), não provoca arrependimento – é perigoso alguém se suicidar. Na verdade, espírito de porco quem tem são esses “fuzileiros de púlpito” que vociferam uma santidade similar a dos anjos de Deus – numa angeologia antropomórfica, a auréola circular em torno da cabeça desses meros e iludidos mortais não é de glória e serenidade, mas sim de terror e medo – pois é o que eles espalham.

Se depender desses, não há como ninguém se aproximar do Deus Santo e misericordioso. Essa Swat com coletes de rancor e bombas de gás lacrimogêneo (pois fazem muita gente chorar de tristeza) tem tanta raiva dos que não andam conforme seus conselhos de pureza que chegam a respirar e a transpirar ódio nos púlpitos; eles conseguem liberar mais veneno em seus “sermões de extermínio” do que qualquer névoa de veneno tóxico.

São arautos de uma “verdade que mata ou fere gravemente” a vacilante ovelha desgarrada que no desespero da solidão espiritual e eclesiástica procura por uma porta de amor e pastoreio – ela busca por um aprisco (Sl 119.176; Lc 15.4). Os oradores das mensagens de destruição em massa estão sempre externando o seu farisaísmo separatista e realçando seu egoísmo de saduceus extremistas. Pregadores do Evangelho de Cristo essa turma nunca foi.

Meu pastor jamais deixou de proferir a verdade para a congregação local. O reverendo nunca foi omisso quanto à posição da igreja frente ao pecado inserido neste século depravado (Tg 4.4; Rm 12.1; 1 Jo 2.15). A diferença é que em todas às vezes ele foi manso como o seu Mestre Jesus (Mt 11.29), estava fundamentado na bíblia (2 Tm 3.16), agia pelo verdadeiro amor cristão (1 Ts 3.12) e se portava educadamente como um ministro do Evangelho (1 Co 10.32). Um perfil pastoral dessa natureza nos corrige na Palavra e ainda nos faz glorificar a Deus no fim do sermão. Lembra das características da pregação e ensino de Jesus que me referi no início deste artigo? Pois é; àquela pregação nos alcança ainda hoje – e desafia verdadeiramente a uma nova vida – isso quando somos abençoados por um pregador como o que citei neste parágrafo.

Na óptica divina os homens (o termo aqui é generalizado) são mais importantes que listas de comportamento local (aquilo que não é doutrina bíblica e que alguns líderes estabelecem como regra de fé e prática e que acaba determinando em exclusão de gente crente pra valer – que não pecou contra Deus – mas que transgrediu o infundado e extra bíblico regimento interno).  No propósito de salvação do Senhor as pessoas (alma) são mais importantes (Lc 12.20; 23.43; Tg 5.20) do que regras de ferro e fogo ou das proibições mais ardidas que pimenta mexicana (Cl 2.20-23).

Esclareço que santidade não se trata apenas de comportamento externo (quem me dera que fosse) como uma saia que chega aos pés, cabelo cumprido, não usar bermuda, não vestir roupa de cor vermelha, não tomar coca cola, não ir à praia, não assistir TV ou repugnar tecnologia. Santidade é em sentido prático o modo integral de vida do salvo por Jesus (1 Ts 5.23; Jo 17.17). É Cristo de dentro pra fora e da cabeça aos pés; é em Jesus e com Jesus o tempo todo!

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4 COMENTÁRIOS

  1. Olá, Silvio Santo da Costa:
    Seu artigo é interessante e abrangente. Na realidade ou na prática, vêem-se incontáveis distorções ou aberrações em púlpitos ou em prédicas externadas através dos modernos meios de comunicação, num cristianismo dissociado da Palavra Santa. Tem sido tristemente desanimador emprestar olhos e ouvidos a muitos dos atuais anunciadores do que chamam de Evangelho…

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