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Vila Velha

A teologia de Bildade: Se há sofrimento, há pecado oculto?

O erro de Bildade foi posteriormente manifesto pelo próprio Deus e, em sentido pleno, na crucificação de Cristo

EM FOCO

Aniel Ventura
Aniel Ventura
Natural de Afonso Cláudio (ES), casado com Deuzeny Ribeiro, pai de Fellipe, Evangelista da Assembleia de Deus Ministério de Cobilândia, em Vale Encantado, Vila Velha (ES), Bacharel em Teologia pelo Instituto Daniel Berg.
A teologia de Bildade: Se há sofrimento, há pecado oculto?
Capa da Lição 7, do 4º trimestre de 2020 – A teologia de Bildade: Se há sofrimento, há pecado oculto? / CPAD

Escola Dominical – Comentário de apoio da Lição 7, do 4º trimestre de 2020 – A Teologia de Bildade: Se Há Sofrimento, Há Pecado Oculto?

Aniel Ventura

O argumento teológico de Bildade era basicamente o mesmo de Elifaz. Se realmente Jó fosse justo, então, seria justificado por Deus. Entretanto, segundo Bildade, isto não estava acontecendo, logo, ele estava em pecado. Ele argumentava também que Deus, sendo justo, não causaria aflições numa pessoa justa (Jó 8. 3,4,20).

O erro de Bildade foi posteriormente manifesto pelo próprio Deus e, em sentido pleno, na crucificação de Cristo, quando, Deus entregou seu próprio Filho ao sofrimento até a morte e morte de cruz (Jó 42.7,8; Mt 27.31-50; Fp 2.8).

I – O PECADO EM CONTRASTE COM O CARÁTER JUSTO E SANTO DE DEUS

A justiça é a santidade de Deus em ação, relativamente aos homens. Deus é justo (Rm 1.17; 10.3; Jo 17.25; SI 116.5; 2 Tm 4.8). Na sua justiça, Ele zela pelo cumprimento das suas leis e normas dadas aos homens. Por causa de sua santidade e verdade, Deus não pode revogar a sua própria Palavra, nem a sentença imposta aos transgressores, porque elas são imutáveis assim como ele o é. A retidão de Deus fundamenta-se na verdade pois, ele é a própria verdade. A verdade é a substância da sua Pessoa. Por isso ele é chamado “verdadeiro Deus” (1Jo 5. 20; Jo 17.3).

O nosso Deus tem personalidade, isto é, o conjunto das características cognitivas, afetivas, volitivas e físicas de um indivíduo, distinguindo-o de outro indivíduo e da vida animal. A Bíblia ensina sobre a “pessoa de Deus”. Retrata Jesus como “sendo o resplendor da sua glória e a expressa imagem da sua pessoa [pessoa de Deus” (Hb 1.3; Jó 13.8). Entretanto podemos nos relacionar com ele, conhecê-lo através de experiências pessoais com ele.

Jó conhecia a si mesmo, sabia que era pecador e que não se atrevia a enfrentar um juízo. Se dissermos que não temos pecados, enganamos a nós mesmos e afrontamos a Deus, porque pecamos ao dizer isso, e acusamos a Escritura de ser mentirosa (1Jo 1.8). Porém, Jó reflete sobre a bondade e justiça de Deus, ao dizer que a sua aflição era sem causa.

II – O PECADO VISTO COMO QUEBRA DA MORALIDADE TRADICIONAL

No tempo de Jesus existia uma tradição que permitia que uma pessoa consagrasse dinheiro ou propriedades para o uso exclusivo de Deus, mas ainda podendo ser usado pelo doador. Este juramento era vergonhosamente mal utilizado. Os fariseus tinham permitido que os homens consagrassem dinheiro ao Templo de Deus, dinheiro que poderia ser usado para o sustento dos pais (Mt 15.5,6). Um homem poderia simplesmente fazer o juramento de Corbã, dizendo que todo o seu dinheiro estava consagrado a Deus. Embora este ato – dedicar o dinheiro a Deus – parecesse digno e sem dúvida conferisse prestígio ao doador, estas pessoas estavam ignorando o mandamento claro de Deus sobre honrar os pais. Ainda pior, este era um juramento irrevogável. Se um filho viesse a decidir, mais tarde, que ele precisava ajudar seus pais, os fariseus não o permitiriam. Jesus disse corretamente que os fariseus invalidaram o mandamento de Deus, permitindo que a sua tradição violasse o quinto mandamento (MT 15.6). Nossa teologia tem funcionamentos bíblicos.

O homem de Uz, não nega merecer seus sofrimentos; porém, pensa que a justiça para ele é executada com rigor peculiar. Seu desalento, incredulidade e maus pensamentos acerca de Deus podem ser atribuídos a tentações internas por parte de Satanás, e à angústia de sua alma, submetida à sensação do desagrado de Deus, às suas provas externas, e aos vestígios de depravação.

Jó declara ter um Mediador, um Intermediário, isto é, o Filho de Deus, que adquiriu a paz com o seu sangue derramado na cruz do calvário e é capaz de salvar a todos os que vêm a ele (Jo 6.37; Tt 2.11). Se confiarmos nele, nossos pecados serão lançados no eterno esquecimento. Seremos lavados de toda imundície e seremos mais alvos que a neve, seremos vestidos com as vestes da justiça e da salvação, adornados com a graça do Espírito Santo, e apresentados irrepreensíveis diante da presença de Deus, com gozo supremo. Aprendamos a diferença entre a auto justificação, e a justificação pelo próprio Deus (Mq 7.19).

III – O PECADO EM CONTRASTE COM A MAJESTADE DE DEUS

Bildade mostra que o homem jamais pode justificar-se diante de Deus. Ele deixa o questionamento sobre a prosperidade dos ímpios e defende uma teoria deísta mostrando a infinita distância que há entre Deus e o homem, apresentando algumas verdades que são consideradas superficiais. A justiça e a santidade do homem, no melhor dos casos, não podem ser comparadas às de Deus (Sl 89.6). Segundo ele, “Deus é tão grande e glorioso, que como pode um ser como o homem culpável e impuro comparecer diante dele?” Se nascermos de novo da água e do Espírito, e continuamente sermos lavados no sangue de Cristo, nesta fonte aberta a todos os homens (Zc 13.1). Assim as riquezas de sua misericórdia e o poder da graça de Deus serão magnificadas por toda a eternidade, por todos os pecadores que ele redimir.

Por fim Jó ridiculariza a resposta de Bildade. Suas palavras eram uma mistura de irritação e preferência de si mesmo, pois, Deus está sempre presente. Deveria ter exposto a Jó as consolações do Todo-Poderoso e não terrores. Entretanto, Cristo sabe o que dizer ao cansado (Is 1.4); porém, seus ministros não deveriam agravar aos que Deus não tem entristecido. Muitas vezes nos decepcionamos com as expectativas em relação aos amigos que deveriam nos consolar; porém, o Consolador – o Espírito Santo – nunca erra e nem falha em seu objetivo (Rm 8.26).

CONCLUSÃO

Jó sempre esteve confiante de que Deus ainda cuidava da sua vida, além disso, sabia que nenhuma adversidade poderia impedir sua lealdade a Ele.

Jó vê seu sofrimento como uma prova de sua fé no Senhor e do seu amor por ele. Sua prova era como a de Abraão, quando lhe foi ordenado sacrificar seu filho Isaque (Gn 22), como a de Cristo que foi provado pelo sofrimento que suportou (Hb 5.8) e, por isso, ele é nosso padrão e exemplo (1 Pe 2.21); nós, como seus seguidores, devemos andar em seus passos (Hb 13.12,13).

A convicção firme de Jó, de que seria aprovado no teste e que nunca abandonaria o seu Senhor, baseava-se em: sua obediência fiel no passado, seu amor à Palavra de Deus e seu reverente temor a Deus (Jó 23. 13-15). Semelhantemente, o crente no NT deve manter a firme resolução de nunca se apartar da sua obediência a Deus; antes, temer as consequências da iniquidade e amar a Palavra de Deus mais do que o pão de cada dia (Sl 40.8; 119.11; ver Tg 1.21).

Bibliografia
– O Novo Comentário Bíblico A.T. Earl D. Radmacher, Ronald B. Allen e H
– Comentário Novo Testamento Aplicação pessoal – Vol 1 – CPAD
– Comentário Bíblico de Matthew Henry – CPAD
– Teologia Sistemática – Eurico Bergsten – CPAD
– Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

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