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Marco Feliciano – de engraxate a um dos deputados federais mais votados

EM FOCO

Paulo Pontes
Paulo Ponteshttps://www.searanews.com.br
Fundador e CEO da Seara News Comunicação, jornalista, cidadão vilavelhense, natural de Magé (RJ), pastor, teólogo (Teologia Pastoral e Catequética), presidente do Diretório da SBB-ES, autor do livro Você Tem Valor.

“Um homem popular com milhares de seguidores, de posições firmes, intransigente defensor dos valores da família”

Marco Feliciano - de engraxate a um dos deputados federais mais votados
Pr. Marco Feliciano em seu gabinete no Congresso Nacional em Brasília – DF

Por Paulo Pontes

No programa Conexão Repórter do SBT, exibido no final da noite deste domingo (3), o jornalista Roberto Cabrini revela detalhes da vida de Marco Feliciano, a quem classifica como uma das figuras mais polêmicas da vida pública brasileira, que é pastor evangélico, deputado federal pelo PSC-SP, e já presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Um homem popular com milhares de seguidores, de posições firmes, intransigente defensor dos valores da família. Alguém que fala sempre o que pensa, e que por isso já enfrentou situações críticas. Foi chamado de racista, de homofóbico, de misógino, e é notícia por onde passa.

Feliciano falou sobre sua vida, com uma infância de preconceito e superações. De engraxate a um dos deputados federais mais votados em São Paulo. Sonha alto, sonha em ser presidente da república, um sonho que está em construção.

Marco Feliciano conta que foi coroinha na Igreja Católica de sua cidade, pensou em ser padre, leu a Bíblia toda com 9 anos de idade, foi professor de catecismo. Deixou o catolicismo e ainda adolescente começou a pregar em templos evangélicos. Em 2008 tornou-se líder da Catedral do Avivamento – Assembleia de Deus, que hoje conta com 14 congregações, 9 pastores, e aproximadamente 3 mil membros, em São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Disse que não tem plano de tornar a igreja numa mega-igreja, mas orgulha-se de ser assembleiano e não se vê em outro movimento. “A Assembleia de Deus pra mim é uma Igreja completa, tem louvor, tem palavra, tem respeito”, disse.

Se tornar um parlamentar não fazia parte dos seus planos. Em 2005 o pastor Marco Feliciano, diante de convites à política, respondeu: “Eu não me rebaixo. Nada contra… É que Deus me colocou numa estatura mais elevada”. Agora, sendo político, justifica: “O que aproximou o pastor Marco Feliciano da política foi a fé, a família e um meia culpa. Meia culpa porque alguns anos atrás eu pregava contra política na igreja. …Como formador de opinião, levei uma geração inteira a odiar a política”.

Sua rotina, como deputado federal, em Brasília começa na terça-feira; os finais de semana ele divide com a família e os compromissos relacionados à igreja.

Roberto Cabrini inicia o programa descrevendo Feliciano como uma pessoa que se orgulha em ser “um defensor de ideias conservadoras”.

Marco Feliciano - de engraxate a um dos deputados federais mais votados
Pr. Marco Feliciano. Deputado Federal (PSC-SP), e Roberto Cabrini, Jornalista (Conexão Repórter – SBT)

Frases Polêmicas

Ao ser questionado sobre a frase: “católicos adoram a satanás”, o pastor Marco Feliciano disse: “Atribuíram a mim, mas eu não me lembro nunca de ter dito isso. Tudo o que foi feito comigo tem mais de 22, 23 anos, quando o mundo era outro. Há 20, 22 anos atrás, o padre ia para púlpito da igreja dele e falava que os evangélicos adoravam o diabo, eram heréticos”. Afirmou não se lembrar disso, mas admitiu que fosse contra o catolicismo. “Eu pensava contra o catolicismo, porque eu fui católico e deixei o catolicismo”, disse.

Sobre as divergências, Feliciano destacou: “Havia uma divergência, havia uma briga natural. Só que o tempo passou. Hoje os católicos e nós evangélicos estamos unidos nessa luta pela conservação da família”.

Segundo o jornalista, como deputado o pastor foi acusado por muitos de ser fascista e racista. Em resposta, Feliciano esclareceu uma polêmica surgiu após uma pregação onde diz que o continente africano existe hoje sob a maldição patriarcal lançada pela boca de Noé.

Acusação de homofobia

Feliciano se sente injustiçado pela “fama” de homofóbico. “É difícil. Ver a minha mãezinha, dona Lúcia, uma mulher que mal sabe ler e escrever, andar na rua e as pessoas falarem para ela: ‘nossa, seu filho é um monstro’, e ela, que não sabe ler e nem escrever, falar para as pessoas que o filho dela não é nada daquilo, que ela educou o filho para ser uma pessoa boa. Eu nunca promovi o ódio, nunca xinguei ninguém, bati em ninguém, nunca falei palavrão contra ninguém”. Cabrini observou lágrimas nos olhos do pastor, que disse: “Eu sou um ser humano, Cabrini, machuca, é ruim…”.

Casamento homossexual

“Eu não sou a favor da união civil de duas pessoas. Porque a união civil vai dar a essas pessoas o direito de adotar crianças, e a adoção das crianças, para mim, fere as próprias crianças. A Constituição, no artigo 226, é clara, ela diz que casamento é entre homem e mulher. A Constituição não foi alterada. Então essa… não é discriminação. O constituinte, da década de 80, ele compreendeu assim”. Questionado se o mundo não mudou, respondeu: “Vamos para o debate!” Feliciano afirmou não ser intransigente em relação a isso. Não aceita o casamento entre homossexuais, mas aceita ouvi-los.

“Um homem destemido, que diz o que pensa e paga um preço caro por isso”.

Como presidente da Comissão de Diretos Humanos da Câmara, Feliciano se tornou alvo de protestos, inclusive por defender a chamada “cura gay” que dá autorização para que psicólogos ofereçam tratamento para reverter a homossexualidade. Durante um voo de Brasília para São Paulo, um grupo de jovens esperou a aeronave decolar, e provocaram parlamentar. O grupo cantou a música “Robocop Gay”, dos Mamonas Assassinas, para o deputado federal, que não reagiu. Os jovens passaram a mão na cabeça dele, continuaram cantando e dançando. Depois, sentados em seus lugares, os jovens cantavam: “Feliciano, pode esperar, a sua hora vai chegar” e em seguida outros diziam: “Você não me representa”, “minha família me aceita”.

“Os passageiros me defenderam, o piloto ameaçou retornar para Brasília. Sofri xingamentos o voo todo. Havia crianças no voo, família…”, disse o deputado.

Um assessor do deputado que também estava no avião disse que, em solo, agentes federais pediram para que o parlamentar identificasse “os arruaceiros”, mas que Feliciano não prestou queixa e eles foram liberados.

“Queriam que eu reagisse. Me chamaram de gay enrustido. Eu deveria ter falado… Não falei porque é do meu temperamento. Quer dizer que eles podem chamar uma pessoa de gay. Uma pessoa que não é, se chamar eles de gays, vai presa. São coisas que não dá para entender”, contou Feliciano.

Diferença entre Clodovil e Jean Wyllys

Roberto Cabrini lembrou que no Congresso Nacional os gays sempre foram pouco representados, historicamente apenas dois homossexuais, sendo Clodovil e Jean Wyllys. A pergunta foi: Qual a diferença entre eles?

“Gigantesca, Cabrini. Porque, não tive oportunidade de conviver com o Clodovil [na Câmara dos Deputados], mas eu tive acesso aos vídeos, discursos, projetos de Clodovil. São água e vinho. Os dois são gays. Qual a diferença? Jean Wyllys é um ativista. Clodovil era um ser humano. Quando questionaram Clodovil: ‘o que você acha do casamento gay?’ – ele disse assim: ‘Não preciso de casamento gay…’. Já Jean Wyllys diz que todo mundo que é contra o casamento gay é homofóbico”.

Cura Gay

Marco Feliciano defende a opinião de que a pessoa se torna homossexual. É um fenômeno comportamental. Explicou que nunca houve cura para gay porque não se trada de doença. Homossexualidade não é doença, é um fenômeno de comportamento, que precisa ser estudado, disse.

As opiniões são contundentes, e chocam. Feliciano considera o ato homossexual um ato imoral. “Os homossexuais não reconhecem que estão errados e nem veem a homossexualidade como um pecado, mas a Bíblia mostra isso”, disse.

Disse também que estudou o fenômeno homossexual. De 100 pessoas que entrevistou 90 sofreram abuso sexual no passado.

Nenhuma pessoa pode ser julgada pela sua orientação sexual, nem pela cor da sua pele, nem pela opção de vida que ela fez. Nada disso. O ser humano tem que ser respeitado. É uma premissa cristã. Você tem que amar ao próximo como a si mesmo. Agora, amar ao próximo como a si mesmo não significa que é sou obrigado a aceitar”, disse Feliciano aos ser questionado se uma pessoa pode ser julgada de acordo com a sua orientação sexual.

Opiniões polêmicas

Sobre o grupo Mamonas Assassinas, Feliciano respondeu: “De Deus não se zomba! Eu vi um monte de crianças do nosso país falando palavrões, e a Bíblia Sagrada diz, da boca do próprio Cristo: ‘da boca da criança sai o perfeito louvor’. Nossas crianças tem que ser protegidas por quem quer que seja, e todos devem protege-las”.

Sobre Caetano Veloso, disse que o cantor fez sucesso graças à sua própria crença; que respeita a religião de todas as pessoas, e respeita a opinião dele [Caetano].

Sobre John Lennon, disse o cantor foi castigado pela própria arrogância.

Religião e Política

Com o apoio dos evangélicos e demais eleitores que Feliciano conquistou, uma multidão que grita: “Feliciano me representa”. No Brasil, cerca de 40 milhões de evangélicos conhecem o pastor deputado diretamente: “Se não tenho o amor de todos tenho a admiração deles. Hoje um sem números de católicos, de pessoas conservadoras que aprenderam a me ouvir e foram conhecer um pouco do Marco Feliciano”, comentou.

O que o Brasil precisa saber sobre Direitos Humanos

“O Brasil tem quem entender que os Direitos Humanos têm que ser para todos, que existe uma falácia quando falam sobre esse número de violência exacerbado contra os homossexuais. Existe violência sim. Eu assisti um programa seu, você mostrou isso. Eu fiquei transtornado quando vi aqueles meninos dizerem que ‘gays têm que morrer’. Não existe isso. Violência tem que ser extirpada do nosso país.

Feliciano vê os grupos que pregam violência contra os homossexuais como criminosos, que devem estar atrás das grades. “Nenhum animal irracional deve sofrer qualquer tipo de violência, imagine um ser humano, que é a imagem e semelhança do Criador”, disse.

Família

Marco Feliciano sempre defendeu a família. E quando está em casa faz de tudo para se dedicar à esposa e às filhas, porque para ele, família é o porto seguro do ser humano, e por experiência própria, sabe a importância de a família permanecer unida, mesmo em tempo de escassez se encontra força para produzir e investir nos sonhos. “Família para mim, é tudo. A Bíblia começa com a formação de uma família no Gênesis, e termina em Apocalipse com um casamento, entre Cristo e a Igreja”.

Marco Feliciano - de engraxate a um dos deputados federais mais votados
Marco Feliciano e família, em um momento da entrevista

Presidência da República

Hoje está mais favorável para o Brasil ter um presidente evangélico, considerando os números. O país foi estabelecido à beira de uma cruz, tem estados e cidades com nomes cristãos. E o crescimento dos evangélicos no Brasil vai até o arrebatamento da igreja – “A Igreja vai fazer história nesse país. Dentro de 10 anos o IBGE diz que vamos ser mais da metade do país. Hoje nós já somos cerca de 40 milhões”.

Roberto Cabrini encerra o programa com as seguintes palavras a respeito de Marco Feliciano: “E assim, ele segue seu caminho. Discutindo sempre, ignorado jamais”.

Assista a íntegra da entrevista do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) ao Conexão Repórter:

[youtube width=”620″ height=”349″]https://www.youtube.com/watch?v=C2sLacAv_r8[/youtube]

Nota do editor
Particularmente, parabenizo ao jornalista Roberto Cabrini, pelo profissionalismo e imparcialidade mostrando o trabalho de um evangélico. Entre as emissoras de TV, o SBT se destaca incluindo evangélicos em sua programação. Ao pastor Marco Feliciano, Deputado Federal que realmente é um dos representantes dos evangélicos, na Câmara Federal, por tornar público um pouco da sua vida, atendendo, com suas respostas, às expectativas dos 40 milhões de evangélicos brasileiros.

Fonte: Conexão Reporter/SBT
Fotos: Extraídas do vídeo

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