Por Aniel Ventura
O livro de Reis revela o grande perigo causado pelo desprezo pelas coisas divinas, o apego à idolatria e a tentativa em misturar o sagrado com o profano. Tudo isso foi desastroso no reinado de Acabe e para a nação escolhida por Deus. Na prática, o culto ao Deus verdadeiro foi substituído pela adoração ao falso deus Baal, trazendo como consequência uma apostasia sem precedentes, comprometendo a verdadeira adoração ao único Deus. O fracasso de Acabe, foi porque esqueceu-se da Palavra de Deus, preferindo ouvir e seguir a orientação de sua esposa pagã que nada sabia sobre a Lei do Senhor. Assim podemos ver que, quando alguém quebra os princípios da Palavra de Deus, na verdade é ele quem vai sair quebrado!
1 – O CASAMENTO DE ACABE COM JEZABEL
1. Consequências de escolhas
Acabe teve o mais alto nível de degeneração espiritual, comparado aos demais reis do Reino do Norte (1 Rs 15.26; 1 Rs 16.26). Podemos afirmar, com segurança, que um dos períodos mais caóticos da história de “Israel”, ocorreu no reinado de Acabe, filho de Onri. Governou entre os anos 874 e 853 a.C, e o seu reinado foi marcado pela tentativa de conciliar os elementos do culto cananeu com o culto ao Deus de Israel.
2. A rainha perversa
O casamento misto de Acabe com Jezabel, filha de Etbaal rei dos sidônios, foi uma das causas da apostasia no reino do Norte. O relato bíblico destaca que Acabe “tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, servindo e adorando a Baal” (1 Rs 16.31). Jezabel trouxe para Israel seus deuses falsos e também seus falsos profetas. Ela foi sem dúvida uma agente do mal na tentativa de suprimir ou acabar de vez com o verdadeiro culto a Deus.
II – ELIAS PREVÊ A GRANDE SECA
1. A intervenção divina
Não fosse a intervenção de Deus através dos profetas, em especial Elias, ela teria alcançado o seu intento. Entretanto, o Senhor sempre conta com alguém. Como a crença cananeia dizia que Baal era quem governava o orvalho e a chuva, as palavras de Elias foi um desafio imediato. Quem é verdadeiro Deus, Baal ou o Senhor? (Dt 28.12; 33.28).
2. O preço da obediência a Deus
Deus sustentou Elias, primeiro por um corvo e depois por uma viúva, isso proporcionou ao profeta um dramático teste de fé em Deus. Enquanto Israel apóstata sofria em função de uma seca, Deus supria as necessidades diárias de uma mulher não israelita, que se dispôs a obedecer à Sua palavra.
3. Deus sempre cuida dos seus filhos
A viúva, aprendeu o valor de confiar somente em Deus. Esta era uma mulher de fé no Deus vivo, mesmo vivendo em terras estrangeiras. O suprimento de azeite e farinha a cada dia foram um lembrete, tanto ao profeta como à viúva, de que Deus é fiel; e que isso é o suficiente para ir ao encontro de qualquer necessidade (Fp 4.19).
III – O ENCONTRO DE ELIAS COM ACABE
1. Um coração endurecido
Possivelmente foi Onri, que introduziu em Israel a adoração a Baal, entretanto, Acabe, seu filho, promoveu a adoração a esse ídolo. Na grande capital de Samaria ele erigiu um templo dedicado a Baal (1 Rs 16:30-33). Centenas de profetas falsos foram levados a Israel, para que o baalismo se tornasse a religião do povo governado por Acabe. Em face disso. Acabe adquiriu a reputação de ser o mais pecaminoso de todos os monarcas que jamais governaram em Israel.
2. A sequidão espiritual do rei
Acabe foi um grande administrador, tanto na política interna de Israel, como na externa. No entanto, foi um desastre como líder espiritual do povo de Deus (1 Rs 16.25,26). O pecado de Acabe foi andar nos caminhos idólatras de seu pai, que foi um seguidor de Jeroboão, filho de Nebate (1 Rs 16.26) e também ter aderido aos maus costumes dos cananeus, trazidos por sua esposa, Jezabel (1 Rs 16.31).
CONCLUSÃO
A apostasia do reino do Norte pôs em perigo a existência do povo de Deus durante o reinado de Acabe. A sua união com Jezabel demonstrou ser nociva não somente para si, pois teve todo o reino comprometido, mas também para o povo de Deus, que por muitos anos coxearam entre dois pensamentos em relação ao verdadeiro culto a Deus. Fica claro que não podemos fazer aliança com o paganismo mesmo que isso traga possíveis vantagens políticas ou sociais; a genuína adoração a Deus deve estar acima de qualquer oferta que nos seja feita. Mesmo que tragam grandes ganhos no presente. Todavia nada significam quando comparadas com a glória eterna que nos será revelada.