
A Santa Ceia é um memorial do nosso Senhor Jesus. O pão e o vinho não se transformam em sua carne e seu sangue, são elementos simbólicos. Nesta ordenança da Igreja importa o que ela de fato representa.
Mas, o que pode acontecer quando adotamos a superficialidade nas interpretações dos textos bíblicos?
O que pode acontecer quando desprezamos a teologia, e a hermenêutica e a exegese são ignoradas?
Tempos de plenitude dos achismos e da ignorância institucionalizada, onde as tradições sufocavam as Sagradas Escrituras.
Nos idos de 1950 a Assembleia de Deus de Abreu e Lima (PE) deixou de usar o cálice coletivo e passou a usar cálices individuais nos cultos de Santa Ceia.
A Assembleia de Deus em Abreu e Lima, por essa atitude, foi acusada de quebrar a tradição sueca do cálice comum, por parte da Assembleia de Deus em Recife (PE) que, pelo menos, até os anos 80 ainda seguia a liturgia deixada pelos suecos.
Eu mesmo cheguei a participar, na Assembleia de Deus em Recife, de uma dessas celebrações de Santa Ceia. Lembro que o cálice era repassado e o diácono tinha um lenço que usava para limpar a borda do cálice (não sei se ajudava, ou se piorava).
Os Ministérios de Madureira (RJ), e do Brás (SP) foram os últimos a abandonarem o cálice coletivo.
Mas, qual o porquê das Assembleias de Deus terem adotado o uso do cálice coletivo como parte da liturgia da Santa Ceia?
Observando o texto
“Recebendo um cálice, ele deu graças e disse: Tomem isto e partilhem uns com os outros. Pois eu lhes digo que não beberei outra vez do fruto da videira até que venha o Reino de Deus. Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: “Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim” (Lucas 22.17-19)
- Quais são os emblemas do corpo e do sangue de Jesus? – Pão e Vinho!
- Onde entra o cálice como figura?
- Percebe que o invólucro não é símbolo?
Se partirmos para essa equivocada premissa:
- a Ceia será celebrada por grupos de 13 pessoas;
- todos serão obreiros;
- o local será emprestado; e,
- a data será uma vez no ano.
Sem contar que, apesar do simbolismo, a igreja na época, de fato ceava e não apenas comia um pequeno pedaço de pão e tomava apenas um gole de vinho.
Se há algum erro na liturgia da nossa Santa Ceia, é usarmos suco de uva no lugar do vinho. Isso sim, deveria ser revisto!
Mas, voltando ao tema, não é só por conveniência e questão sanitária que se mudou a liturgia das celebrações da Santa Ceia nas Assembleias de Deus. O principal motivo é que a forma como era feita não tinha fundamento bíblico. Não se sustentava à luz da Bíblia.
Fonte: Memória das Assembleias de Deus
R.A
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