O Estado islâmico publicou um vídeo no domingo ameaçando os cristãos egípcios e mostrando a última declaração de um homem que disse ser responsável pelo bombardeio mortal em dezembro de uma catedral copta no Cairo.
O homem mascarado, vestido para batalha, que o grupo identificou como Abu Abdallah al-Masri, é visto incentivando os militantes de todo o mundo a não desistir e prometer aos islâmicos presos no Egito, que eles serão libertados em breve, quando o grupo “libertar” o Cairo.
O presidente Abdel Fattah al-Sisi já havia identificado o terrorista como um estudante de 22 anos chamado Mahmoud Shafik, e acredita-se que Abu Abdallah al-Masri seja o nome que ele adotou. “Ele havia sido detido por dois meses em 2014 antes de se juntar a uma célula do Estado islâmico no Sinai”, disse o governo.
“Por fim, a meus irmãos em cativeiro: alegrem-se, confiem, não hesitem, e nem lamentem, juro por Deus que em breve liberaremos o Cairo e os libertaremos do cativeiro. Nós chegaremos com explosivos, juro que vamos, por isso, alegrem-se, confiem”, disse ele no vídeo.
Pelo menos 28 pessoas, principalmente mulheres e crianças, foram mortas em dezembro, quando uma bomba explodiu em uma capela adjacente à Catedral de São Marcos, a sede do papado copta.
Os coptas ortodoxos, que representam cerca de 10% dos 90 milhões de pessoas do Egito, são a maior comunidade cristã do Oriente Médio.
O Estado islâmico assumiu a responsabilidade pelo bombardeio, seu ataque mais mortal no Egito, fora da Península do Sinai, onde vem operando uma insurgência desde 2013.
O ataque no Cairo, aliado ao uso de um novo logotipo do “Estado Islâmico no Egito” em oposição à “Província do Sinai”, sugere uma expansão das operações para o resto do país.
O governo egípcio disse em dezembro que Abu Abdallah al-Masri apoiou o movimento islâmico da Irmandade Muçulmana. Mas a Irmandade condenou o ataque e acusou o governo de Abdel Fattah al-Sisi de não proteger a igreja.
Abdel Fattah al-Sisi assumiu o poder em 2013, depôs o presidente da irmandade, Mohamed Mursi, e desde então proibiu o grupo como parte de uma repressão em que centenas de islamistas foram mortos e milhares presos.
A Irmandade diz que é um movimento pacífico, mas que se dividiu em asas rivais, e alguns antigos partidários formaram grupos dissidentes que realizam ataques contra a polícia e funcionários judiciais.
Desiludidos pelo flerte infeliz com a democracia, alguns partidários mais jovens da Irmandade foram para lutar na Síria ou se juntaram ao braço local do Estado Islâmico, que desde 2013 matou centenas de soldados e policiais no Sinai.
Tradução: Seara News Editorial
Texto original/Fonte: Charisma News
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