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Eu não uso bengala!

EM FOCO

Robson Aguiar
Robson Aguiar
Teólogo, articulista, comentarista cristão, e pastor presidente da Assembléia de Deus, em Caetés III, Abreu e Lima-PE,

Eu não uso bengala!Por Robson Aguiar

Um assunto muito interessante dentro da comunidade cristã diz respeito aos usos e costumes, amplamente discutido entre nós. Na verdade, esse é um assunto muito importante  e que vai além das fronteiras das igrejas cristãs alcançando outras religiões tais  o budismo e islamismo por exemplo.

Esse assunto abrange a língua, a música, a liturgia, as vestes, ornamentos, e uma série de outras coisas voltadas para a cultura.

Para não abrir muito o leque, por hora quero me prender apenas as vestes, uma vez que na denominação a que pertenço é bastante valorizado o modo como nos vestimos.

Bem, a história da veste começa ainda no Édem, quando Deus não aceitou o modelo de roupa confeccionado pelo casal edênico e confeccionou outra vestimenta mais adequada para o casal. Gn 3.21

Vemos também o profeta Elias sendo reconhecido por um modelo de roupa que nos dá a idéia de diferença dos demais “E eles lhe disseram: Era um homem peludo, e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então disse ele: É Elias, o tisbita”. 2 Reis 1:8

Observemos as roupas judaicas, que também foram usadas pelos apóstolos e o próprio Cristo;

Túnica(Gr. chiton), camisola ou roupa íntima. Geralmente eram de mangas e se estendiam até os pés, por vezes ao joelho usada por baixo da capa. Geralmente as túnicas masculinas eram curtas e as femininas longas, feitas de linho, saco, algodão ou até pele de carneiros, tinham duas partes costuradas horizontalmente, embora a túnica usada por Jesus não tivesse costuras. O texto de João nos dá a entender que Jesus estava nú na cruz  Jo 19.23; Lv 8.7 As masculinas eram coloridas. Gn 37.26 Nesse texto vemos respaldo da roupa íntima.

Capa (Gr.himation), Vestido ou manto usado por cima da túnica, para não ser considerado nu. Nm. Lv 8.7

E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se, e foi ter com Jesus. Mc 10.50.

Quando vieres, traze a capa que deixei em trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. 2 Tm 4.13.

Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses. Lc 6.29.

Essas roupas eram caras, um pobre geralmente tinha dificuldade de ter mais de uma, e era comum trocar uma roupa por um escravo.

Sandálias

Eu não uso bengala!

Lenço de cabeça

Baseados nessa informação, se partíssemos para preservação dos costumes da igreja primitiva em relação ao modo como se vestiam, teríamos o modelo de vestido curto, vestido longo, manto, sandálias, e toca lenço de cabeça também chamada taeia. Isso, nos tempos bíblicos. Então porque não estamos vestidos assim? Quebramos a tradição, os bons costumes da igreja primitiva?

Vamos adiante:

Vocês acreditam que nos vestimos como os reformadores? Claro que não!

Como diria o inglês “As you can see” (como podem ver), se fossemos seguir a risca os usos e costumes dos primeiros cristãos, estaríamos todos vestidos como a figura abaixo:

Eu não uso bengala!

Nossa liturgia seria parecida com a dos cristãos reformados, não usaríamos bateria e nem guitarra elétrica, no máximo um teclado. A prioridade seria a Palavra.

Então de fato não seguimos as tradições de nossos pais apostólicos e nem muito menos dos reformadores e até mesmo dos primeiros missionários pentecostais, pois, a exemplo da figura abaixo, nós não usamos bengala e chapéu e as nossas irmãs não usam vestidos longos e chapeis.

Eu não uso bengala!

Não quero fazer com isso apologia a mudanças em nossa maneira de se vestir, pois temos que ser diferentes do mundo, inclusive nas vestes, pois elas podem refletir pudor e honra e sensualidade e vergonha. Além disso, há de se convir que nós crescemos com essa cultura. Mas, também não podemos demonizar as pessoas que não conservam usos e costumes, mas que se vestem descentemente, sem trazer escândalos.

Não podemos ser legalistas, achando que por usar roupa “A” ou “B” nos tornamos mais santos do que os demais. Tem vestido muito mais sensual do que calças e tem calça masculina mais sensual do que bermudas.

Sabemos que os tempos mudam, a cultura também é mutável, e isso não nos passa despercebido, basta ver que a um tempo atrás, as irmãs da Assembléia, não usavam cintos,  e nem broches de cabelos, ou  anéis e até mesmo cortar as pontas dos cabelos, tinha ministério que não permitia televisão, e até hoje não consagra obreiro que usam bigodes, isso tudo dentro das Assembléias de Deus, mas, hoje já não é assim. Recentemente soube que na AD de Santo Amaro em São Paulo, foram liberados os usos e costumes, se isso é verdade, então os irmãos daquele ministério terão outra postura em relação ao tema. Não quer dizer que todas as igrejas assembleanas farão o mesmo.

Nos anos 20 em Long Beach, na Califórnia era contra a Lei os homens estarem na praia sem camisa, os que desobedeciam eram multados, um ano depois a prefeitura baixou um decreto autorizando e 2 anos depois desse decreto, quem estava na praia de camisa era considerado quadrado.  Burns, Bàrbara, Costumes e culturas. Vida Nova. São Paulo, 1995.p.111.

A atriz alemã Marlene Dietrich foi a primeira mulher a usar calça publicamente nos anos 20, pois quando a calça foi criada seu alvo era exclusivamente o homem. A atriz morreu em 06 de maio em Paris. (Fonte: IstoÉ/1931. 25/10/2006 –Edição Especial 30 anos – 1992 –Mémoria – Editora  Três – p. 157).

Lógico, que a calça hoje já não está mais ligada apenas ao sexo masculino, embora no início tenha sido. Lembramos que as cores rosas e vermelhas tinham conotação com o homossexualismo e com a prostituição, hoje, já não tem, homens vestem camisas e gravatas rosas e mulheres roupas vermelhas.

O tema é polêmico, e não quero parecer absoluto em minhas colocações, no entanto, acho que estou expondo fatos e não simplesmente argumentos.

Minha conclusão é que permaneçamos no primeiro amor, mas, que tenhamos consciência que no tocante as vestes não nos vestimos como os nossos pais, e nem temos o direito de condenar as pessoas que também não o fazem. Todavia, se sou assembleano, tenho que aceitar as normas da minha igreja, se sou batista ou presbiteriano, idem.  E assim seguimos dentro do contexto em que estamos inseridos, mas independente da denominação a que pertencemos, temos que ter vestes dignas de nossa fé.

VEJA A RECOMENDAÇÃO BIBLICA SOBRE ROUPAS:

“Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, Mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.” (1 Timóteo 2:9-10).

Em outra versão,

"Quero também que as mulheres sejam sensatas e usem roupas decentes e simples. Que elas se enfeitem, mas não com penteados complicados, nem com jóias de ouro ou de pérolas, nem com roupas caras! Que se enfeitem com boas ações, como devem fazer as mulheres que dizem que são dedicadas a Deus! 1 Tm 2.9-10.

 Bíblia linguagem de Hoje.

Parece que o tema principal no texto acima não é  roupa em si, em seus modelos, mas a vaidade exagerada, o pudor e a decência.

Abraços meus amigos.

Pr. Robson Aguiar

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Obs.: É permitido a cópia para republicações, desde que cite o autor e as respectivas fontes principais e intermediárias, inclusive o Seara News informando o link www.searanews.com.br. Mais informações em nossa página: “Jurídico”.

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