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Mães, esposas e filhos de PMs do ES reclamam melhores condições de trabalho

EM FOCO

Paulo Pontes
Paulo Ponteshttps://www.searanews.com.br
Fundador e CEO da Seara News Comunicação, jornalista, cidadão vilavelhense, natural de Magé (RJ), pastor, teólogo (Teologia Pastoral e Catequética), presidente do Diretório da SBB-ES, autor do livro Você Tem Valor.
Mães, esposas e filhos de PMs do ES reivindicam melhores condições de trabalho
‘Decidimos protestar a favor deles, porque eles não têm voz’, diz uma das manifestantes (Foto: Divulgação Movimento das Famílias PMES)

O protesto dos familiares de PMs e o impacto da violência no Estado do Espírito Santo

Por Paulo Pontes

Familiares de Policiais Militares no Espírito Santo protestam por melhorias salariais e melhores condições de trabalho da PM no Estado.

Assim como na região metropolitana da Grande Vitória, nos demais municípios do Estado capixaba manifestantes não permitem a saída de policiais e nem de viaturas dos batalhões. O Quartel do Comando Geral (QCG) em Maruípe, na capital teve a sua entrada bloqueada por familiares dos policiais.

Sem polícia, Espírito Santo vive dias de caos e insegurança. Em todos os 78 municípios do Estado não há policiamento nas ruas desde a última sexta-feira (4), a partir das 7h da manhã, quando as cidades capixabas ficaram sem policiamento nas ruas e diversos roubos e homicídios estão sendo registrados.

O secretário de Estado de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia criticou o fato dos familiares impedirem a prestação do serviço da Polícia Militar. Para ele, faltou aos familiares um pensamento no coletivo. “Eles precisam pensar no interesse de toda a sociedade. Compreendemos os problemas e vamos continuar conversando com os militares, mas pedimos compreensão sobre a necessidade de se prestar um serviço essencial para a sociedade”, assinalou o secretário, em entrevista.

O secretário admitiu que há defasagem salarial, mas disse que os policiais militares não foi a única categoria que sofreu com a crise financeira do pais.

“É inegável que houve uma perda salarial para os trabalhadores. São quase 13 milhões de desempregados e o policial militar também teve suas perdas, nós não podemos negar. Mas temos que negociar mantendo os serviços em andamento”, acrescentou.

Reivindicações

Além do reajuste salarial, os familiares pedem o pagamento de auxílio alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno. Também denunciam o sucateamento da frota, a falta de coletes balísticos e também perspectiva de carreira. Reclamam que o salário deles – R$ 2.640 – é o pior do pais, em comparação com o da PM dos outros estados da federação,

Os familiares justificam o protesto, considerando que os policiais militares são proibidos pelo Código Penal Militar de protestar, fazer greve ou paralisação. O policial militar que participar de atos como esse pode ser penalizado como até dois anos de prisão.

Impasse

Todos esperam um posicionamento do governo do Estado, mas através de seus representantes o governo diz que só negocia se os policiais estiverem nas ruas. Por outro lado, esposas de PMs que participaram de uma conversa com o governo disseram que nenhuma proposta foi apresentada pelo secretário. “Tentaram empurrar a gente com a barriga. Todos os batalhões vão continuar fechados”, disse uma enfermeira, que esposa e sogra de policiais militares.

Caos

O Estado está parado! Não há ônibus circulando. O comercio está fechado por causa do vandalismo e da onda de arrombamentos. Os assaltos, roubos e furtos de veículos aumentaram consideravelmente, em apenas um dia foram cerca de 200 automóveis levados por bandidos.

As ruas estão vazias, e movimento mesmo somente nas delegacias onde pessoas querem registrar B.Os.

Os casos de homicídios chegaram a mais de 70 em 4 dias. O DML chegou a fechar as portas para não receber mais cadáveres tendo superado a capacidade de atendimento, que em condições normais são, em média, 3 por morte violenta, a cada final de semana. Mas para atender a demanda, o governo disponibilizou uma nova câmara frigorífica para o DML.

Opiniões

Entre a população do estado as opiniões são divergentes. A maioria apoia o protesto, mas discordam da forma como o ato é realizado.

“Sou solidário à causa da PMES, mas deixar a população a mercê da bandidagem é irresponsabilidade. Eles estão usando a família para fazer valer o protesto que como militares não podem fazer”, disse A.G. morador de Serra.

“Sei que está difícil, mas os familiares dos policiais estão passando necessidade, deveríamos nos colocar no lugar deles. Culpar os militares é fácil, mas viver a vida deles é difícil”, disse E.R. de Cariacica.

Ocupação

Ontem (6), homens do 38º BI do Exército Brasileiro começaram a ocupar as ruas da Grande Vitória. Foram 200 homens, e outros 800 deverão chegar ao Espírito Santo nas próximas horas, mas a população ainda está acuada e com medo. 

Mães, esposas e filhos de PMs do ES reivindicam melhores condições de trabalho
“As forças armadas já estão em Vitória, já estão nas ruas”, disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann – (Foto: Governo do ES) – clique para ampliar

 

Por onde passava, o comboio do exército era aplaudido pelos populares. A Presidência da República autorizou a atuação dos militares atendendo pedido do governador em exercício, César Colnago. A ordem verbal feita pelo presidente Michel Temer ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, pediu o envio de 800 homens do Exército Brasileiro para se juntarem aos 200 que já estão atuando no Espírito Santo para retomar a segurança no Estado. Os homens devem chegar ao Estado nesta terça (7). Esta informação é do próprio ministro da Defesa, declarada no fim da tarde desta segunda-feira (06), em reunião no Palácio Anchieta, em Vitória.

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