Subsidio da Lição 10: “O que precisamos saber sobre o Sistema de Sacrifícios Levíticos”.
Por Enéias S. Ribeiro
Quanto a ocorrência, o termo sacrifício aparece 145 vezes em toda a Bíblia sendo 130 no Antigo Testamento e 15 no Novo Testamento. Palavras relacionadas ao termo são aproximadamente 253.
Breve exegese sobre sacrifícios
O termo hebraico para “sacrifício” é “zebah”. Esta raiz com o significado de sacrificar é representada em outros idiomas tais como em Acadiano, Ugarítico, Fenício e Aramaico. Por outro lado, o seu uso no hebraico moderno acaba sendo bem reduzido pelo fato de não existir mais o templo local principal onde os sacrifícios eram efetuados pelos sacerdotes.
A Septuaginta traduz o termo “sacrifício” como sendo também uma oferta, e o termo grego é “thusia”, que é igual a sacrifício e oferta.
É importante ressaltar que o termo “sacrificar” é um termo semítico comum para descrever sacrifícios em geral, embora haja vários outros termos usados no Antigo Testamento para aludir rituais sacrificais específicos. No entanto, resumido está que a palavra mais importante no Antigo Testamento é exatamente “sacrifício”. Lembrar ainda que o sacrifício de animais não era de maneira alguma único para a religião israelita, pois em geral, os rituais sacrificais fazem parte de todos os cultos religiosos antigos.
O que ficou para trás?
Passando pelo pátio deixamos para trás o Altar de Cobre para os sacrifícios e a Pia de Bronze; ao passarmos pelo Lugar Santo deixamos para trás a Mesa dos Pães da Proposição, o Castiçal e o Altar de Incenso; e por fim, ao sairmos do Lugar Santíssimo deixamos lá dentro a Arca da Aliança com seus objetos sagrados.
O que vem pela frente?
O cerne central de tudo que aparece nesta lição está diretamente ligado ao perfeito e único sacrifício de Jesus, e este sacrifício suficiente se resume nas cinco principais ofertas apresentadas em Levítico.
Estas ofertas podem ser detalhadas nos capítulos de 1 a 7 do livro de Levítico. Raramente em estudo alguns citam apenas as três primeiras: a “Oferta do Holocausto”, a “Oferta de Manjares” e a “Oferta Pacifica”, quando na verdade, por sua ordem, são cinco ao todo, e todas elas apontam tipicamente para Jesus que acaba sendo o antítipo delas em períodos veterotestamentarios.
Jesus e as cinco ofertas
A lição dez como se vê, está sustentada sob três termos chaves: “Lamina, Cordeiro e Sangue”.
Sem o elemento “cortante” o “cordeiro” não seria aberto, se ele não fosse rasgado o “sangue” não seria liberado, e se o sangue não fosse liberado não haveria remissão de pecados. No que se refere a chave antipológica, Jesus é a pessoa principal que se encaixa no fator sacrificial. Ele sim é o antítipo primordial neste contexto.
Jesus, portanto, se encaixa e cumpre todas as ofertas citadas em levitico, se não vejamos:
– Jesus como holocausto – pela perfeita obediência até a cruz, ele satisfaz a justiça de Deus. O que adão perdeu por sua desobediência, Jesus recuperou com sua obediência e base no holocausto.
– Jesus e a oferta de manjares – nesta aparece sua perfeição. Ele não precisou de ser justificado por homens ou mesmo ter destes apoio para garantir sua perfeição sacrificial diante do eterno altar de Deus.
– Jesus e a oferta de paz – colocando-se entre Deus e os homens, Jesus Cristo nos trouxe a paz. Nele esta oferta encerra o significado reconciliação.
– Jesus e a oferta pelo pecado – os Evangelhos nos mostram que o próprio Jesus se ofereceu pelos nossos pecados e o mesmo teve condições de perdoá-los.
– Jesus e a oferta de culpa – sabemos pelo Genesis que nossos primeiros pais fizeram uma divida grandíssima com Deus, e esta eles nunca tiveram condições de quitá-la. Jesus, portanto, assumiu a culpa da humanidade e se responsabilizou em pagar a divida feita por nossos primeiros pais.
Nota explicativa: a oferta de holocausto fala de nossa consagração pessoal diante de Deus; a de manjares fala da consagração de nossos bens para Deus; a pacífica fala de nossa comunhão com Deus; a de pecado aponta o perdão que recebemos por meio do sacrifício de Cristo; e a de culpa fala da restituição que fora feita por Cristo na cruz por meio de seu perfeito sacrifício. Com ele não existe mais perca.
Para refletir: “Na mente de um sábio ideias mortas voltam a viver” (Eneias S. Ribeiro)