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Adão, o primeiro Homem

EM FOCO

Aniel Ventura
Aniel Ventura
Natural de Afonso Cláudio (ES), casado com Deuzeny Ribeiro, pai de Fellipe, Evangelista da Assembleia de Deus Ministério de Cobilândia, em Vale Encantado, Vila Velha (ES), Bacharel em Teologia pelo Instituto Daniel Berg.
Escola Dominical - Comentário de apoio: Lição 1 do 1º trimestre de 2020 – Adão, o primeiro homem
A antropologia teológica estuda a criação, a imagem divina, a constituição da natureza e o destino final do homem, de acordo com a Bíblia sagrada. | Foto: Capa da Lição 1

Escola Dominical – Comentário de apoio: Lição 1 do 1º trimestre de 2020 – Adão, o primeiro homem.

Por Aniel Ventura

Antropologia é a ciência que estuda o homem. Estudá-la na sob o prisma teológico não é o mesmo que estudá-la sob o prisma científico.

O estudo antropológico no âmbito científico ignora por completo tudo o que a Bíblia diz sobre o ser humano, começando pela sua origem.

Para as ciências biológicas e humanas, o homem é visto como um animal racional que vive em sociedade.

Para a antropologia bíblico-teológica o homem é um ser criado por Deus, possuindo características que o tornam semelhante ao seu Criador, tendo, portanto, uma conduta que os faz conscientes e responsáveis pelos atos e por fim, a prestação de contas com aquele que é senhor de todas as coisas.

I. A Doutrina Bíblica do Homem

A antropologia, de um modo geral é a ciência ou o conhecimento do homem, de onde veio, o que é, e quais são as suas potencialidades futuras e o seu destino.

O termo antropologia pode ser usado para definir todo o estudo científico secular desses detalhes.

A antropologia teológica estuda a criação, a imagem divina, a constituição da natureza e o destino final do homem, de acordo com a Bíblia sagrada. A palavra antropologia é oriunda do grego – “ανθρωπός”, homem e “λόγος”, estudo.

Davi, no Salmo 8, admirado, se detém quase em êxtase ante a grandeza da criação (SI 8.1,3-5).

O patriarca Jó, também exclama: “Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas sobre ele o teu coração, e cada manhã o visites, e cada momento o proves?” (Jó 7.17,18).

Que é o homem? Que ser é esse? De onde ele veio? Para onde vai? São perguntas inquietantes àqueles que estão atentos para a realidade à sua volta. Para essas perguntas, existem muitas respostas, porém, a Bíblia tem a resposta satisfatória.

Os filósofos, materialistas, ateístas ou pretensos agnósticos, respondem que o homem é apenas um “animal que pensa” – ou fruto da evolução aleatória das espécies. Atribuem a existência do ser humano ao acaso, como se fosse descendente de um animal irracional. Este teria evoluído de um micro-organismo unicelular que habitava nos mares.

Pascal, a exemplo de Davi, mas com outra visão, indagou: “Que é o homem diante do infinito”? Ele ampliou a sua indagação: “Afinal que é o homem dentro da natureza? Nada, em relação ao infinito; tudo, em relação ao nada; um ponto intermediário entre o tudo e o nada. Infinitamente incapaz de compreender os extremos, tanto o fim das coisas quanto o seu princípio permanecem ocultos num segredo impenetrável, e é lhe igualmente impossível ver o nada de onde saiu e o infinito que o envolve”.

Platão (428 a.C.) afirmava que o homem é “um bípede sem penas”. Mas, um outro filósofo, que gostava de criticá-lo, matou um galo, o depenou e saiu pelas ruas dizendo: “Eis o homem de Platão”.

Francisco de Carvalho, em sua música, diz: “Que bicho é o homem, de onde ele veio para onde vai? De onde ele veio para onde vai? Onde é que entra, de onde é que sai?”

Os cientistas dizem: “Falando fisicamente, o homem é um animal especializado”.

Sua especialização se baseia em três direções principais:

  1. A postura ereta
  2. O polegar oposto
  3. O grande desenvolvimento da posição cerebral pré-frontal.

Descartes supervalorizava a consciência, admitindo que ela seria o âmago ou a essência do ser. Foi ele quem disse: “Penso. Logo, existo”.

Protágoras, de Abdera, dizia, segundo o testemunho de Platão, que “o homem é a medida de todas as coisas”. Em outras palavras: “não existe verdade absoluta, mas tão-somente opiniões relativas ao homem…”. Aqui vemos as raízes do humanismo, que, hoje, predomina na mentalidade pós-moderna. J. Huxley dizia que “o homem é um macaco um pouco melhorado, e às pressas”.

II. A Criação dos Céus e da Terra

O Criacionismo Bíblico é a doutrina que mostra que Deus criou, a partir da sua palavra, tudo o que existe: os Céus, a Terra, os reinos vegetal e animal, e por fim o homem (Hb 11.3).

Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca.

Três verbos hebraicos são usados para traduzir a ação criativa de Deus no Antigo Testamento: barah, asah e yatzar.

Barah – “criou” –  indica a ação criadora de Deus. Em relação às coisas, transmite a ideia de criar, quando nada existia. Em relação ao homem, criar a partir de material preexistente (Gn 1.1,27; 5.1a).

Asah – “fez” – relaciona-se à criação a partir de material preexistente (Gn 1.11,12,31; 5.1b).

Yatzar – “formou” – significa modelar, dar forma, finalizar, tal como Deus fez com o homem (Gn 2.7,22).

O Altíssimo tudo criou a partir da sua Palavra. Ele, simplesmente, disse: “Haja”, e os elementos vieram à existência (Gn 1.3; Sl 33.6). Por sua ordem, o sistema solar e os reinos, vegetal e animal, ganharam vida.

Fundamentos do Criacionismo Bíblico:

1) A Bíblia Sagrada. As Escrituras afirmam, do início ao fim, que Deus é o Criador dos Céus e da Terra (Gn 1.1; Sl 95.6; Ap 10.6). O testemunho da Escritura é bastante para nos convencer dessa verdade. Afinal, ela é a inspirada e inerrante Palavra de Deus. Se a Bíblia não for capaz de nos convencer, a quem recorreremos? (Lc 16.31).

2) A razão humana. Embora prejudicada pelo pecado, a razão ainda é competente para nos levar ao Criador, conforme Paulo falou aos romanos: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas” (Rm 1.20).

3) A criação. A própria Criação dá testemunho do Criador (Sl 19.1). No Salmo 104, o autor enaltece a Deus por sua obra, onde discorre sobre o Ser que tudo criou e que a tudo preserva.

Antes de criar a Terra, Deus criou o tempo, o espaço e a sua própria morada.

Deus jamais faria a sua obra na eternidade, por ser esta um atributo exclusivo seu (1 Tm 6.16). O Criador é sempiterno; a criação, temporal.

O escritor aos hebreus não deixa dúvidas, tudo quanto existe no tempo, foi criado pelo Eterno Deus (Hb 11.3). O tempo é a duração relativa das coisas, temos a noção de presente, passado e futuro: o período contínuo no qual acontecem os eventos. Deus, não existe, ele é. Ele não está sujeito a qualquer sucessão de dias ou séculos, o tempo de Deus é “kairós”, este não está vinculado ao tempo do homem – “kronos” de onde vem a cronologia. Presente, passado e futuro são para Ele a mesma coisa.

Contrariando a muitos, o espaço não é sinônimo de vácuo. Este nenhum tecido possui. Aquele, entretanto, tendo a sua própria tela, não pode avançar além de suas fronteiras. O Senhor o criou, a fim de conter a sua obra que, embora vastíssima, é finita. Logo, o espaço também é finito.

O Criador não se acha limitado quer pelo tempo, quer pelo espaço; a criação, sim. Até mesmo os anjos acham-se condicionados temporal e espacialmente, pois não podem estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Tendo já estabelecido o tempo e o espaço, o Senhor cria, agora, a sua própria morada. Obviamente ele não precisa de habitação, pois nem o céu dos céus podem contê-lo (2 Cr 6.18). O grande Deus e Rei do Universo, delimitou um lugar, chamado céus dos céus, para sua habitação.

Até o próprio céu necessita do tempo e do espaço, pois é um lugar real, e não uma mera parábola. Embora não ocupe a nossa dimensão, a região celeste é uma realidade. Para lá são levadas as almas dos que dormem em Cristo (Ap 6.9).

A Nova Jerusalém, a morada eterna dos santos, também é um lugar real. Em breve, iremos morar lá com o Senhor.

III. A Criação, de Adão o Primeiro Ser Humano

A Bíblia afirma que Deus é o criador do homem (Gn 1.26), tributamos a ele toda a glória devida (Is 48.11).

O apóstolo Paulo escreveu aos Romanos, censurando os gentios por honrarem mais a criatura do que o Criador (Rm 1.25). E mergulhados em idolatrias e abominações, menosprezavam-lhe a glória, adorando coisas vãs. Como feituras de Deus, devemos honrá-lo, porque ele nos fez e por isso pertencemos a ele (Jó 4.17; Ec 12.1).

O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26). Devemos ter as mesmas atitudes de Deus (Ef 5.1). “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).

Criado por Deus, o homem foi feito coroa da criação (1 Co 11.7), pois o Senhor lhe deu, o governo de tudo que fizera (Gn 1.28). Devido à sua queda no Éden, transgrediu à vontade divina (1 Tm 2.14), a criação ficou fadada à vaidade (Rm 8.20-22). Agostinho de Hipona, expressou sua esperança na redenção humana: “A essência mais profunda da minha natureza é que sou capaz de receber Deus em mim”.

Ele disse de um modo discreto, porém com profundidade, por que o nosso espírito anseia por receber a Deus: fomos criados por ele, e a nossa alma só terá descanso quando repousar em sua paz. O homem não é resultado do processo da evolução; e sim, do ato criativo do Deus Todo-Poderoso.

A Bíblia mostra claramente a doutrina de uma criação especial, que significa que Deus fez cada criatura “segundo a sua espécie”. Ele criou as várias espécies e então as deixou para que se desenvolvessem e progredissem segundo as leis do seu ser. A distinção entre o homem e as criaturas inferiores implica a declaração de que “Deus criou o homem à sua imagem”.

Em oposição à criação especial, surgiu e teoria da evolução que ensina que todas as formas de vida tiveram sua origem em uma só forma e que as espécies mais elevadas surgiram de uma forma inferior. Por exemplo, “o que outrora era caramujo transformou-se em peixe; o que era peixe chegou a ser réptil; o que outrora era réptil tomou-se pássaro, e o que outrora era macaco evoluiu e tornou-se em ser humano”.

Os evolucionistas procuram unir o homem ao irracional, mas Jesus Cristo veio ao mundo para unir o homem a Deus. Ele tomou sobre si a nossa natureza para poder glorificá-la no seu destino celestial.

“Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (João 1.12).

IV. A Missão e a Tarefa do Homem

Certo pastor disse que Deus nos criou pelo menos para três coisas: trabalho, descanso e família.

O homem foi criado para adorar a Deus (Sl 150.6). Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor! Em Coríntios 11.7, Paulo nos diz, que o homem deve refulgir a imagem e a glória de Deus. Adão não era um simples adorno no jardim do Éden; ele era o instrumento da majestade divina. Devemos agir da forma que Deus age (Ef 5.1). Exorta-nos o Mestre: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).

O homem foi criado para propagar a espécie humana (Gn 1.28) e cuidar uns dos outros. Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tiago 5:16).

O homem recebeu a nobre missão, cuidar e cultivar a terra. Não são poucos os que imaginam ser o trabalho uma maldição por causa do pecado. Isto é um equívoco, o trabalho foi ordenado, muito antes do homem cair em transgressão (Gn 3), o trabalho jamais foi maldição, pois o próprio Deus “trabalha até agora” (Jo 5.17). O trabalho é um grande privilégio e uma das maiores bênçãos na vida do ser humano.

Deus ainda lhe deu poder para dominar sobre toda criação (Gn 1.28). O homem, perdeu parte desse domínio ao se fazer servo do pecado (Rm 8.18-20; 3.9),

O primeiro Adão, era o representante de Deus, na terra. Deus o criou para que reinasse e fosse bem-sucedido (Gn 1.28). Ele, no entanto, acabou sendo dominado, pela natureza íngreme que ora passou a ter.

Mas vindo o último Adão, restaurou a humanidade caída, através do seu grande amor. “O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente; o último Adão, espírito vivificante” (1 Co 15.45).

Conclusão

O pecado destituiu o homem da glória divina, porém, ele não ficou abandonado à própria sorte. O Pai por sua infinita graça e misericórdia, providenciou-lhe a redenção por intermédio de Cristo. Hoje, somos filhos de Deus, apesar de não ter se manifestado ainda a plenitude de nosso ser (Jo 1.11,12; 1 Jo 3.2). Mas quando Cristo voltar, seremos transformados (1Co 15. 53-56), subiremos com ele e, assim, estaremos eternamente em sua companhia. Aleluia.

Bibliografia
– Antropologia – Teologia para pentecostais

– As verdades centrais da Fé Cristã – Claudionor de Andrade
– Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Myer Pearlman
– O Começo de todas as coisas – Claudionor de Andrade
– Teologia Sistemática Pentecostal – Antônio Gilberto

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