Aumento de bilionários em 2017 poderia acabar com a extrema pobreza por 7 vezes
De toda a riqueza gerada no mundo em 2017, 82% ficaram concentrados nas mãos dos que estão na faixa de 1% mais rica, enquanto a metade mais pobre – o equivalente a 3,7 bilhões de pessoas – não ficou com nada. Os dados fazem parte do relatório “Recompensem o trabalho, não a riqueza”, da organização não governamental (ONG) britânica Oxfam, divulgado hoje (22). A entidade participa do Fórum Econômico Mundial, que começa amanhã (23) em Davos, na Suíça.
O relatório revela como a economia global possibilita que a elite econômica acumule vastas fortunas enquanto milhões de pessoas lutam para sobreviver com baixos salários e em condições precárias de trabalho.
No período entre março de 2016 e março de 2017, houve um aumento histórico no número de bilionários: um a cada dois dias. Segundo a Oxfam, esse aumento seria suficiente para acabar sete vezes com a pobreza extrema no planeta. Atualmente há 2.043 bilionários no mundo. E, no Brasil o aumento foi de 12 bilionários a mais no mesmo período, passando de 31 para 43.
O patrimônio dos bilionários brasileiros alcançou R$ 549 bilhões no ano passado, resultado do crescimento de 13% em relação a 2016. Por outro lado, os 50% mais pobres tiveram a sua fatia na renda nacional reduzida de 2,7% para 2%. Um brasileiro que ganha um salário mínimo precisaria trabalhar 19 anos para ganhar o mesmo que recebe em um mês uma pessoa enquadrada entre o 0,1% mais rico.
O Brasil tem hoje cinco bilionários com patrimônio equivalente ao da metade mais pobre da população do país. “O Brasil chegou a ter 75 bilionários, depois caiu, muito por causa da inflação, e depois, nos últimos três anos, a gente viu uma retomada no aumento do número de bilionários. Esse último aumento – de 12 bilionários – é o segundo maior que já houve na história. E o patrimônio geral também está aumentando”, afirmou Rafael Georges, coordenador de campanhas da entidade.
Informações de Oxfan Brasil via Agência Brasil