No dia 7 de julho, as Forças Democráticas Aliadas (ADF – sigla em inglês) atacaram uma clínica na República Democrática do Congo. A instituição era dirigida pela igreja CECA20 (Evangelical Community in Central Africa) e foi incendiada com pacientes dentro, em Lume, norte do estado de Kivu.
De acordo com parceiros locais da Portas Abertas, o ataque começou por volta das 22h40. Kasereka Ise Mighambo, prefeito de Lume, confirmou o ataque e relatou que os pacientes que estavam dentro da clínica morreram queimados.
Uma enfermeira local disse que o Ministério da Saúde registrou 13 mortes no ataque, já o porta voz do exército congolês, capitão Antony Mualushayi, relatou a perda de nove vidas, incluindo três crianças. A clínica da igreja CECA oferecia pronto-atendimento para cristãos nas áreas rurais. Não ficou claro quantos pacientes eram cristãos e qual o total de mortes na clínica.
As Forças Democráticas Aliadas têm atacado sistematicamente e enfraquecido as igrejas cristãs no Leste do país como parte do projeto da expansão islâmica. Parceiros locais compartilharam quão desgastante têm sido os ataques recorrentes e violentos no Leste da República Democrática do Congo. No mês passado, por exemplo, um treinamento da Portas Abertas foi interrompido por tiroteios dos extremistas.
Em 2021, a República Democrática do Congo e Uganda lançaram uma ofensiva contra as ADF, mas a violência contra civis permanece imbatível. Tentando evitar os ataques desenfreados, muitas pessoas fogem e deixam tudo para trás buscando segurança.
Perseguição a cristãos do Congo
O país ocupa a 40ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2022, documento da Portas Abertas que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos. A perseguição geralmente acontece na forma de ataques violentos.
Embora uma alta porcentagem da população seja cristã, o grupo extremista islâmico Aliança das Forças Democráticas (ADF-NALU) é responsável pela perseguição aos cristãos na parte oriental do país, atacando brutalmente cristãos e igrejas.
A violência contra cristãos permanece alta e continua sendo a principal forma de perseguição na República Democrática do Congo. Em 2021, o governo anunciou um estado de sítio nas províncias do Nordeste para conter a violência cometida pelas Aliança das Forças Democráticas — mas ataques a comunidades e igrejas continuam.
Por meio de parceiros locais (igrejas, ongs e ministérios), a Portas Abertas apoia os cristãos perseguidos na República Democrática do Congo por meio de treinamento de discipulado e preparação para a perseguição, projetos de empoderamento econômico e cuidados pós-trauma.