A caminhada de um líder cristão não é fácil, contudo, é gratificante.
Silvio Martins
Às vezes deixo minha mente mergulhar na maravilha que é ser obreiro na casa de Deus. Poder servi-lo de maneira que vidas sejam edificadas, consolidadas e fundamentadas na excelência da Palavra de DEUS não tenho como mensurar tamanho gozo do Espírito em colaborar com a vontade divina no que diz respeito ao aperfeiçoamento dos santos em Deus.
Sabemos que a caminhada de um líder não é fácil, contudo, é gratificante. O que dizer então dos variados momentos problemáticos ocorrentes na vida dos servos e das servas de Deus e que chegam muitas das vezes ao conhecimento do líder. E aí chega o momento crucial de se exercer a justiça correta fundamentada no nosso Manual de Conduta e de Fé – A Bíblia Sagrada. Aqui não pretendo ser especialista na área, mas contribuir conjuntamente para exercermos com zelo de Deus a justiça no meio cristão, mesmo sabendo o quão falhos somos. Mas tenho em vista, o que Paulo disse aos Coríntios na sua Primeira Carta onde se lê: “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” (1Co 6.2,3).
Diga-se de passagem, que não é tarefa fácil, mas de grande envergadura pois tenderá a resolver o problema da pessoa, e às vezes, não será uma decisão que agradará conforme podemos compreender em Hebreus 12.11 que diz: “E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela”.
Lembremo-nos do que Jesus falou em João 7.24 que diz: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça”. Vejamos com isto o quanto sofremos para poder resolver alguns problemas ocorrentes seja no campo individual ou coletivo pois lutamos para ser o mais justo possível consciente de que cada caso é um caso e sendo assim, contemplado com carinho. Não podemos querer exercer a injustiça no juízo pois está escrito: “Não farás injustiça no juízo; não respeitarás o pobre, nem honrarás o poderoso; com justiça julgarás o teu próximo” (Lv 19.15). Digo que não podemos querer praticar a injustiça por se ter a possibilidade de sermos tentados a fazer isto. Tenhamos sempre em mente que não existe parceria entre a justiça e a injustiça, que não existe relacionidade entre o certo e o errado baseado na palavra de 2 Coríntios 6.14: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” – Deus nos ajude!
É imprescindível lutarmos com a ajuda divina para seguir unicamente a justiça no meio do povo de Deus conforme diz Deuteronômio 16.20: “A justiça, somente a justiça seguirás…”. E isto de tal maneira que a nossa consciência fale fortemente em nosso interior segundo observamos em alguns textos sagrados postos para nosso autoexame:
a) Atos 24.16: “E por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens”;
b) Romanos 2.15: “Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os”;
c) Romanos 9.1: “Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo)”;
d) 2 Coríntios 1.12: “Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco”;
e) 1 Timóteo 1.19: “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé”.
Com isto evidenciamos que todo líder deve vigiar para não ter sua consciência cauterizada: “Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência” (1 Timóteo 4.2); para não ter a consciência contaminada: “Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados” (Tito 1.15); e nem ter uma má consciência: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hebreus 10.22). O que precisamos é do sentimento áureo de termos uma boa consciência na confiança em nosso Deus de que estamos lutando na prática da justiça como diz Hebreus 13.18: “Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente”. Triste é de uma comunidade cristã onde tem um líder que não exerce a justiça por ter sua consciência infelizmente cauterizada, contaminada e má por não buscar a direção divina na Palavra e ser dúbio nos julgamentos. Quantos males tais líderes tem proporcionado ao povo! Quantos desmantelos morais vidas tem sofridos e porque não acrescentar a demanda de mortes espirituais provocadas pela falta da justiça bíblica!
É por demais indispensável fundamentarmos o nosso cotidiano com o cuidado na praticidade da justiça por parte dos líderes para que as coisas acima citadas não ocorram. Atentemos diante disto para o perigo sempre à espreita daqueles que passam distante (Is 46.12) ou meio distante do exercício da justiça no meio do povo de Deus pois é inaceitável que o guia espiritual dos salvos queira seguir os passos de quem perverte as veredas da justiça como vemos em Provérbios 17.23: “O ímpio toma presentes em secreto para perverter as veredas da justiça”. No entanto, não podemos deixar de afirmar que existe sim no meio evangélico líderes que se recusam a fazer justiça diante das situações que lhe vem ao conhecimento como se vê em Provérbios 21.7: “As rapinas dos ímpios os destruirão, porquanto se recusam a fazer justiça”.
Todos sabemos que o meio cristão é visto como um lugar que se deve exercer a justiça acima de tudo, segundo compreendemos na fala de Jesus em Mateus 5.20: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus”. De maneira nenhuma devemos tirar a justiça do seu lugar para dar ocasião a iniquidade segundo Eclesiastes 3.16: “Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, e no lugar da justiça havia iniquidade”. Precisamos urgentemente lutar para que sejamos juízes espirituais justos sempre pregando a justiça em todos os tempos (Sl 40.9; 106.3). Porque se não fizermos isto estaremos tratando a justiça como lixo conforme Amós 5.7: “Vós que converteis o juízo em alosna, e deitais por terra a justiça”, estaremos sendo inimigos da justiça como se vê em Atos 13.10: “Disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor?” – e seremos taxados como pessoas que não conhecem e nem entendem o que significa ser justo segundo Isaías 59.8: “Não conhecem o caminho da paz, nem há justiça nos seus passos; fizeram para si veredas tortuosas; todo aquele que anda por elas não tem conhecimento da paz”.
Acredito que o que está sendo proposto aqui concede-nos a oportunidade para refletirmos de como estamos exercendo a justiça no meio cristão em meio as problemáticas surgidas. Vale salientar aqui que, o líder não importando sua função ou cargo deve julgar com juízo de justiça segundo Deuteronômio 16.18: “Juízes e oficiais porás em todas as tuas cidades que o SENHOR teu Deus te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com juízo de justiça”. Não podemos de forma alguma ter duas medidas: uma para os irmãos e outra para a família. Essa dúbia justiça tem causado variados males na sociedade cristã, infelizmente. Gostaria até de exemplificar, mas sei que o Espírito Santo fará isto em sua mente. Semelhantemente possamos assim dizer como Jacó: “Assim testificará por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando vieres e o meu salário estiver diante de tua face; tudo o que não for salpicado e malhado entre as cabras e moreno entre os cordeiros, ser-me-á por furto” (Gn 30.33).
Compreendamos que o Senhor nos estabeleceu para fazermos justiça conforme 1 Reis 10.9: “Bendito seja o SENHOR teu Deus, que teve agrado em ti, para te pôr no trono de Israel; porque o SENHOR ama a Israel para sempre, por isso te estabeleceu rei, para fazeres juízo e justiça”. De maneira que a nossa mente se abra na compreensão do que Abrão fez com os seus e os estimulou a agir com justiça e juízo obtendo assim testemunho do próprio Deus: “Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR, para agir com justiça e juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado” (Gn 18.19). Ora, precisamos através de nosso exemplo incutir na mente dos nossos e posteriormente da igreja a prática da justiça com amor segundo depreendemos em Hebreus 1.9: “Amaste a justiça e odiaste a iniquidade…”.
Esperamos em Deus de que não apenas nossos familiares, mas que a igreja também contemple que lutamos para exercer a justiça como foi com Davi: “E disse Salomão: De grande beneficência usaste tu com teu servo Davi, meu pai, como também ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a tua face; e guardaste-lhe esta grande beneficência, e lhe deste um filho que se assentasse no seu trono, como se vê neste dia” (1 Rs 3.6), e “Reinou, pois, Davi sobre todo o Israel; e Davi fazia direito e justiça a todo o seu povo” (2 Sm 8.15).
Possa ser que tenha alguém que fique a indagar a maneira sobre como tentamos resolver as situações complicadas surgidas no arraial dos santos. Contanto, se não for a sabedoria de Deus ofertada para nos ajudar a desenrolar os problemas estaremos enrascados: “E todo o Israel ouviu o juízo que havia dado o rei, e temeu ao rei; porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça” (1 Rs 3.28). É preciso ao líder se vestir da justiça (Jó 29.14 – “Vestia-me da justiça, e ela me servia de vestimenta…”) de maneira que peça sempre ao Senhor da justiça que o guie nela (Salmos 5.8: “SENHOR, guia-me na tua justiça…”) por ter pleno saber que o Senhor é justo e ama a justiça (Salmos 11.7: “Porque o SENHOR é justo, e ama a justiça; o seu rosto olha para os retos”). Não apartemos da responsabilidade e da seriedade de exercer a justiça. A justiça não pode andar separada da misericórdia!
Somos cientes de que haverá resultados na praticidade da justiça como apresenta-nos os textos sagrados a seguir:
a) Provérbios 10.2: “Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da morte”;
b) Provérbios 11.5: “A justiça do sincero endireitará o seu caminho, mas o perverso pela sua falsidade cairá”;
c) Provérbios 11.6: “A justiça dos virtuosos os livrará, mas na sua perversidade serão apanhados os iníquos”;
d) Provérbios 11.18: “O ímpio faz obra falsa, mas para o que semeia justiça haverá galardão fiel”;
e) Provérbios 11.19: “Como a justiça encaminha para a vida, assim o que segue o mal vai para a sua morte”;
f) Provérbios 12.17: “O que diz a verdade manifesta a justiça, mas a falsa testemunha diz engano”;
g) Isaías 32.17: “E o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre”.
Diante disto, sejamos conscientes de que o Senhor nos pagará segundo a justiça praticada segundo vemos em 1 Samuel 26.23: “O SENHOR, porém, pague a cada um a sua justiça e a sua lealdade…” e a declaração enfática do Salmista em 2 Samuel 22.21 nos mostra isto: “Recompensou-me o SENHOR conforme a minha justiça; conforme a pureza de minhas mãos me retribuiu”.
Mediante o exposto neste material acredito que continuaremos na clareza da prática da justiça para que o nome do Senhor seja glorificado em nossa vida. Que seja Deus conosco sempre!
Muito bom pra nossa vida espiritual e pra nossa vida ministerial