Não adianta trocar de roupa diariamente quando a mentalidade está despida do bom senso e da verdade.
Por Hélio Bulaímo
Já vi e ouvi casos em que muitas mulheres são discriminadas na sociedade simplesmente porque não conseguem engravidar. Muitas até, por diversas vezes, ofereceram sacrifícios nos feiticeiros em busca de solução para gerar filho em nome de querer agradar ao homem ou à família. Entretanto, são mulheres felizes?
A maioria das mulheres que hoje parecem vivas, estão mortas no seu interior. Não precisa ir na África do Sul para ser vítima de xenofobia, a matança parte do nosso convívio patriótico, social, tribal, familiar e até no quarteirão do nosso bairro tem xenófobos que matam pelo olhar e pelo falar.
As mulheres são boas em fazer leitura corporal, verbal e gestual. Elas sabem muito bem quando é que são amadas ou manipuladas.
Para muitas, já não existe o chão. O emocional está totalmente destruído. Tantas consultas feitas e nada acontece, tudo está no zero. Em casa já tem um lago de lágrimas pela maternidade.
Ter filho não depende só da mulher, o homem também coopera. E não depende só do casal. É de Deus o conceder ou não o milagre da paternidade e maternidade. Então, é preciso recapitular as exigências às mulheres. Às vezes dói quando a zombaria e o desprezo surgem da boca e do olhar duma outra mulher. Entre amigas ou irmãs se matam.
Avós precisando de netos; casais precisando de filhos; tios precisando de sobrinhos, os vizinhos precisando de crianças; os parentes precisando da procriação. Entre amigos se exigindo demais. Às vezes, todos viram xenófobos e agem como aqueles fariseus que, no tempo de Jesus Cristo, com as pedras nas mãos, vitimizavam a mulher na sociedade sem ao menos olhar para o homem. Pode ser que o problema não seja a mulher, talvez o próprio homem. É necessário rever isso.
O incrível é saber que para matar até usam o pretexto de que “a lei aqui é desse ou daquele jeito”; ou ainda: “nossos antepassados nos ensinaram a agir assim”. E, acham que maltratar o outro ser humano é o certo. É necessário haver uma mudança radical nesta nossa sociedade, em especial aos homens. Não adianta trocar de roupa diariamente quando a mentalidade está despida do bom senso e da verdade.
Existem comunidades que chegam até às jovens e perguntam: “Você ainda não tem filho?” ou “Você até agora está solteira?”. Cuidado meu povo, porque na maioria das vezes quem age pelo que os outros ditam sem antes pensar, tem muita probabilidade de errar na vida. Devemos entender que, tem momentos em que aquilo que você sente, os outros só consentem. É como no funeral, onde muitos dos conhecidos chegam dizendo: “Sinto muito”, ou “meus pêsames”; na verdade, eles só estão consentindo aquilo que somente quem vive o luto está sentindo. A dor mesmo só sente quem passa por ela, entretanto, os outros, embora importantes, apenas servem como companhia nesse momento de dor.
A pergunta – “Mulher, que voz você escuta?“ – é mais para saber quem comanda os seus sentimentos, a sua fé, a sua esperança e a sua motivação na vida. Sim, quem? – Marido, parentes, vizinhos, sociedade, “espíritos” dos antepassados, a mídia (TV, internet, livros, etc.) ou Deus?
Quem tem autoridade para dar filhos? (Salmo 127.3).
Se o homem ou a sociedade fossem os donos do milagre, então, Jesus não nasceria de uma virgem. Portanto, escute a voz de Deus, mais que a dos humanos insensíveis ao bem. Escute a voz do amor, da paz e da alegria no espírito.
A mulher tem inestimável valor, tanto que pode ser professora nessa matéria sobre valorização e autoestima numa sociedade de mente xenofóbica.
Ninguém precisa portar armas para se tornar um assassino na sociedade, basta somente olhar, falar e agir sem amor pelo próximo, para ser um autêntico mutilador de vidas. A mulher, assim como o homem, foi feita à imagem e semelhança de Deus, e o segundo maior mandamento é o amor ao próximo.
Bendito seja o povo que ama a Deus enquanto trata de cuidar bem o próximo (Marcos 12.30,31).