Marrocos celebra Dia do trono, em 30 de julho, o vigésimo primeiro aniversário da adesão do rei Mohammed VI ao trono. A celebração do dia do trono é feita em meio a uma grande perseguição religiosa aos não-muçulmanos, trazendo grandes mudanças para os cristãos daquele país.
Embora, o rei tenha vários projetos apresentados, que se concentrarem na justiça social, os cristãos são totalmente excluídos do processo, ou seja, não são alcançados por esses projetos beneficentes que visam atender uma grande parte da população marroquina.
Afinal, no país de maioria muçulmana (99,7%). Em Marrocos, ser marroquino significa ser considerado muçulmano e não apenas por familiares e a comunidade. Por conta disso, cristãos convertidos são constantemente presos e perseguidos por conta de uma campanha da polícia para forçá-los a voltar para o islamismo.
A Lei
“O código penal estabelece que todos os marroquinos sejam muçulmanos, então aqueles que se convertem ao cristianismo enfrentam problemas legais, além de ameaças a sua segurança”, disse Jawad Elhamidy, presidente da Associação Marroquina de Direitos e Liberdades Religiosas, à organização cristã ACN.
Sob a lei marroquina, proselitismo e conversão para outra religião que não seja o islamismo, é crime que leva à sentenças de prisão entre seis meses e três anos.Enquanto expatriados cristãos aproveitam de certa liberdade para praticar a fé, se não evangelizarem, a mesma liberdade não se aplica a cristãos marroquinos.
Sob pressão
“Se um marroquino entra em uma igreja, duas coisas podem acontecer. Ou um policial o prende, ou a liderança da igreja pede para a pessoa sair, a menos que o objetivo de estar ali seja turismo”, disse Elhamidy. Ele complementou que líderes de igreja são pressionados a não permitir que marroquinos entrem nas igrejas, já que podem ser presos por proselitismo.
Em 2019, o Marrocos entrou para a Lista Mundial da Perseguição 2020, da Portas Abertas que apresenta os 50 países onde é mais difícil viver como cristão. Desde então, o país subiu do 35º para o 26º lugar. O último relatório do país detalha uma “pressão extrema”, que força cristãos marroquinos a se encontrarem secretamente em igrejas domésticas. Essa é quase tão intensa quanto a pressão da família e comunidade sobre convertidos quando querem praticar a nova fé.