Dilma ficou emocionada com a rede de solidariedade demonstrada pelos capixabas diante de um evento dessa magnitude.
Em sua primeira visita ao Espírito Santo desde o início do mandato, em 2011, a presidenta Dilma Rousseff (PT) sobrevoou a região da Grande Vitória por 30 minutos, ao lado do governador Renato Casagrande, para ver os estragos feitos pelas chuvas que vêm castigando o Estado nas últimas semanas. Nas duas horas e cinquenta minutos que a presidenta permaneceu no Estado ela se reuniu com demais autoridades do Estado e a Defesa Civil Estadual para conversar sobre as ações, mas não anunciou transferência de recursos para recuperação do Estado. Ela apenas citou que o Governo Federal já tem o investimento de R$ 600 milhões para obras de prevenção no Estado, que são liberados gradativamente.
“Temos R$ 600 milhões em obras para prevenção de desastres destinadas ao governo estadual e prefeituras no Espírito Santo. Já repassamos todos os recursos disponíveis. Tudo o que nos pediram, nós demos. Todas as ações da Força Nacional de Segurança, do Exército, da Aeronáutica, os caminhões, é tudo nosso recurso. Agora o Governo Federal vai manter pessoas aqui para acompanhar o processo e fazer uma revisões para ver se precisa de algo mais”, disse a presidenta.
Dentre as providências tomadas, o Governo Federal está trazendo 12 mil kits – entre cestas básicas, kit limpeza, kit dormitório e kit de higiene pessoal – 20 mil frascos de hipoclorito, para tornar a água potável e duas toneladas de medicamentos e insumos. Também estão sendo enviadas seis carretas do Rio de Janeiro com equipamentos para a construção de pontes móveis para locais de difícil acesso, além de mais dois helicópteros e cinco patrulhas motorizadas do exército – cada uma composta por um veículo leve 4×4 e um veículo pesado 4×4.
“A primeira coisa que temos de fazer é impedir mortes, salvando pessoas e garantindo abrigos a elas. A segunda coisa é recuperar as condições de vida com obras de reconstrução. A terceira é lutar para quer isso jamais aconteça outra vez nessa escala”, declarou Dilma, que anunciou a construção uma ponte móvel provisória na ES-010, em Pancas.
Ela ainda afirmou que, posteriormente, as pessoas prejudicadas pelas chuvas poderão contar com programas federais para a reestruturação de suas vidas. “Nas reconstruções agiremos por meio do Minha Casa Minha Vida, por meio do DNIT construindo estradas federais destruídas, e liberando o FGTS para pessoas atingidas. Garantimos o pagamento prorrogado de impostos e financiamento para recuperação do comércio local”.
Visita ilustre na véspera do Natal
Quando perguntada o motivo pelo qual não havia visitado o Estado durante os quase três anos de mandato, a presidenta desdenhou. Mas prometeu voltar para checar a realização das obras do Governo Federal, e para discutir assuntos polêmicos, como as obras do Aeroporto e da BR 262.
“Duvido que algum presidente esteve aqui em dia de Natal. Não vim antes pois tive outras atribuições. Gostaria de ter vindo. Quero assegurar que virei aqui e vou discutir todas as obras que o Governo Federal fez aqui. Voltarei no mínimo, em respeito às pessoas, quando a chuva passar. Primeiro vamos resgatar as pessoas em dificuldade, depois eu faço todo o resto”.
Dilma ficou emocionada com a rede de solidariedade demostrada pelos capixabas diante de um evento dessa magnitude. “Isso é algo que temos que comemorar neste Natal. Essa atitude vai permitir que as pessoas afetadas tenham mais conforto. A força que o Natal dá não vem só da comemoração com a família, mas da capacidade de olharmos uns para os outros, enfrentando dificuldades juntos”.
Preocupação com Colatina
Apesar de não ter sobrevoado a região de Colatina, a situação do município preocupa a presidenta. Segundo ela, os alagamentos provocados pelas cheias do Rio Doce merecem uma maior atenção. “Já está provado que as barragens que existem lá não são suficientes. O rio começa lá em Minas Gerais, ele não para na fronteira e fala ‘agora não sou mais de Minas Gerais’. Teremos de ter uma ação conjugada dos dois estados, um apoio integral, pois se o rio chegar a 9,5m como está previsto, ultrapassa em quase dois metros o muro da cidade e alaga. Vamos ter uma ação de emergência forte”.
O governador Renato Casagrande aprovou a vinda da presidenta, e já aguarda ansioso a volta, prevista para o início do ano para, além de checar a reconstrução do Estado após as chuvas, colocar em pauta assuntos federais pendentes, como o aeroporto e as rodovias. “Achei a vinda ao Estado importante para prestar solidariedade às pessoas afetadas, deixar as portas abertas, pois temos de ter a articulação de todos em um momento difícil como este. Ela se colocou inteiramente à disposição e vai ampliar a presença do governo em nosso Estado”, disse Casagrande.
Fonte: ESHoje