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Porque Deus não nos livra de algumas tragédias?

EM FOCO

Silvio Costa
Silvio Costa
Silvio mora na belíssima cidade de Guarapari no ES; estudou teologia no Seminário SEET e SEIFA, é professor de matérias teológicas na FATEG, membro do conselho editorial da revista Seara News. Também contribui como colunista em outros portais evangélicos do país, além de palestrante em escolas bíblicas e conferências teológicas. Mantém também o blog Cristão Capixaba.

Porque Deus não nos livra de algumas tragédias?

O ano 2019 começou bem calamitoso!

Por Silvio Costa

A maioria de nossas tragédias poderiam ser evitadas se procedimentos, manutenções e responsabilidades – fossem devidamente seguidos, feitas e levadas a sério – Deus não pode ser culpado por nossa imprudência e lambaceira inconsequência.

Peço sua gentileza para antes de prosseguir, ler esse texto bíblico de Lucas 13:1-9 (clique no link).

Só os acontecimentos mais recentes:

  • Desastre em Brumadinho (mês passado) onde mais de 160 pessoas morreram e tantos outros ainda permanecem desaparecidos (já morreram e seus corpos ainda nem sequer foram encontrados);
  • Chuvas no Rio de Janeiro (semana passada) mais 6 mortos;
  • Troca de tiros entre policiais e bandidos em periferia do RJ (fim de semana) mais de 12 mortos;
  • Incêndio no C.T do Flamengo (semana passada) mais 10 mortos (a maioria eram adolescentes e jovens que estavam começando a realizar seus sonhos – tinham uma vida toda pela frente);
  • Ex-cantora gospel assassinada em Guarapari;
  • Um inocente presbítero de uma AD em Cariacica assassinado indo para o trabalho.

A lista não para e o ano de 2019 está só começando – que Deus nos livre e nos guarde!

Acidentes de trânsito e aéreos, latrocínios, explosões, doenças incuráveis, vírus, desastres naturais tudo acontecendo com quem é crente e com quem não é. Gente morrendo todo dia de forma abrupta e inimaginável.

Na desventura, todos são iguais e encontram-se numa mesma posição – a de mortais que são e serão envoltos pelas teias da morte que apanha de forma súbita, violenta e funesta (não há, infelizmente para a maioria das pessoas envolvidas num desastre algum tipo de livramento, escape ou algo sobrenatural que os salve).

Podemos retrucar: mas alguém sobreviveu, já é um milagre? Não estou eliminando o irrecusável livramento – estou dizendo que nem todo mundo vai experimentar uma salvação da morte física. A verdade é que gente continuará sendo apanhada por um sinistro súbito, cruel com quem vitimiza e impiedoso com quem deixa sofrendo (familiares e amigos) todos os dias.

Mas, por que Deus não salva os homens de algumas de suas dolorosas tragédias? Discussões à parte, Deus salva e livra gente e a gente todo dia!

Faz-se necessário afirmar que Deus não é o culpado pelas catástrofes humanas.

19 de setembro de 1981 entre 200 a 300 pessoas morreram num grave acidente fluvial ocorrido com o navio Sobral Santos em Óbidos, Pará. Segundo a versão mais aceita, o que causou o naufrágio foi o deslocamento de cargas composta por caixas de cervejas e refrigerantes, ocasião que passageiros desembarcavam em Óbidos e outros passageiros se dirigiam até a lateral do navio, com esse deslocamento para a lateral, o Sobral afundou rapidamente nas águas barrentas do grande Rio Amazonas. A maioria dos passageiros morreram prensados por grades de cerveja, refrigerantes e fardos de farinha. Resumindo: havia superlotação no Navio e mais uma vez – Deus não pode ser responsabilizado!

Em 29 de setembro de 2006, 154 pessoas morreram num dos piores acidentes aéreos do Brasil. O Jato Legacy-600 pilotado por americanos – atingiu a parte inferior de um Boeing 737 da Gol que caiu em plena floresta amazônica. Após investigações da FAB constatou-se que foram os pilotos do Legacy a desligar instrumentos de navegação e que um controlador de voo brasileiro ignorou normas de segurança – daí o desastre nos ares aconteceu. A falha não foi de Deus!

Na tragédia em Brumadinho, já circula nos noticiários que há provas de que a mineradora responsável pela represa de rejeitos – sabia do elevado risco que a mesma representava e o assumiu irresponsavelmente (pagou pra ver) e com isso, permitiu literalmente que vidas preciosas fossem levadas pela lama colossal de sua própria ganância. Mais uma vez: não foi Deus o culpado!

A maioria de nossas tragédias poderiam ser evitadas se procedimentos, manutenções e responsabilidades – fossem devidamente seguidos, feitas e levadas a sério – Deus não pode ser culpado por nossa imprudência e lambaceira inconsequência.

Mas, e Deus, não os poderia livrar? Sim, poderia! Mas como na cruz Ele também não livrou seu filho da morte (Mt 27.46), sua Soberania prevalece – e quem sou eu ou você para dizermos o contrário (e olha que eu nem não sou calvinista). A fim de corroborar com o que eu expus neste parágrafo, leia Romanos 11.21-22.

Deus não é mal, não é indiferente e muito menos um psicopata que sente prazer no sofrimento de meros mortais. Ele não tem prazer na morte dos ímpios (Ez 33.11). E a morte existe porque pecou o nosso pai Adão (Rm 5.12) e não por um capricho Divino. Na verdade, Deus pelo seu amor traçou um plano em que no fim – a morte será vencida (1 Co 15.54) e assim, o Senhor enxugará de nossos olhos toda a lágrima (Ap 21.4).

O texto do início desta reflexão (Lc 13.1-8) remete a fatos da existência humana:

1) Tragédias das mais variadas e horríveis podem acontecer com qualquer ser humano em qualquer hora e lugar. Vejamos o relato textual:

a) Os galileus foram assassinados na hora do culto (eles estavam oferecendo sacrifícios a Deus no templo quando os soldados de Pilatos os mataram). O ocorrido remetia a lembranças horríveis – sangue dos ofertantes misturado e escorrendo com o sangue dos animais sacrificados.

b) Acidentalmente 18 pessoas morreram pelo impacto e soterramento dos escombros advindos da queda da torre de Siloé. Essa é uma tragédia citada diretamente por Jesus e é significativo observar como Ele tratou do caso.

2) Nenhuma vítima de qualquer tragédia pode ser considerada maior pecadora, apenas por experimentar um infortúnio. Jesus não explicou a razão pela qual as desgraças acontecem – Ele apenas ratificou que acontecem e pronto. Portanto, segundo Jesus – flagelos não acontecem por que as vítimas são mais pecadoras que as pessoas que continuam vivas – isso é importante frisar.

3) A condição do ser humano vivo é extremamente perigosa conforme o texto. A mesma possibilidade de morte natural ou acidental continua pra quem está respirando.

Jesus prossegue e relata que pesa sobre os vivos a expectação de um inesperado fatal – mas transcende que além disso, existe uma condenação eterna para todos nós se não houver arrependimento.

4) Os que sobreviveram a uma calamidade e nós que estamos vivos – estamos tendo literalmente uma grande chance (a adubação da figueira). São as misericórdias do Senhor que nos livram da morte todos os dias (Lm 3:22; 1 Sm 20d); é a Sua benignidade que nos salva mesmo sem sabermos (Sl 91.3-7); mas Ele, apesar de longânimo também é justo (1 Pe 3.20).

5) De modo inexplicado em qualquer teologia – Deus em algum momento de nossa vida, busca frutos em nossa existência – e, quando não os acha – permite o corte da “figueira”. Não é possível determinar tempo e situação para tal – mas, fato é que todos morreremos (se Jesus não voltar para seu povo) e aí é onde chega o ponto alto do texto em questão.

6) A condição escatológica dos seres humanos não está explícita nesta fala de Jesus – mas, fica subtendido que se o Salvador fala de arrependimento – ele objetiva o efeito do mesmo – mudar a direção da vida – reapontá-la para a presença de Deus – e usufruir de Sua graciosa salvação.

Diante disso, posso dizer que Deus nos dá vida para a vivermos bem enquanto aqui estivermos (Ec 3.13); mas, sobretudo, para nesta vida nos voltarmos para Ele enquanto estamos vivos (Hb 9.27).

Já que estamos vivos – precisamos nos arrepender e voltarmos para Deus. A única certeza que temos é que estamos vivos agora – e por garantia é preciso estar seguro do perdão e da salvação de Deus no dia de hoje (2 Co 6.2; Tg 4.13-15).


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