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Em defesa da Assembleia de Deus

EM FOCO

Ciro Sanches Zibordi
Ciro Sanches Zibordi
Casado com Luciana e pai de Júlia. Pastor na Assembleia de Deus da Ilha da Conceição, em Niterói-RJ; pregador do Evangelho, professor de Hermenêutica, Exegese e Teologia Sistemática, autor e articulista. Formação: Teologia (Faculdade Evangélica de São Paulo-SP); Português-Francês (Universidade Federal Fluminense-RJ); Relações Internacionais (Universidade La Salle-RJ). Membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e da Casa de Letras Emílio Conde; colunista do CPAD News; articulista do Mensageiro da Paz (CPAD); autor dos livros: Erros que os Pregadores Devem Evitar (bestseller; série de 3 volumes); Procuram-se Pregadores como Paulo; Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria; Erros que os Adoradores Devem Evitar, etc.; coautor de Teologia Sistemática Pentecostal, todos da CPAD. Pastoreou congregações na AD do Ministério do Belém-SP e foi copastor da AD Cordovil-RJ; atuou na CPAD (RJ) como gerente de TI e editor (2001-2008).
Em defesa da Assembleia de Deus
Culto em igreja evangélica – Foto: reprodução

 

Por Ciro Sanches Zibordi

Sou pastor da Assembleia de Deus, mas estou longe de ser assembleiólatra. Jamais ignorei os problemas ligados à minha denominação e, há algum tempo, por exemplo, posicionei-me contra o envolvimento da liderança de uma das importantes convenções assembleianas com o saudoso (ops!) “reverendo” Moon. Outra prova de que não me apego de modo idolátrico à denominação à qual pertenço é o fato de reconhecer o lado bom de outras igrejas, como fiz, há pouco tempo, ao elogiar a Igreja Presbiteriana do Brasil por sua posição contrária às “seitas neopentecostais”.

Entretanto, não é pelo fato de eu ser cristão, pentecostal e assembleiano que não apoio a conduta dos evangélicos (evangélicos?) antipentecostais e antiassembleianos. Não concordo com eles porque, em João 7.24, o Senhor Jesus asseverou: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça”. E muitos oponentes da denominação pentecostal Assembleia de Deus estão sendo injustos em sua criticidade extremada.

Julgar segundo a reta justiça não é: generalizar, tomando a parte pelo todo; julgar sem conhecer a estrutura de uma denominação; confundir fatos com boatos, principalmente quando se trata de denúncias ligadas a candidatos A e B; basear-se em factoides para acusar denominações de envolvimento com sociedades secretas; ignorar a história; não reconhecer o lado bom de uma instituição, principalmente quando este é muito superior a fatos negativos isolados.

Vejo na Internet blogs e vídeos no YouTube antiassembleianos, bem como recebo e-mails contendo acusações à Assembleia de Deus, de modo genérico. Mas pergunto: A culpada pelos despropósitos mencionados pelos acusadores é a denominação histórica em apreço, ou os pretensos pastores que não fazem jus ao título ministerial que receberam, visto que apresentam condutas e posturas antiassembleianas e até anticristãs?

Ora, Assembleia de Deus é uma denominação que tem sofrido na mão de muitos enganadores, assim como Igreja Batista, Igreja Presbiteriana etc. Um dia desses, por exemplo, eu deparei com uma igreja exótica chamada Igreja Batista Ministério Deus É Pentecostal. Seria justo que eu verberasse contra a Igreja Batista, de modo geral, por causa do que vi? Claro que não! Além de generalizar, eu estaria mostrando que desconheço o fato de essa histórica denominação ter se dividido e se subdividido, ao longo dos anos.

Há várias igrejas locais espalhadas pelo mundo que não fazem jus ao perfil de suas denominações históricas. E, assim como a Igreja Batista, a Igreja Presbiteriana, a Igreja Metodista, a Igreja Quadrangular etc. devem ser respeitadas como denominações históricas, a Assembleia de Deus, que está às vésperas de completar 105 anos, também merece todo o respeito. Por isso, faz-se necessário priorizar-se, nas críticas, somente a parte envolvida, e não o todo.

Quem conhece a complexa estrutura da Assembleia de Deus, em sua totalidade, sabe, por exemplo, que as suas duas maiores convenções nacionais, a CGADB e a CONAMAD, são instituições com lideranças e projetos distintos, a despeito de ostentarem a mesma denominação. Outro exemplo: a maioria dos Estados brasileiros possui pelo menos uma convenção de ministros local ligada à CGADB, e cada uma dessas convenções estaduais são, em certo sentido, independentes, assim como os ministérios associados a elas. Como responsabilizar a instituição Assembleia de Deus, de modo geral, por causa de acontecimentos isolados?

Em suma, o que desejo dizer é que a Igreja Evangélica Assembleia de Deus é muito maior que pastores (ou grupos de pastores) que têm se desviado da verdade por amor ao dinheiro (2 Pe 2.1-3; 2 Co 2.17) e outros interesses. Ela é muito maior que disputas políticas e desavenças pessoais. Por isso, não considero justo denegrir denominações históricas, reconhecidamente compromissadas com o Evangelho, por causa de acontecimentos isolados recentes.

Se a criticidade generalizante fosse justa perante Deus, nenhuma denominação histórica escaparia. Todas elas, sem exceção, em algum momento, tiveram em suas fileiras pessoas mal-intencionadas que promoveram escândalos. Penso que a crítica relevante e proveitosa é feita segundo a reta justiça, levando-se em consideração todas as exceções possíveis.

Por graça de Deus, viajo bastante para ministrar a Palavra do Senhor e tenho conhecido a Assembleia de Deus de modo abrangente, em todo o Brasil e fora dele. E posso afirmar, de modo peremptório, que essa denominação tem em suas fileiras valorosos homens de Deus em todas as convenções (como as já citadas CGADB e CONAMAD) e ministérios. Sou até capaz de citar de memória, nomes de alguns referenciais da Assembleia de Deus, mas não farei isso para não correr o risco de não mencionar eminentes pastores que fazem parte dessa igreja centenária.

De um assembleiano que ama a Assembleia de Deus, mas adora o Deus da Assembleia.

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