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Edificados sobre os fundamentos dos apóstolos e dos profetas

EM FOCO

Aniel Ventura
Aniel Ventura
Natural de Afonso Cláudio (ES), casado com Deuzeny Ribeiro, pai de Fellipe, Evangelista da Assembleia de Deus Ministério de Cobilândia, em Vale Encantado, Vila Velha (ES), Bacharel em Teologia pelo Instituto Daniel Berg.
Edificados sobre os fundamentos dos apóstolos e dos profetas
Capa da Lição 8 – 2T2020 – Edificados sobre os fundamentos dos apóstolos e dos profetas | Foto: Stockfresh

Escola Dominical – Comentário de apoio da Lição 8, do 2º trimestre de 2020 – Edificados sobre os fundamentos dos apóstolos e dos profetas.

Por Aniel Ventura

O título da lição deste domingo é bem sugestivo: Edificados sobre os fundamentos dos apóstolos e dos profetas.

A expressão família de Deus encontrada em Efésios, inspirou a ideia da construção de uma casa. Obviamente essa casa é um templo, ou seja, o lugar da morada do Espírito Santo de Deus.

I – UM EDIFÍCIO ESPIRITUAL

1. O Santuário Judeu

Através da morte de Cristo na cruz, as barreiras que separava judeus e gentios foram destruídas, trazendo a paz entre os dois grupos. Flávio Josefo escreveu que nesta parede havia uma inscrição, em grego e latim avisando que “nenhum estrangeiro poderia passar pela barreira que circundava o santuário na sua parte interna. Quem fosse apanhado ali seria culpado de sua própria morte” (At 21.28,29). A “derrubada” dessa parede refere-se simbolicamente à reconciliação realizada por Cristo.

2. O Santuário Cristão

No século primeiro, viviam no império romano, apenas 10% dos judeus, porém eram tidos como especiais devido ao seu relacionamento único com Deus, legado de seus antepassados: As promessas da aliança feitas a Abraão e a lei entregue a Moisés, criaram um sentimento de superioridade dos judeus e de hostilidade com os gentios. No entanto a morte de Cristo eliminou a hostilidade proporcionando a ambos o acesso a Deus através da cruz. Podemos aprender aqui e buscar a unidade com nossos irmãos em Cristo, seja qual for a sua raça ou formação, de maneira a ser um santuário só e influenciar o mundo mostrando a santidade de Deus através de nossas vidas.

3. A Pedra Angular

A Pedra é uma expressão encontrada em vários versículos bíblicos. Foi traduzida como “pedra mais importante”, “pedra de remate”, “primeira pedra”, “pedra chave”. Esse termo ocorre na visão de Zacarias, onde a nação de Israel aparece sendo uma lâmpada de testemunho, que alimentada do óleo do Espírito, pelo Sacerdote-Rei Messias. Na inauguração dos prédios das igrejas, comumente são feitas uma solenidade ou culto especial para o assentamento da pedra angular. Jesus é a pedra rejeitada pelos homens (At 4.11).

4. Cristo, a Pedra Principal

Paulo comparou o conjunto de crentes como um edifício de Deus, levantado sobre o alicerce dos profetas e apóstolos e Cristo é a pedra angular (ou de esquina; Ef 2.19-22). Na Era do Milênio, para a qual aponta o castiçal de ouro de Zacarias 4.1-7, Cristo também se manifestará como a Pedra Angular do Templo de sua aliança.

II – O FUNDAMENTO: APÓSTOLOS E PROFETAS

1. O Conceito de Apóstolos

O termo apóstolos (gr. απόστολος) vem do verbo apostellein, (ἀποστέλλειν) “enviar”,“remeter”. O subs­tantivo e o verbo foram usados na LXX traduzindo o hebraico shalah(שָׁלָה) e seus derivados. Estas palavras gregas e hebraicas são usadas para “mensageiros” com ênfase naquele que envia, onde o agen­te se torna uma extensão da personalidade e influência do mestre (Gn 45.4-8; 1 Rs 14.6).

2. A Doutrina dos Apóstolos

O dever dos apóstolos era alcançar pessoas através do evangelho, treinar e conduzi-los à comunhão com os outros cristãos:

a) Era ensinado aos novos convertidos que eles deve­riam perseverar na doutrina dos apóstolos (At 2.42). A uniformidade da crença relacionada à pessoa de Cristo, baseava-se no testemunho ocular de seus seguidores.

b) Os novos convertidos eram levados a partilhar da comunhão da Igreja. A palavra grega comunhão (κοινωνία – koinonia) significa compartilhar com outros cristãos.

c) Os novos crentes eram incentivados a partir o pão, uma referência à ceia do Senhor (1 Co 11.23,24). Alguns creem que é uma referência à festa do Amor, uma refeição de comunhão da Igreja primitiva.

d) Também eram ensinados a disciplina da oração. Orações eram parte essencial do crescimento espiritual dos crentes no início da Igreja.

3. O Testemunho dos Profetas

O termo grego prophetes (προφήτης), “aquele que fala sobre o que está porvir”, um proclamador ou intérprete da revelação divina. No A.T. hebraico encontram-se diversas palavras cujo significado preciso deve ser definido mais pelo seu uso do que etimologicamente, nesse caso a palavra mais usada é “nabi” (heb נָבִיא). Várias tentativas foram feitas pelos estudiosos para descobrir o significado etimológico dessa palavra. Entretanto, sua utilização co­mum mostra a força que possui. Dessa for­ma, em Deuteronômio 18.18, Deus afirma que o profeta (nabi – נָבִיא) declarará tudo que ele lhe ordenar.

III – EDIFICADOS PARA MORADA DE DEUS

1. Edifício bem ajustado

A expressão, “bem ajustado” (gr. συναρμολογουμένη), descrevem, a construção romana, onde os trabalhadores (escravos) moviam grandes pedras até que elas se encaixassem perfeitamente umas às outras. A igreja, também foi assim ajustada e por isso continua a crescer. Cada peça do edifício, isto é, cada crente, estão perfeitamente encaixados na construção e todas as peças alinhadas no alicerce que é Cristo.

2. Templo Santo no Senhor

No Antigo Testamento, a “morada” de Deus referia- se, ora à nação de Israel, ora ao Tabernáculo ou Templo. No Novo Testamento, esta morada é no interior de cada crente fiel. A igreja torna-se um templo santo por causa da presença do Deus Santo. A união de Deus com o povo e a unidade de pessoas anteriormente alheias entre si só poderia acontecer através da pessoa de Cristo Jesus.

3. Morada do Altíssimo

Os homens sem Deus podem edificar torres como Babel, pirâmides como as do Egito, arranha-céus como os de Nova Iorque e todos os templos já edificados no mundo. No entanto o Espírito Santo edifica a igreja, corpo de Cristo, um verdadeiro milagre da parte de Deus. “Dois ou três indivíduos, quando reunidos em nome de Cristo, são unidos pelos laços do amor perdoador de Deus, perfazem tão grande maravilha da arquitetura que até os anjos dos céus a admiram” (Wedel, in loc.).

Se formos realmente fiéis e dermos oportunidade ao Espírito Santo, ele fará de nós uma habitação de Deus digna de receber o título de templo e morada do Altíssimo.

Conclusão

No mundo antigo existiam muitas barreiras e cercas. O judeu odiava e considerava o não judeu odiado e desprezado também por Deus. Os gregos incluíam os bárbaros entre as bestas e pensavam que fazer guerra contra eles era algo natural. Hoje em dia ainda existem cortinas de ferro, barreiras alfandegárias e divisões entre muitas nações, classes, raças e até mesmo nas igrejas. Nestes dias em que muros dividem raças, classes e credos devemos confrontar o mundo com a mensagem poderosa de Cristo, onde não há “nem escravo nem livre, nem judeu nem grego, cita ou bárbaro, mas Cristo é tudo em todos” (Cl 3.11).

Bibliografia
– Champlin – Novo Testamento Interpretado
Vol.4 – Hagnos
– Comentário Bíblico N.T. Aplicação Pessoal – Vol. 2 – CPAD
– Guia do leitor da Bíblia – Lawrence O. Richards – CPAD
– Dicionário Bíblico Wycliffe – Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea – CPAD
– William Barclay – Comentário do Novo Testamento – Efésios

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