Escola Dominical – Comentário de apoio da Lição 12, do 1º trimestre de 2021 – A Urgência do Discipulado – O Verdadeiro Pentecostalismo.
Aniel Ventura
Após a ressurreição, Jesus deu uma ordem aos seus discípulos: pregar o Evangelho e fazer discípulos de todas as nações. Todo Seu ministério e ensinamentos giravam em torno dessa tarefa (Mt 28.18-20). A igreja deve ir a todo o mundo e pregar o evangelho a todos, de conformidade com a revelação do NT, da parte de Cristo e dos apóstolos (Ef 2.20). Esta tarefa inclui a responsabilidade de enviar missionários a todas as nações, anunciando o evangelho genuíno centralizado no arrependimento e na remissão dos pecados (Lc 24.47), na promessa do recebimento do dom do Espírito Santo (At 2.38), e na exortação de separar-nos desta geração perversa (At 2.40;13.1-4), ao mesmo tempo em que esperamos a volta de Jesus (At 3.19,20; 1 Ts 1.10).
I – O QUE É O DISCIPULADO
Todo cristão, é um discípulo; porém, o discipulado não é simplesmente a aceitação dos ensinamentos de Cristo, muito menos a identificação com uma igreja.
Discipulado é uma forma específica de viver (Jo 13.15). O discípulo é o aluno que aprende as palavras, os atos e o estilo de vida de seu mestre, com a finalidade de ensinar a outros (2Tm 2.2). É alguém que se submete voluntariamente ao senhorio de Cristo, desejando converter-se em seu imitador, em pensamentos, palavras e obras (1Co 11.1).
A grande comissão não é um chamado para um novo plano de ação, mas o desenvolvimento do próprio método da missão vivida por Jesus aqui na terra. Assim, o discipulado cristão é o relacionamento entre mestre e aluno, baseado nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (Mt 10.25).
A Escola Dominical é a maior e mais acessível agência de educação cristã. Ela auxilia a todas as faixas etárias numa maior compreensão das Escrituras. Porém, ela não pode ser a única responsável pela formação espiritual e moral de nossas crianças, adolescentes e jovens e sim, os pais. Entretanto, o ensino de nossos filhos precisa começar, sem dúvida, no lar, assim recomenda a Palavra de Deus (Dt 6.1-9; Ef 6.1-4).
II – O TRIPÉ DO DISCIPULADO: PALAVRA, COMUNHÃO E SERVIÇO
A Palavra de Deus transforma vidas e é dinâmica quando opera em nós. Por esse motivo, ela aplicava-se aos cristãos judeus do século I, da mesma forma que se aplica aos cristãos de hoje em dia. A Palavra de Deus penetra através do nosso exterior e revela o que está dentro de nós, no mais profundo de nosso ser. A metáfora da espada de dois gumes retrata a Palavra de Deus que “…penetra até à divisão da alma, e do espírito e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração…”, revelando o que realmente nós somos (Hb 4.12).
Lucas mostra no livro de Atos, que a igreja do primeiro século, persistia na oração, na comunhão e nos ensinos dos apóstolos. Estes ensinos formavam um mapa prático não somente para aquela igreja iniciante, mas, para a igreja de todas as épocas (Lc 2.42).
A comunhão (gr. κοινωνια – koinonia) para os primeiros cristãos significava associação e relacionamentos íntimos. Isto não era simplesmente estarem juntos e nem uma simples reunião religiosa. Mas envolvia compartilhamento de bens, das refeições e orações (At 2.44).
Jesus certa ocasião, olhou à multidão que o seguia e referiu-se a ela como um campo pronto para a colheita, porém era muito serviço para poucos operários, então Jesus ordenou aos seus discípulos: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara”. Precisamos nos dispor pois, muitas pessoas entregarão suas vidas a Cristo se alguém se dispor a explicar-lhes como fazer isso (Mt 9.36-38).
III – O DISCIPULADO E O CRESCIMENTO SADIO DA IGREJA
Pedro diz que a graça e a paz são multiplicadas pelo conhecimento (gr. επιγνωσις – epignosis) de Deus e de Jesus Cristo, nosso Senhor (2 Pe 1.2). No grego, a palavra empregada para conhecimento é gnosis, mas Pedro acrescenta o prefixo epi, que significa completo, claro, pessoal.
A fé em Cristo e o conhecimento dele, levam ao crescimento espiritual e impulsionam os crentes a fazer diferença no mundo e a perseverar na fé até o fim (1Co 15.58).
O crescimento quantitativo de uma igreja, precisa ser precedido do crescimento qualitativo, resultado de uma semeadura provida de todos os cuidados necessários para que haja uma boa colheita (Mt 13:23). Os verdadeiros discípulos, são aqueles que recebem a Jesus, acreditam em suas palavras e permitem que ele seja importante em suas vidas. Estas pessoas dão frutos e transmitem as Boas Novas a outros também.
Paulo e Barnabé foram chamados à obra missionária e enviados pela igreja de Antioquia. As Escrituras do Novo Testamento não mostram que eles tenham sido enviados aos campos para realizarem trabalhos sociais ou políticos, servindo ao império romano e sim, para conduzir pessoas a Cristo (At 16.31; 20.21), livrá-las do poder de Satanás (At 26.18), levá-las a receber o Espírito Santo (At 19.6) e organizá-las em igrejas.
CONCLUSÃO
Como discípulo de Cristo e pregador do evangelho, o crente precisa estar seguro que além do evangelho não há esperança, não há remédio nem solução para o homem sem Deus. Ele nos deu o ministério da reconciliação e também pôs em nós a palavra da reconciliação, “de sorte que somos embaixadores da parte de Cristo […] (2 Co 5.20). Conscientizemos e saímos ao campo a batalhar em favor dos perdidos a fim de enchermos a mesa do Pai! Então, Mãos à obra!
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