Elias foi um profeta corajoso e exemplar, tornou-se a pessoa mais qualificada para ser o protótipo do precursor de Cristo. Falou ao rei Acabe e denunciou a impiedade de Israel. (Ml 4.5,6; Lc 1.17). Era um verdadeiro “homem de Deus”, falava, com ousadia, não para agradar às multidões, mas como um servo fiel a Deus (Gl 1.10; 1 Ts 2.4; Lc 1.17). Assim como Elias foi chamado para mostrar quem é o verdadeiro Deus de Israel, todos nós cristãos, somos chamados para defender o evangelho de Cristo contra possíveis distorções, transigência com o mal e desvios doutrinários (Fp 1.17; Jd v. 3).
I – O DESAFIO NO MONTE CARMELO
1. O zelo de Elias o pôs diante de um confronto
O profeta Elias, propôs ao povo uma escolha definitiva entre seguir a Deus ou a Baal (Ez 20.31,39). Os israelitas achavam que podiam adorar a dois deuses ao mesmo tempo, querendo servir a dois senhores, o Deus verdadeiro e Baal. O pecado deles era o de terem o coração dividido (Dt 6.4,5). Entretanto, o próprio Cristo advertiu contra essa atitude fatal (Mt 6.24; Dt 30.19; Js 24.14,15).
2. O problema de não saber a quem adorar
Paulo escreveu aos Coríntios, advertindo-os sobre a adoração pagã, entretanto na Grécia antiga, havia ídolos nas esquinas das ruas e nas casas. Várias sociedades cívicas prestavam homenagem aos seus deuses favoritos. A idolatria viola a união do cristão com Cristo (1Co 10.21). Os ídolos em si mesmos não apresentam nenhuma ameaça (1Co 10.19); no entanto, o perigo são os demônios (1Co 10.20), que, sem serem percebidos pelos adoradores, estão camuflados cegando as pessoas e são os verdadeiros objetivos da adoração aos ídolos.
3. O desafio do fogo
No horário em que habitualmente o sacrifício da noite era oferecido, Elias orou, como uma pessoa obediente pode rogar, para que Deus pudesse responder, afastar o seu povo de Baal e Aserá, e trazê-lo de volta para Si. O Senhor respondeu a Elias, honrou os fiéis israelitas com a sua santa presença, consumindo a lenha, o sacrifício encharcado de água e o próprio altar. O povo, cheio de admiração e espanto, confessou o que todo homem deve confessar, quanto mais cedo na vida, melhor: “Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus!”
II. A ORAÇÃO DE ELIAS
1. Os preparativos de Elias
As doze pedras, que Elias usou simbolizavam as doze tribos de Israel, foram colocadas no altar com a finalidade de retratar o desejo de Deus para a unidade entre as tribos e o projeto de Deus para Israel.
2. Uma oração confiante
O objetivo de Elias no seu confronto com os profetas de Baal, e a oração que se seguiu, foi revelar a graça de Deus para com o seu povo. O desejo de Elias era que o povo se voltasse para Deus.
3. A misericórdia de Deus
A oração que Elias fez nos mostra uma fé ousada. Temos aqui um servo que faz tudo para a glória de Deus e a salvação de seu povo. O povo volta-se para Deus com arrependimento, reconhecendo que só o Senhor é Deus. Essa é a certeza de que Deus responde aos seus fiéis.
III. ELIAS EM HOREBE
1. Os feitos e a exaustão do profeta
Os profetas de Aserá ficaram vivos, pois não estavam presentes no momento em que os profetas de Baal foram mortos, isso pode ter sido a causa, o desânimo, enfim as razões que o levaram a empreender a longa jornada até Berseba, que ficava na extremidade sul de Judá. Elias aparentemente esperava que o rei exercesse sua autoridade e influência sobre Jezabel, para uma correção, mas, sem dúvida, ele não o fez.
2. O pedido para morrer
As necessidades de Elias eram evidentes, como as necessidades de outro homem qualquer (Tg 5.17), assim ele desejava se retirar para longe e ficar sozinho, ele se sentia tão deprimido a ponto de desejar que sua vida logo terminasse.
3. A resposta de Deus
Debaixo da sombra protetora de um zimbro, ou junípero, Elias se sentia desanimado, porém, Deus sabe, muito mais que a própria pessoa, o que é necessário, se é dormir, alimentar e até mesmo refletir. Entretanto, com o toque especial de Deus, e através do alimento trazido por um anjo, Elias se fortaleceu e pode fazer a longa jornada (280 quilômetros) em direção a Horebe, ao sul (ou Sinai). Através de uma fala delicada, era a maneira de Deus mostrar que seus desígnios podem ser cumpridos através da paciência e de um longo sofrimento. Às vezes, os homens de Deus encontram nesse exemplo uma lição difícil, porém, necessária.
CONCLUSÃO
Elias poderia ser chamado de “segundo Moisés”. Em Elias a força profética atingiu o seu clímax. Ele desempenhou o seu ministério com profundo zelo pela lei de Deus e pela glória de Jeová, e, assim, como Moisés, o seu ministério foi acompanhado de realização de milagres, entretanto, nenhum profeta veio supera-lo neste aspecto. Com veemência, condenou a apostasia e a iniquidade em Israel, e conclamou o povo a voltar-se para Deus, observando as suas leis, em um tempo de apostasia que veio atingir o máximo nos dias do rei Acabe e Jezabel.