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O que a China quer fazer no ‘lado escuro da Lua’?

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À esquerda, o lado da lua que já conhecemos e vemos da Terra; à direita, o “novo” lado da Lua, que nunca vemos da Terra (Foto: NASA).

A China realizou um feito inédito e pousou pela primeira vez no lado escuro da Lua. Mas o que Pequim pretende fazer nesta região nunca antes explorada?

O “lado escuro” da Lua não tem nada a ver com “falta de luz” – os dois lados da Lua experimentam o dia e a noite. Na verdade, a expressão se refere ao lado da Lua que nunca foi visto da Terra.

Por causa de um fenômeno chamado “rotação sincronizada” nós só conseguimos ver uma face da Lua. Isso quer dizer que o tempo de rotação da Lua é igual ao seu período orbital. Ou seja, o tempo em que a Lua gira em torno de seu próprio eixo é igual ao tempo que ela leva para girar ao redor da Terra. Então essa sincronia entre rotação e translação faz com que só possamos observar um lado da Lua.

A BBC listou alguns objetivos da missão Chang’e-4 no lado escuro da Lua:

Aprender sobre a história da Lua

Nenhuma missão espacial jamais explorou o lado escuro da Lua. Sendo assim, esta é a primeira oportunidade de conhecer uma região misteriosa do satélite natural da Terra.

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As primeiras imagens de perto do lado escuro da Lua (Foto: CNSA/AFP).

O lado da Lua que nunca foi visto do nosso planeta tem algumas diferenças importantes em relação à face visível do satélite, a mais próxima da Terra. O lado oculto tem uma crosta mais grossa, com mais crateras e menos “mares” – planícies escuras de formação basáltica, criadas por fluxos de lava – que são característicos da face lunar que está sempre posicionada de frente para a Terra.

A sonda não-tripulada Chang’e-4 teria pousado em um local conhecido como cratera de Von Kármán, uma depressão de 180 quilômetros localizada no hemisfério sul do lado oculto. A Von Kármán fica, por sua vez, dentro de uma abertura muito maior na superfície lunar, a Bacia do Polo Sul-Aitken.

Esta é considerada a maior, mais profunda e mais antiga bacia da Lua, formada pelo impacto de um asteroide – possivelmente de 500 quilômetros de diâmetro ou até mais – que colidiu com o satélite há bilhões de anos.

O evento foi tão poderoso que se acredita que tenha atravessado a crosta lunar e penetrado na zona conhecida como manto.

Um dos objetivos da missão é estudar qualquer material exposto do manto presente no local da aterrissagem. Isso poderia oferecer pistas sobre a estrutura interna e a história da Lua.

De fato, os dados da espaçonave em órbita mostram que a composição da bacia é diferente das terras altas ao redor. Mas o material do manto exposto na superfície é apenas uma possibilidade entre várias para explicar essa observação.

A sonda, uma espécie de “rover”, vai usar sua câmera panorâmica para identificar locais interessantes e seu Espectrômetro de Imagem Visível e de Infravermelhos Próximos (VNIS, na sigla em inglês) para estudar minerais no solo da cratera (assim como rochas lançadas por colisões próximas no espaço).

Além disso, um radar lunar (LPR, na sigla em inglês) será capaz de espreitar o subsolo da superfície da Lua, até uma profundidade de cerca de 100 metros. O instrumento poderá analisar a espessura do regolito lunar – rochas quebradas e poeira que compõem sua superfície – e lançar luz sobre a estrutura da camada superior da sua crosta.

Após o enorme impacto que deu origem à Bacia do Polo Sul-Aitken, uma grande quantidade de rocha derretida teria preenchido a depressão. A equipe de cientistas quer usar a sonda Chang’e-4 para identificar e estudar variações em sua composição.

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A Bacia do Polo Sul-Aitken foi criada pelo impacto de um asteroide há bilhões de anos (Foto: NASA).

Preencher uma lacuna astronômica

O lado escuro da Lua é considerado há muito tempo como um local ideal para a realização de um tipo particular de radioastronomia – por meio de baixas frequências – porque está protegido dos ruídos de rádio vindos da Terra.

Há uma banda de frequência (abaixo de 10MHz) em que as observações da radioastronomia não podem ser feitas do nosso planeta, devido à interferência de sinais de rádio provocada pelo homem e outros fatores naturais.

O módulo da Chang’e-4 está equipado com um instrumento chamado espectrômetro de baixa frequência (LFS, na sigla em inglês) para fazer observações de rádio. Ele será usado em conjunto com um experimento similar no satélite Queqiao, que orbita a Lua.

Os objetivos incluem elaborar um mapa do céu em radiação de baixa frequência e estudar o comportamento do Sol.

“Uma vez que o lado oculto da Lua é protegido da interferência eletromagnética da Terra, é o lugar ideal para pesquisar o ambiente espacial e explosões solares. A sonda pode ‘ouvir’ as profundezas do cosmo”, disse Liu Tongjie, da CNSA, agência espacial chinesa, em 2016.

Assim, a missão preencherá uma lacuna na observação astronômica, permitindo que os cientistas estudem fenômenos cósmicos de uma maneira que nunca foi possível em nosso planeta.

Radiação na Lua

Várias agências espaciais querem levar o homem de novo à Lua em um futuro não muito distante, e pode ser que os astronautas fiquem lá por mais tempo do que antes. Portanto, compreender os possíveis riscos da radiação é vital.

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Compreender os possíveis riscos da radiação é vital para as futuras explorações do homem na Lua (Foto: SCIENCE PHOTO LIBRARY).

A atmosfera espessa e o forte campo magnético da Terra oferecem uma proteção adequada contra os raios cósmicos galácticos e partículas carregadas emanadas pelo Sol.

Mas os astronautas na Lua estarão fora dessa bolha protetora e expostos a partículas que viajam pelo espaço quase à velocidade da luz – com consequências potencialmente prejudiciais à saúde.

Um experimento para dosimetria de nêutrons, fornecido por pesquisadores na Alemanha, terá como objetivo preencher algumas lacunas no nosso entendimento sobre o ambiente de radiação lunar.

O instrumento vai permitir fazer a dosimetria (medir a dose de radiação ionizante que poderia ser absorvida pelo corpo humano) tendo em vista futuras explorações na Lua e contribuir para aumentar nossa compreensão sobre as partículas provenientes do sol.

Fonte: BBC

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