Subsidio da Lição 12: “O que precisamos saber sobre a Nuvem de Glória”
Por Enéias S. Ribeiro
Caros professores de Escola Dominical, estamos chegando à reta final de nossas lições bíblicas deste 2º trimestre de 2019. Esta 12ª lição, por assim dizer, pode ser resumida em três termos: “Deus”, “Nuvem” e “Glória”.
Confesso que os dois verbetes em questão são todos ricos em significações, ambos aparecem com frequência na Bíblia. Sua ocorrência na Bíblia é de aproximadamente 101 – sendo 82 no Antigo Testamento e 19 no Novo Testamento.
No plural, este termo aparece 62 vezes – sendo 54 no Antigo testamento e 8 no Novo Testamento.
Etimologia dos termos “Glória” e “Nuvem” nos dois Testamentos
– Etimologia do termo “Glória” no Antigo Testamento
A ideia de glória no Antigo Testamento pode ser vista de duas maneiras, primeiro em forma de substantivo (tip eret) que é igual a “gloria, beleza, ornamento, distinção e orgulho”; e, em segundo lugar em forma de verbo (pã ar) que é igual a “glorificar”.
Sabendo que a forma construtiva no que se refere à abrangência de significados é grande, farei, portanto apenas uma breve divisória sinteticamente distribuída dos dois termos.
a) Tip eret – explica as seguintes questões:
– Beleza, no sentido de realçar a aparência característica da pessoa – (Ex 28.2);
– Glória, em várias ocasiões;
– A dignidade de pessoas honradas;
– É usada para se referir a Deus em estado de gloria, honra, poder, majestade, imutabilidade, onipotência, onisciência, onipresença, onividência e eternidade;
b) Pã ar – aponta um ato de glorificação envolvendo o próprio Deus glorificando alguma pessoa (no sentido de honrá-la), e representa também alguém que presta glorificação a Deus reconhecendo o seu poderio como eterno Senhor de todas as coisas. É importante lembrar que este verbo passivo aparece aproximadamente 13 vezes no hebraico bíblico.
– Etimologia do termo “Glória” no Novo Testamento
No novo testamento temos dois substantivos e um adjetivo.
a) Os dois substantivos são:
– “Doxa” que é igual a “parecer ou opinião ou ainda a uma boa opinião”. Porém, seu significado aplicado aponta o seguinte: 1) a natureza, a gloria e os atos de Deus; 2) a eterna gloria de Jesus Cristo revelada em sua carne como homem, em seu ministério terreno, em sua ressurreição, em sua glorificação e em sua ascensão aos céus; referente ao futuro, este termo aponta “a volta de Jesus para a igreja; sua volta para Israel junto com a igreja; o milênio e ao perfeito estado eterno”; e,
– “Kleos” que é igual a “boa notícia fama e renome”. Etimologicamente este termo aponta o trabalho da glória de Deus através da lei, e o efeito da mesma glória através do trabalho do evangelho e da graça por meio de Jesus Cristo.
b) O adjetivo:
– “Endoxos”. Ele apresenta os seguintes sentidos: 1) mantido em honra; e, 2) esplêndido, glorioso.
– Etimologia do termo “Nuvem” no Antigo Testamento
– ‘Ãnãn que é igual a “nuvem, névoa, nuvem de tempestade e fumaça”. É importante compreender que esta definição está literalmente ausentada de qualquer sentido espiritual, (ou seja, este é o sentido natural e literal do termo nuvem).
As expressões secundárias referentes ao termo podem ser usadas figuradamente para representar “a presença de Deus, sua gloria, seu juízo sobre os maus, sua benção sobre os justos, seu poder sua direção para seu povo e sua proteção para com o mesmo povo”.
Os cognatos desta palavra aparecem no aramaico e no Árabe. Suas 87 ocorrências estão espalhadas ao longo do material bíblico.
– Etimologia do termo “Nuvem” no Novo Testamento
No grego temos os termos “nephos”, que é igual a “massa nebulosa e informe que cobre os céus; e o termo “nephele” que é igual a “nuvem definitivamente amoldada ou massas de nuvens que possuem forma definida”. Estes dois termos são usados além do sentido natural e físico para descrever:
a) A nuvem no monte da transfiguração – Mt 17.5;
b) A nuvem que cobria Israel no mar vermelho – 1 Co 10.1,2;
Nota final referente a nuvem e Jesus:
a) As nuvens vistas nas visões apocalípticas – Ap 1.7; 10.1; 11.12; 14.14-16;
b) Metaforicamente, os obreiros maus – 2 Pe 2.17.
Deus, a Glória, o Tabernáculo, a Nuvem, o Templo, Jesus e a Igreja
Os sete termos em apreço aparecem diretamente ligados com a nuvem bíblica do Antigo e do Novo testamento. Cada aplicação apresenta o seu sentido paralelo.
1) Deus e a Nuvem – na Bíblia, Deus se utilizou da nuvem para executar os seus feitos diante da nação de Israel.
2) A Glória de Deus – esta glória dava sentido a uma simples nuvem aparentemente sem sentido. Quando a gloria de Deus entrava na nuvem esta se transformava em avisa construção e destruição;
3) O Tabernáculo – este foi o recinto fechado onde Deus manifestou a sua gloria através de uma nuvem escolhida para um propósito especifico;
4) O Templo – deste a nuvem da glória de Deus saiu devido a corrupção do povo Ez 10.1-22;
5) Jesus – este foi o responsável em trazer de volta a nuvem da gloria que havia saída a mais de dois mil anos passados de dentro do templo.
6) Igreja – esta, assim como a nação antiga de Israel, ficou na responsabilidade de ser condutora da nuvem da graça divina.
Nota sobre Jesus e a nuvem
a) Nuvem no monte da transfiguração – Mt 17.5;
b) Nuvem em sua ascensão – At 1.9;
c) Ele está envolto numa nuvem – Ap 10.1;
d) Ele está assentado sobre uma nuvem branca – Ap 14.14-16;
e) Ele virá numa nuvem de glória – Lc 21.17.
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Para refletir: “Os sinceros gritam por uma boa educação, mas os corruptos tentam amordaçá-la” (Enéias S. Ribeiro).
Bibliografia
Dicionário Vine – W.E. Vine
Os segredos do tabernáculo de Moises – Kevin J. Conner
Concordância exaustiva Joshua – Oséias Gomes de Oliveira