É importante que os pais tenham total consciência de que são modelos e que os filhos precisam de atenção.
Janaína Spolidorio
Um grande desafio que muitas famílias têm enfrentado é a comunicação. Com tantos recursos tecnológicos, muitas vezes nos distraímos tanto, que acabamos esquecendo de conversar com nossos filhos.
O que também esquecemos, contudo, é que as crianças estão aprendendo a ser pessoas. Elas estão vivenciando o ambiente familiar e o utilizam como exemplo para conviver em outros lugares e as relações que têm com as pessoas de sua casa são refletidas nesses locais.
Se uma criança vivencia um ambiente sem conversa, irá tender a fazer as coisas com maior egocentrismo, porque não saberá lidar com as situações sociais. Se a criança vivencia gritos e brigas constantes, irá refletir este comportamento para resolver seus problemas e dúvidas em outros lugares também.
Por esse motivo é importante que os pais tenham total consciência de que são modelos e que os filhos precisam de atenção. Ainda mais que atenção, necessitam de constante orientação. Com tantos estímulos externos, fica fácil a criança não perceber limites e achar que o que vê em vídeos no YouTube ou outras crianças lhe dizem é verdade absoluta e começam a ter comportamentos nocivos.
A comunicação familiar deve ocorrer sempre, desde quando a criança é bem pequena até sua adolescência. A orientação deve ser constante e os pais devem aproveitar inclusive fatos de notícias para dar exemplos bons e ruins de comportamento. Comentar e conversar sobre ocorrências ajuda a construir parâmetros de sociabilidade e limites, prevenindo que a criança se coloque em perigo ou em situações desagradáveis.
Para melhorar a comunicação com seu filho, você pode:
Abrir mais o espaço de conversas em sua casa
Não se trata de forçar uma comunicação. Pergunte com maior frequência o que a criança fez na escola, se interesse pelas amizades do seu filho, faça questionamentos sobre o que ele pensa sobre um determinado assunto. É essencial que a criança sinta que pode conversar abertamente com os pais e que tenha total confiança neste diálogo.
Escute com atenção
Não adianta ouvir sem prestar atenção. Quando seu filho estiver falando com você, escute atentamente e dê opiniões, estenda o assunto. A criança precisa se sentir ouvida, aumentando assim o laço com seus pais e tendo a certeza de que sempre que precisar poderá contar com eles.
Evite perguntas de resposta sim ou não
Contribuir para o monossilabismo é prejudicial em qualquer comunicação. Em lugar de perguntar “Foi tudo bem na escola?”, pergunte “Como foi na escola? O que vocês fizeram de interessante?” Quanto mais estimular a conversa, maior será a fluidez de comunicação na família.
Evite o excesso de uso de aparelhos eletrônicos
Não é difícil encontrarmos nas ruas, nos restaurantes, em salas de espera, famílias inteiras com um celular na mão, totalmente mudas, só de corpo presente. É um exemplo falido de comunicação familiar. O exemplo que os filhos têm é a dependência dos pais ao celular e é exatamente o que reproduzem. Para essas crianças se torna normal não se comunicar, o que será extremamente prejudicial em outras relações. Encontre momentos em que os aparelhos fiquem de lado e que você possa dar atenção humana à criança, ela precisa de você mais do que precisa do celular.