Na manhã de 7 de março, a aldeia de Kuriga, localizada no estado de Kaduna, Nigéria, foi palco de um audacioso sequestro envolvendo mais de 300 crianças e adolescentes de uma instituição de ensino primário e secundário. O ataque, atribuído a grupos de extremistas islâmicos e criminosos, revela uma tendência preocupante, onde o sequestro se transformou em um “negócio” lucrativo para essas organizações.
Esse incidente trágico é o segundo sequestro em massa no país, em menos de uma semana. De acordo com moradores locais, extremistas islâmicos sitiaram uma escola estatal na cidade de Kuriga, no estado de Kaduna, por volta das 8h, momento em que os estudantes se preparavam para iniciar o dia escolar.
Apesar dos esforços para resgate, apenas alguns estudantes foram liberados. As autoridades haviam dito anteriormente que mais de 100 estudantes foram feitos reféns no ataque. No entanto, o diretor da escola disse ao governador de Kaduna que o número total de desaparecidos após a contagem é de 287, que continuam sob o controle dos sequestradores.
O episódio salientou a gravidade da situação e a necessidade urgente de intervenção por parte das autoridades, considerando a estratégia incerta para alcançar esse objetivo, diante do histórico de sequestros não resolvidos no país.
O ataque não foi reivindicado por nenhum grupo até o momento, nas as suspeitas reincidem sobre grupos armados associados a ataques violentos e sequestros em busca de resgate ao longo das últimas décadas.
Este episódio acentua uma grave crise de segurança na Nigéria, com relatos de sequestros frequentes, especialmente no norte do país. Grupos como Boko Haram e Estado Islâmico operam livremente em algumas áreas, enquanto milícias como os pastores Fulanis realizam ataques direcionados aos cristãos.
O porta-voz da Portas Abertas na África Subsaariana, disse: “Estes não são raptos isolados. Os ataques e sequestros – especialmente no Norte da Nigéria – pioraram gravemente na última década. Os cristãos estão entre aqueles que são especialmente visados”.
Violência no cotidiano
Alguns dias antes, cerca de 200 mulheres e meninas que vivem em um campo de deslocados, saíram para procurar lenha e foram raptadas por soldados do grupo Boko Haram em Gamboru Ngala, estado de Borno.
Há anos, grupos extremistas islâmicos, incluindo o Boko Haram e o Estado Islâmico, operam livremente em partes da Nigéria.
E grupos como os pastores Fulani, também conhecidos como milícia Fulani, são frequentemente muçulmanos radicais que têm como alvo os cristãos com ataques implacáveis a aldeias em todo o país da África Ocidental.
Infelizmente, os raptos de alunos não é algo novo no país em 6º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024. Em abril de 2014, 275 meninas foram sequestradas no vilarejo de Chibok, no estado de Borno, 95 delas ainda estão desaparecidas.
De acordo com a pesquisa da Portas Abertas, estima-se que mais de 37.500 pessoas foram mortas desde o início da insurgência do Boko Haram em 2011. Os extremistas invadem e destroem vilas inteiras, matam homens, mulheres e crianças cristãs, sequestram, abusam sexualmente de mulheres e meninas e obrigam os garotos a se juntarem ao grupo.