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Vila Velha

Dons de Elocução

O apóstolo Paulo fala de outros dons que são distintos da evidência inicial do batismo com o Espírito Santo

EM FOCO

Aniel Ventura
Aniel Ventura
Natural de Afonso Cláudio (ES), casado com Deuzeny Ribeiro, pai de Fellipe, Evangelista da Assembleia de Deus Ministério de Cobilândia, em Vale Encantado, Vila Velha (ES), Bacharel em Teologia pelo Instituto Daniel Berg.

Dons de Elocução

Além do batismo com o Espírito Santo, cuja evidência inicial são as línguas estranhas, o apóstolo Paulo fala de outros dons que são distintos da evidência inicial do batismo, ele apresenta a variedade de línguas, a interpretação de línguas e a profecia, entretanto, ambos os dons são inseparáveis. Esses três dons formam a categoria dos dons de elocução.

No Antigo Testamento, os profetas eram pessoas revestidas do “ministério profético”, e sempre iniciavam a mensagem, dizendo: “Assim diz o Senhor” ou: “Veio a mim a palavra do Senhor”. No caso do dom de profecia, no Novo Testamento, a mensagem vem diretamente de Deus e é transmitida como se o próprio Deus estivesse falando.

I. DOM DE PROFECIA (1 Co 12.10)

No Novo Testamento, a palavra “profecia” tem um sentido especial. Trata-se de “um dos dons do Espírito Santo”, significando “uma predição momentânea e sobrenatural”.

Os dons de revelação expressam os pensamentos de Deus.

Os dons de poder manifestam sua onipotência e grandeza, preenchendo o campo inteiro de nossa visão. Os dons de elocução comunicam os sentimentos do coração de Deus.

A palavra de Deus ou “palavra profética”, foi sempre de “muita valia” para o povo de Deus em geral (1 Sm 3.1). Talvez por isso Moisés tenha exclamado: “Tomara que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu espírito!” (Nm 11.29).

Há três fontes, das quais podem surgir uma mensagem profética:

1) Divina. Isto é, a inspiração que parte diretamente do coração de Deus, fonte de todo bem (Jr 23.28,29; Tg 1.17; 1 Pe 4.11).

2) Humana. Neste caso a mensagem parte do coração do próprio profeta, que fala sem autorização do Senhor (2 Sm 7.2-17; Jr 23.16).

3) Demoníaca. A falsa profecia parte diretamente de “um espírito enganador”, ou mesmo de “um demônio” (1 Tm 4.1-3; Ap 16.13,14).

A profecia visa a edificação da igreja, esse é o tema central do capítulo 14 de 1 Coríntios, e não apenas a edificação do crente individual, como é o caso das línguas quando não interpretadas. A profecia serve para exortação, também para consolar e é um meio de transmitir revelações e doutrinas, quando em concordância com revelação plenária.

II. VARIEDADE DE LÍNGUAS (1 Co 12.10)

Pelo menos sete dos nove dons, encontrados em Coríntios encontram respaldo no Antigo Testamento; não encontram, porém, variedade de línguas e interpretação de línguas pois, esses dons foram dados a partir do Pentecostes. Variedades de línguas sugere uma multiplicidade linguística, assim como no caso de curas e de milagres: são dons que vêm no plural.

As línguas, como sinal da evidência do batismo com o Espírito Santo servem para a edificação do próprio indivíduo, enquanto as línguas, em forma de dom espiritual, trazem consigo uma mensagem espiritual de edificação para toda a igreja, quando houver interprete.

Deus continua distribuindo os diversos dons do Espírito ao Corpo, que é a Igreja; dando um ou mais dons a quem quer, diversificando-os entre os membros com o objetivo de edificar a Igreja. No entanto, ninguém deve sentir-se maior ou menor. Os dons do Espírito não são para a vanglória pessoal, nem servem para estabelecer níveis diferentes de espiritualidade. No Corpo de Cristo, toda a glória é dada a Deus.

III. INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS (1 Co 12.10)

O dom da interpretação das línguas está diretamente ligado ao dom da variedade de línguas, doutra forma não faz sentido a sua existência. Porém não deixa de ser importante é tanto que o apóstolo faz questão de mostrar a sua necessidade no culto a Deus. Assim no culto públi­co, quando alguém fala em línguas, é bom que sejam interpretadas (1 Co 14.5). Se todos falarem em línguas ao mesmo tempo na igreja, ninguém compreenderá nada, e as línguas estranhas devem ser compreendidas. “O que fala língua estranha, ore para que possa interpretar” (1 Co 14.13).

A interpretação das línguas assemelha-se ao dom da profecia, diferindo deste em alguns aspectos: a profecia tem caráter tríplice: edificar, consolar e exortar (1 Co 14.3); já a interpretação trará à luz o que alguém expressa em línguas, porque elas servem de intercessão, louvor e expressão de mistério. Paulo valoriza ambos os dons: no dom de profecia e no dom de interpretação das línguas. Num culto público, a ordem e o entendimento não podem ser suprimidos: “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento” (1 Co 14.15).

CONCLUSÃO

No primeiro século da igreja, muitas pessoas foram conhecidas por causa do dom da profecia, por exemplo, as quatro filhas de Filipe (At 21.9). Outro exemplo é o profeta Ágabo, com duas profecias: a primeira, referente a um tempo de fome que haveria em todo o mundo. A outra profecia diz respeito à prisão que Paulo sofreria em Jerusalém (At 21.10.11) . Na igreja de Antioquia, havia “alguns profetas” (At 13.1). Tessalônica contava com vários deles, assim o apóstolo Paulo recomenda que as profecias não sejam desprezadas, para que o Espírito não seja extinto (1 Ts 5.19-22). Na igreja de Tiatira, estava Jezabel, a quem se dizia profetisa (Ap 2.20). Há também Barjesus, o falso profeta da ilha de Pafos (At 13.6). Esses casos, exceto os dois últimos, servem para consolidar a certeza de que o dom de profecia era comum em todas as igrejas do passado. Diante de tudo isso significa que quem fala línguas busque interpretar, o que profetiza deve esmerar-se no dom, através de oração e do exercício do cuidado, para entregar somente o que recebe, ainda que sejam apenas duas ou três palavras.

Leia também:
E deu dos aos homens
A atualidade dos dons espirituais
Os dons de revelação desvendam os mistérios e a vontade de Deus
Profecia: de Deus ou da vontade humana?

Bibliografia
– A Existência e a Pessoa do Espírito Santo – Severino Pedro da Silva – CPAD

– O Novo Comentário Bíblico N.T. Earl D. Radmacher, Ronald B. Allen e H
– Teologia para Pentecostais – Pneumatologia – Central Gospel
– A Existência e a Pessoa do Espírito Santo – Severino Pedro da Silva – CPAD

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