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O ministério feminino tem base bíblica?

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O ministério feminino tem base bíblica?"As mulheres que são virtuosas podem sim e devem ser atuantes no ministério…"

Pr. Mauro Alves

Essa questão é uma das muitas dúvidas que pairam sobre grande parte não só dos membros, mas também da liderança da igreja evangélica contemporânea.

Todavia para que possamos compreender o assunto de modo pleno e cristalino precisamos estuda-lo à luz da Bíblia com um pouco mais de atenção!

Já no Antigo Testamento, não obstante a mulher viver em uma cultura extremamente machista e que a mantinha em uma posição subjulgada, todavia, ainda assim, ela teve notoriedade em diversos momentos da história dos Hebreus.

Em primeiro lugar é necessário entender que o ministério feminino está intrinsicamente ligado ao nazireado, que no contexto bíblico é um sacerdócio emergencial. É só lembrar que Samuel era sacerdote, porém não era da tribo de Levi, e sim de Efraim (1 Sm 1.1). Ou seja, ele era um sacerdote em caráter emergencial haja vista, a casa de Eli estar corrompida (1 Sm 2.27-31). Isso também acontece no Novo Testamento com João Batista, que mesmo sendo de uma família sacerdotal da tribo de Levi, ele atua no seu ministério pela porta do nazireado, visto que Anás e Caifás haviam corrompido o sacerdócio (Lc 1.5-7; cf. 7.33). É tão emergencial que os dois personagens aqui mencionados são filhos de mulheres estéreis (1 Sm 1.2; Lc 1.7). O nazireado poderia ser estabelecido por Deus antes do nascimento ou então por voto feito pela própria pessoa. Além do que tinha validade para ambos os sexos (Nm 6.1-8; cf. Jz 13.1-5). Temos também ainda no Antigo Testamento o caso de Débora que foi profetiza e juíza sobre Israel (Jz 4.4).

O ministério feminino no Novo Testamento

Ainda sobre a questão sacerdotal, no Novo Testamento o sacerdócio que está em evidência não é mais o de Levi. Pois com o advento de Jesus o sacerdócio passou a ser segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 7.7-12). Logo entendemos que, se no período da lei a mulher com todas as barreiras sociais e éticas teve o seu papel relevante, no contexto da história do povo Hebreu, imaginem no período da graça…

Ao observarmos o ministério de Jesus encontramos as mulheres sendo extremamente atuantes e importantes em diversos momentos, desde o seu inicio até o fim. Começando pelo seu nascimento (Lc 1.26-28; 8.2-3; Mt 28.1-7; Mc 14.1-9; 15.40).

Ao atentarmos com um pouco mais de esmero e atenção à narrativa do texto de Mateus 28.7 podemos fazer um paralelo e compreender um contraste com o texto do Gênesis 3.6. Ou seja, como foi à mulher quem trouxe a noticia para o homem que lhe causaria a morte, então Jesus disse para uma mulher: Vai e dá a notícia boa. Agora sobre a ressurreição. Jesus também se encontrou com uma mulher samaritana, e através desse encontro a mesma teve a sua vida transformada, além de se tornar uma evangelista. Não obstante ela ser samaritana e de vida duvidosa, mas Jesus disse: é necessário passar por Samaria. Com isso ele quebrou um dos maiores paradigmas daquela época (Jo 4.1-30).

Outro ponto importante é que a unção de Jesus foi confirmada por uma mulher (Is 61.1; cf. Mc 14.3). Ora, todos nós sabemos que quem dá a unção é Deus, mas é necessário que os homens confirmem (Ef 4.11-12). Se na eternidade Samuel tiver a oportunidade de dizer: “Eu ungi a Saul e a Davi…” Maria vai poder dizer: “Eu tive o privilégio de ungir ao Senhor Jesus”. Logo estamos vendo a importância das mulheres no ministério! É por isso que Ele fez um voto de Nazireu, mesmo não sendo um, e que não o quebrou, nem no momento de sua maior dor (Mt 26.29; Mc 15.23). Lembrando que o vinagre era usado como um atenuante da dor…

E quando estudamos um pouco o ministério dos apóstolos encontramos muitas mulheres atuando de forma muito efetiva em todos os âmbitos. Inclusive muitos eruditos estão de pleno acordo que Júnia, que era prima do apóstolo Paulo, foi uma apóstola mulher (cf. Rm 16.7). É claro que não é possível esgotar o assunto apenas em um artigo, mas vejamos mais algumas mulheres que foram extremamente atuantes e notórias, inclusive no ministério do ensino como Priscila que, segundo a tradição, foi responsável pelo discipulado na igreja de Éfeso juntamente com Áquila e Apolo (cf. At 9.36; 12.9; 16.13-15; Rm 16.3-16). 

Considerações finais

Quero no epílogo deste simples artigo dizer que não sou o dono da verdade, mas tenho como único objetivo contribuir para o crescimento do Reino de Deus. Logo, afirmo, e com embasamento bíblico muito sólido! Que é necessário termos um bom senso e deixar o machismo de lado, sabendo que as mulheres que são virtuosas podem sim e devem ser atuantes no ministério, o que não significa necessariamente que seja preciso ungi-las a qualquer que seja o cargo, mas elas tem todo o direito e sobretudo a capacidade para exercer qualquer papel na igreja contemporânea com todo o esmero, dedicação e qualidade igual e em alguns casos até melhor do que alguns homens…

A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Crsito em sinceridade! (Ef 6.24).

Amém!

Pr. Mauro AlvesMauro Alves
Ministro do Evangelho, pastor presidente da Assembléia de Deus Ministério Apologético em Colina- SP, Conferencista, Teólogo, Articulista e professor de Teologia nas seguintes matérias: Religiões e Seitas, Escatologia, Síntese do Antigo e Novo Testamentos, Pneumatologia, Teologia Sistemática e Antropologia bíblica.

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6 COMENTÁRIOS

  1. A paz do Senhor ao ministro Mauro Alves. Li seu artigo com atenção e não achei “muito sólido” como o irmão afirmou na conclusão do artigo e digo isso por razões de equívocos hermenêuticos do nobre articulista. Talvez foi devido ao espaço, pois como frisou o autor não se pode esgotar tal assunto em tão breve comentário. Mas aí vão meus questionamentos com respeito e amor:
    01 – Que paralelo existe entre Isaías 61.1 e Mc 14.6 sobre o assunto em questão? Simplesmente nenhum. Dizer “que quem dá a unção é Deus, mas é necessário que os homens confirmem (Ef 4.11-12)” é cometer uma falácia exegética tripla: a) A bíblia diz que Jesus recebeu uma unção diferente de todos os seus companheiros ou irmãos (Hb 1.9) e isso aconteceu no seu batismo (At 10.37,38); b) A unção relatada pelos evangelistas apresenta uma mulher que derrama bálsamo sobre a cabeça de Jesus e o próprio texto diz que foi uma “unção antecipada para a sepultura”. Nada com unção para o exercício de alguma função de Jesus. Até porque no Novo Testamento não temos mais o óleo como símbolo público de que alguém recebeu o reconhecimento de um dom dado por Deus para ser exercido na comunidade dos santos. Em substituição tem-se a imposição de mãos (At 6.6; At 13.3; 1Tm 4.14). E mesmo que se interprete erradamente como o articulista, destarca-se-ia a importância do ministério (serviço) de apenas uma mulher e não “a importância das mulheres no ministério”(ordenação eclesiástica) ao ponto de Jesus fazer um voto de nazireado sem ser Nazireu conforme disse o autor; e c) É sem sentido então comparar as expressões “Eu ungi a Saul e a Davi” de Samuel com a “Eu tive o privilégio de ungir o Senhor” de Maria. Qual o significado da palavra “unção” nesses dois exemplos dados pelo autor? Saul e Davi foram ungidos para serem reis de Israel. E no caso de Jesus qual foi a unção (função) que ele recebeu ali em Betânia na alegada “unção de Jesus confirmada por uma mulher”?

    02 – O autor usa 1Sm 1.1 para dizer que Samuel não era levita e, sim, efraimita e a partir dessa premissa errada conclui que o nazireado era uma espécie de sacerdócio emergencial. O que é isso? O texto de 1Cr 6.16-23 afirma claramente que Samuel era levita. O que 1 Sm 1.1 diz apenas é que Elcana vivia nas regiões montanhosas de Efraim. Como disse Norman Geisler: “Elcana era levita por descendência, e efraimita por localização geográfica.” Além do mais usar o sacerdócio veterotestamentário é um argumento contra e não a favor da ordenação ao pastorado feminino. Temos profetizas no AT e o autor citou até Débora, mas não temos sacerdotisas, até porque o governo e a responsabilidade docente em Israel repousava nos ombros dos sacerdotes e não dos profetas (Ml 2.7) e por isso eram sustentados pelos dízimos pelo trabalho na casa do Senhor. No NT a coerência é a mesma, temos profetisas (mulheres com dom de profecia) como as filhas de Felipe, mas não temos apóstolas, presbíteras ou bispas. Usar Júnia(s) como uma apóstola é desconhecer os problemas textuais: a) o nome Júnia(s) pode ser tanto masculino como feminino; b) a expressão “conhecidos dos apóstolos” ou “conhecido entre os apóstolos” significa que os apóstolos conheciam Andrônico e Júnia(s); e c) a palavra “apóstolo” mesmo com a interpretação do autor precisa ser definida, pois podia ser usada em modo diferente dos doze e Paulo como em Fp 2.25.
    03 – Condicionar a recusa do reconhecimento do ministério pastoral feminino ao sabor do machismo é chamar Jesus de marchista por não escolher nenhuma mulher para apostola; os apóstolos que escolheram sete diáconos homens para resolver problemas envolvendo viúvas (mulheres); também seriam marchistas; e o apóstolo Paulo que proibiu o ensino oficial as mulheres na congregação é o grande marchista mesmo com razões supracultuais como a criação e a queda citados por ele em 1Tm 2.12-12-14.

    • Olá Gildo Gomes! Que bom que vc respondeu ao meu comentário!
      Todavia achei seus argumentos sem solidez e com uma alta dose de machismo, além de tendenciosos… E quanto ao fato de Jesus não ter escolhido uma mulher para ser apóstola não significa que Ele era ou é machista… Outro sim se vc realmente é um bom hermeneuta e exegeta como se auto denomina, vc deve ter o conhecimento pleno de que o texto por vc citado em que o apóstolo Paulo afirma não permitir que a mulher ensine, está relacionado com um problema de ordem transcultural, além de estar carregado de tradição oriunda do judaísmo, do qual Paulo fazia parte, que subjulgava a mulher devido á queda original, não obstante o mesmo ser o apóstolo dos gentios… E quanto ao sacerdócio emergencial te aconselho estudar um pouco mais… Mas apesar das nossa divergências interpretativas eu respeito o seu comentário… Abraço!

      Pastor Mauro Alves

      • Irmão, graça e paz! li seu texto e fiquei com uma dúvida: Vc falou que a cultura era machista. Pergunto: Deus escolheu sacerdotes e não sacerdotisas, Jesus escolheu apóstolos e não apostolas, seria Deus machista? Se ele queria apresentar um sistema de sacerdotes que respeitassem a cultura “machista” ele não estaria se submetendo ao erro cultural? Precisamos definir quem é machista. Shalon!

      • Meu caro pr Mauro, os erros do seu texto foram bem assinalados pelo irmão Gildo. Além da prosa confusa e dos erros gramaticais, a simples menção de que Samuel não era levita já colocou sua argumentação em descrédito. E ao invés de contra argumentar, o pastor procura desqualificar o irmão.

  2. Paz do Senhor, fiquei feliz em ler o artigo do Pastor Mauro. Vivo em Londres, e as coisas na Europa sao bem diferentes, aqui a escassez de obreiros preparados. Eu sei que o homem e a cabeça e respeito meu marido como tal, mas ele veio para Jesus através da minha vida e ainda nao esta preparado para ser obreiro, ministro a palavra por graça de Deus, Deus usara quem estiver na brecha homem, mulher, jovem e crianca. Conheço igreja na Alemanha que so tem mulher, dirigida por um homem, mulheres cheias de temor casadas com alemão, que educam seus filhos na igreja, e aquele pastor mesmo contrariando a pratica do ministério te e de separar mulheres para o diaconato e para ministrar,e o que mais me magoa e saber que o povo de Deus ao invés de se unir, brigam uns com os outros achando se melhores e usando a palavra, aqui em Londres enquanto as igrejas nao se comunicam, os muçulmanos unidos tomam conta colocando na Terra de Jhon wesley, spurgeon e bunyan, seus costumes, religiões, mesquitas e a cada dia aumentam mais, porque sao unidos pelo Deus deles, lastimável e o fim dos tempos. Michele Pais

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