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Considerações sobre o crescimento dos evangélicos no Brasil

EM FOCO

Paulo Pontes
Paulo Ponteshttps://www.searanews.com.br
Fundador e CEO da Seara News Comunicação, jornalista, cidadão vilavelhense, natural de Magé (RJ), pastor, teólogo (Teologia Pastoral e Catequética), presidente do Diretório da SBB-ES, autor do livro Você Tem Valor.

Considerações sobre o crescimento dos evangélicos no Brasil

Por Paulo Pontes

Lí uma matéria no site da Veja com o título “População católica encolhe no Brasil. Evangélicos avançam” – comentando que o Censo 2010 mostra que, pela primeira vez, total de católicos no país teve redução em números absolutos, e que a Assembleia de Deus é a maior corrente evangélica.

A reportagem dá conta de que o Brasil ainda é a maior nação católica do mundo, mas, na última década, a Igreja Católica teve uma redução da ordem de 1,7 milhão de fieis, um encolhimento de 12,2%, de acordo com os dados divulgados do Censo de 2010, pelo (IBGE) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Diz ainda que a tendência da diminuição dos católicos e o crescimento dos evangélicos já era algo esperado, mas que esta foi a primeira vez que se detectou uma queda em números absolutos.

A matéria nos chama a atenção para alguns pontos particulares:

– Se em 1970 havia 91,8% de brasileiros católicos, em 2010 essa fatia passou para 64,6%.

– Quem mais cresce são os evangélicos, que, nesses quarenta anos saltaram de 5,2% da população para 22,2%.

– O aumento desse segmento foi puxado pelos pentecostais, que se disseminaram pelo país na esteira das migrações internas. A população que se deslocou era, sobretudo, de pobres que se instalaram nas periferias das regiões metropolitanas. Nesses locais, os evangélicos construíram igrejas no vácuo da estrutura católica.

“PEQUENAS EMBARCAÇÕES”

Um cientista político da PUC-Rio, explicando o fato do crescimento dos evangélicos, comparou a Igreja Católica com “um transatlântico, que demora muito para mudar um pouquinho a rota, devido ao tamanho de sua estrutura burocrática”. Quanto aos evangélicos, não menciona como “Igreja”, mas compara: “os evangélicos são como pequenas embarcações”. Com certeza esse cientista político mudaria seu conceito visitando uma igreja evangélica, não apenas para fazer sua pesquisa sobre a igreja, mas participar dela. Porque a meu ver a explicação deste cientista político tem um tom preconceituoso. Os evangélicos no Brasil não são “como pequenas embarcações”. Assim como não são todos os que se dizem católicos que realmente são, também não são todos os que se dizem evangélicos que verdadeiramente são. Os verdadeiros evangélicos são pessoas sérias, conservadoras, que primam por um viver conforme as Escrituras, e, independente da denominação a que fazem parte, com ressalvas apenas para as diferenças doutrinárias, formam a Igreja Evangélica Brasileira que se instalou não só nas periferias, mas também nos grandes centros urbanos. Ela avança em todas as áreas, em todas as camadas da sociedade, e principalmente nas camadas mais humildes, pregando o evangelho completo para o ser “homem completo” (espírito, alma e corpo). A igreja evangélica, em seu rol de membros tem, sim, com muita honra pessoas pobres, simples e modestas, cujo testemunho alcançou pessoas ricas, sábias e até famosas, vivendo em unidade de espírito pelo vínculo da paz. Bem diferente da forma materialista ou filosófica, que tenta recuperar o ser humano mergulhado nos vícios e nos pecados aplicando doses simpatias, filosofias, e outros métodos moralistas, “as pequenas embarcações” continuam pregando a verdade do evangelho é o poder de Deus para a Salvação. A preservação da família, a manutenção dos valores morais, incentivar e orientar para educação em todas as áreas, bem como trabalhar o social é um dos motivos do crescimento.

“PERÍODO DE FORMAÇÃO DE UM PASTOR”

Falando sobre a formação de um pastor, a reportagem cita o seguinte: “A analogia apresentada por Jacob se aplica com perfeição à comparação entre o tempo e o custo para se ordenar um padre e o período de formação de um pastor, algo que ocorre em menos de três meses”.

Estou no ministério eclesiástico há quase 25 anos. Metade desse tempo estive como auxiliar direto do pastor titular da igreja, e há 12 anos pastoreio uma mesma igreja. Para ser pastor, além do chamado de Deus para a obra do ministério, tive de estudar, freqüentar um seminário teológico, e outros cursos de complementação. Com doutorado em teologia pastoral e doutorado em teologia catequética, fico muito a vontade para dizer que o período de estudo é muito superior que três meses. Lembrando que em média um curso básico em teologia é de 2 a 4 anos, e além do básico alguns seminários oferecem o médio, o avançado, e o bacharelado exige comprovação de conclusão do ensino médio.

Meu parecer é que os autores da matéria em questão visitem uma igreja evangélica devidamente reconhecida por uma convenção regional ou estadual, conheçam a administração de uma dessas instituições, entrevistem o Secretário Ad-junto, ou o presidente da Comissão Examinadora de Candidatos ao Santo Ministério (o nome pode variar dependendo da convenção e/ou denominação), para ter o conhecimento real e não publicar informações que põe em dúvida a ordenação pastoral. Infelizmente pode existir o caso de alguns se auto-denominarem pastor, ou criarem suas próprias igrejas e ministérios, mas isso não pode ser generalizado.

Por vários anos consecutivos exerci a função de 1º Secretário, da Mesa Diretora da CADEESO (Convenção das Assembléias de Deus no Estado do Espírito Santo e Outros), uma instituição que tem por finalidade unificar, regular, orientar e padronizar moral e doutrinariamente os ministros e as igrejas filiadas. Durante esses anos acompanhei os processos de ordenação de novos pastores, e todas as indicações das igrejas locais para ordenação de novos ministros deveriam ser protocoladas na Secretaria Geral sendo anexadas as cópias de todos os documentos pessoais do candidato, incluindo a comprovação da formação teológica.

Minha intenção não é criticar os pesquisadores ou os autores da matéria que me levou a escrever este artigo, e nem mesmo os que postaram seus comentários lá, mas defender, do ponto de vista evangélico, ético, e esclarecer sobre a formação de pastores. Os comentários que foram postados por diversos leitores abaixo do texto origem deste artigo denotam que muitos não estão satisfeitos com o crescimento dos evangélicos. Entre os muitos comentários, observei este: “Orgulho-me de ser ateu esclarecido e inteligente para não me render a essa besteirada. Respeito a Igreja Católica, os protestantes históricos e tradicionais, mas acho que os pentecostais deveriam ser exterminados da face da Terra”.

Nós, evangélicos, podemos parecer diferentes, mas vale lembrar que somos também brasileiros e que todas as denominações da Igreja evangélica brasileira ora a Deus, jejua e intercede pelo país, pelas autoridades constituídas, pedindo a bênção de Deus sobre todo o nosso povo brasileiro. E ainda, enviamos missionários (as) aos lugares mais distantes do planeta para levarem o evangelho aos povos, o que faz do nosso país o maior celeiro de missionários do mundo.

Pr. Paulo Pontes

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Leia também (Recomendação do autor):

– População católica encolhe no Brasil. Evangélicos avançam

– Crescimento dos evangélicos pode mudar o Brasil

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