Escola Dominical – Comentário de apoio da Lição 7, do 1º trimestre de 2021 – Cultuando a Deus com Liberdade e Reverência – O Verdadeiro Pentecostalismo.
Aniel Ventura
As palavras de Agostinho de Hipona, um dos teólogos da cristandade ocidental, convence-nos a entrarmos, com humildade e amor, nos átrios do culto divino, em sua declaração: “Quantas lágrimas verti, de profunda comoção, ao mavioso ressoar de teus hinos e cânticos em tua igreja! As vozes penetravam nos meus ouvidos e destilavam a verdade em meu coração, inflamando-o de doce piedade, enquanto corria meu pranto e eu sentia um grande bem-estar”. Quando chegamos com o coração quebrantado diante de Deus, fica impossível conter as lágrimas ao som dos hinos cristãos. A presença do Espírito Santo e a exposição da Palavra de Deus, deixa claro, que fomos chamados para adorar (Sl 100).
I – O CULTO PENTECOSTAL: LIBERDADE E REVERÊNCIA
Ao celebrar a páscoa hebraica, as crianças israelitas perguntavam a seus pais: “Que culto é este vosso?” (Êx 12.26). E os pais, com muita paciência e amor, narravam-lhes os acontecimentos que deram origem à páscoa. Assim, devemos também explicar aos nossos filhos a importância e a necessidade atual do culto cristão.
A palavra culto origina-se do latim “culto”, e significa adoração ou homenagem que se presta ao Supremo Ser. No grego, temos duas palavras para culto: “latréia”, (gr. λατρέα) significando adoração; e: “proskynēo” (gr. προσκυνήω) reverenciar, prestar obediência, render homenagem, prestar homenagem, beijando a mão, em adoração.
O culto é o momento da adoração que tributamos a Deus; marca o encontro de Deus com os seus adoradores. Durante o seu transcurso, cada membro da congregação deve sentir-se e agir como integrante dessa comunidade de adoração formando a Igreja de Cristo. Há referências especiais nos cultos a rituais e cerimônias, além de ser o ponto central de uma religião com formas e símbolos revelando claramente o caráter distinto da religião. É o motivo pelo qual fomos chamados (Sl 100)
II – O CENTRO DO CULTO PENTECOSTAL
Se o culto deixar de ser cristocêntrico, perde a essência, pois é onde agradecemos a Deus como nosso Salvador através de Cristo. Assim reconhece o profeta a sua dependência do Redentor: “Eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação” (Hc 3.18). Sempre teremos motivos para agradecer a Deus e nos humilhar diante daquele que, sempre presto, nos perdoa as iniquidades. O salmista deixa-nos este belo exemplo de ações de graças: “É ele que perdoa todas as tuas iniquidades” (Sl 103.3).
No culto judaico o adorador levava um animal ou algo para não apresentar vazios perante o Senhor (Ex 23.15; 34.20; Dt 16.16). Segundo a lei, o sacerdote matava o animal, cortava-o em pedaços e o colocava no altar. O sacrifício era necessário, mas Deus deixou claro que um coração obediente era muito mais importante (1 Sm 15.22; SI 40.6; Am 5.21-24). Paulo instruiu os crentes a se oferecerem a Deus, para que todo o corpo viesse a glorificar a ele (Rm 6.13; 12.1). Na nova aliança nosso corpo deve ser oferecido santo e irrepreensível, ele abriga nossas emoções, mente, pensamentos, desejos e planos, ele representa a integridade da pessoa e é o instrumento pelo qual prestamos o nosso serviço a Deus (1Co 3.16;6.19; Rm 12.1).
III – COMO SE EXPRESSA A LITURGIA DE NOSSAS IGREJAS?
Em nossos cultos várias atividades podem acontecer em conjunto. No entanto, para que isso venha acontecer, tudo deve ser feito para a glória de Deus. Todos os crentes também devem demonstrar amor sincero e que tudo contribua para a edificação da igreja (1Co 14.1-25).
Muitos vão ao culto, cantam e até oram, mas não adoram ao Senhor, pois o seu coração acha-se distante de sua presença (Is 29.13). O culto para os tais é apenas um momento de interatividade social. Porém Deus se compraz naqueles que o buscam com um coração puro e sincero, e alegra-se naqueles que o adoram “em espírito e em verdade” (Sl 15.1-5; Jo 4.23,24). Não devemos prestar-lhe um culto como se estivéssemos a barganhar as bênçãos e os favores. Muitos que, desprezando a soberania divina, passam a determinar seus “direitos” e a decretar suas “posses” como se o Senhor lhes fosse um mero empregado. Isso é falta de reverência e temor diante dAquele a quem devemos adorar pelo que é e pelo que já fez por nós (Jo 3.16; Ef 2.8,9; 1 Jo 4.19; Ap 4.10).
CONCLUSÃO
“…Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26). O verdadeiro adorador deve adorar a Deus com reverência, profundo temor, alegria, regozijo, discernimento espiritual, espírito de oração, súplicas e louvor, isso nos levará a refletir. Como tem sido os nossos cultos, temos cultuado a Deus na beleza de sua santidade, como a Bíblia o requer, ou temos deixado a desejar? Cultuar a Deus não significa, meramente, ir à igreja; significa entrar no santuário divino com ações de graças, assim como fazia Davi (Sl 122.1).
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