A pregação do Evangelho é um fenômeno que ultrapassa de longe a existência do pregador para testemunhar um encontro muito maior e mais e mais importante: o encontro entre Jesus, sua Palavra e seu povo.
No cristianismo acredita-se que as pessoas fazem o que fazem em serviço à comunidade não simplesmente porque escolheram fazer, mas fundamentalmente porque responderam à uma convocação. Ou seja, antes delas quererem fazer algo para Deus, Deus quis, acreditou e chamou.
Foi assim que fui ensinado a perceber o que faço para servir à igreja: uma resposta voluntária e apaixonada à uma convocatória de Jesus para mim.
Deus é misericordioso, vocaciona pessoas (defeituosas, incapazes) para servirem umas às outras numa comunidade de amor.
Aprendi que nada se faz no reino de Deus sem que a vocação venha do próprio Deus. Os homens podem até admirar, elogiar, mas nada dá certo se não vier do próprio Deus.
É graça, pura graça!
É neste sentido que o pregador acredita que as palavras que passam por ele têm outra Pessoa como fonte e outras pessoas como destinos.
No fundo, tudo que importa mesmo são as outras pessoas que participam do ato da palavra.
Nada é sobre o pregador ou sobre suas capacidades. Tudo é sobre Jesus e seu povo. Sobre aquele que deseja falar a vida e aquele povo que deseja viver e se alimentar das suas palavras.
O pregador é servo de Cristo e Cristo tem compromisso com a sua Palavra para edificar e revitalizar a comunidade.
A presença do pregador no momento da comunicação deve ser mediadora. Engajada, intensa, dedicada, consagrada, mas, acima de tudo, precisa ser mediadora.
A pregação é um fenômeno que ultrapassa de longe a existência do pregador para testemunhar um encontro muito maior e mais e mais importante: o encontro entre Jesus, sua Palavra e seu povo.
É ali, por meio da linguagem, no poder do Espírito Santo, que o Verbo de Deus se faz carne, corpo, comunidade e faz morada entre nós.
O pregador é o drama da palavra, a agonia do verbo, a dor do sentido, disposto ao espírito, para que a Palavra, o Verbo aconteça na vida das pessoas.
É pura diaconia, pura profecia, pura vocação, pura graça. Não é nada sobre o pregador. É tudo sobre Ele, Jesus, o verbo da vida que tabernaculou entre nós.
Pregação é relação entre o mensageiro, a mensagem, a comunidade e o Dono da mensagem. Pregação é partilha.
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