De acordo com a bíblia, a mentira é um pecado.
O nono mandamento da lei de Moisés, condena um tipo específico de mentira: o falso testemunho, pois ele pode desvirtuar a justiça, causando prejuízos e destruindo vidas.
A mentira é um pecado geralmente usado para cobrir outros pecados. Como está escrito:
“Porquanto dizeis: Fizemos aliança com a morte, e com o inferno fizemos acordo; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós, porque pusemos a mentira por nosso refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos” (Is.28.15).
O problema é que esse refúgio não oferece segurança permanente. Sabemos que “a mentira tem pernas curtas” pois, mais difícil do que mentir é sustentar uma mentira. O primeiro engano cria a necessidade de uma série de artifícios para sustentá-lo, uma rede de ações e invenções que dá muito trabalho, mas acaba ruindo como um castelo de areia.
“A saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo. E a vossa aliança com a morte se anulará; e o vosso acordo com o inferno não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, então sereis por ele pisados” (Is.28.17-18).
Então, a mentira dará lugar a duras consequências. Salomão escreveu: “Suave é ao homem o pão da mentira, mas depois a sua boca se encherá de cascalho” (Pv.20.17).
A palavra de Deus nos ensina a sermos verdadeiros, mas vivemos numa cultura onde os valores são invertidos. Algo semelhante já acontecia nos tempos bíblicos, como está escrito:
“Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira?” (Salmo 4.2).
“Tu amas mais o mal do que o bem, e a mentira mais do que o falar a retidão” (Salmo 52.3).
A mentira é, muitas vezes, confortável e agradável. A verdade pode ser dolorosa. Como versa o ditado: “me engana que eu gosto” ou “mente pra mim, me ajuda a viver”.
Por isso, a verdade é rejeitada, conforme escreveu o profeta:
“Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar” (Is.59.14).
Precisamos nos lembrar de que Satanás é o pai da mentira, ou seja, ela é invenção dele (joão 8.44).
Ele é mentiroso desde o princípio e nunca se firmou na verdade. Entretanto, ele pode falar verdades e fala, quando lhe convém. Ele usa a verdade para o mal e é, nesses momento, que o inimigo se torna mais perigoso.
Hoje em dia, ouvimos frases perigosas, verdadeiras, e que podem nos destruir: “Você merece ser feliz”. “Igreja não salva”; “A bíblia foi escrita por homens”; “Você tem que realizar os seus sonhos”. Verdades mal colocadas podem ser mais perigosas do que a mentira.
O inimigo pode até falar verdades, mas Jesus é a verdade personificada. Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14.6).
Pilatos perguntou a Cristo: “O que é a verdade?” (mas não esperou a resposta) (João 18.38). Sua pergunta foi uma evasiva filosófica. O questionamento de conceitos tem sido um modo de fuga muito utilizado na atualidade. Se um princípio cristão combate determinado pecado, então utiliza-se de subterfúgios filosóficos, etimológicos e humanistas para se escapar dos preceitos divinos. Não façamos tal coisa.
Se dissermos que nunca mentimos, estaremos mentindo mais uma vez. Entretanto, o Senhor nos perdoa e nos ensina:
“Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros” (Ef.4.25).
Muitas mentiras são ditas todos os dias, mas não podemos pensar que isto seja algo normal. Brincar com a mentira é tão perigoso quanto brincar com fogo. Está escrito:
“Como o louco que lança de si flechas, e mortandades, assim é o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira” (Pv. 28.18-19).
“Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas. Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Apocalipse 22.15).
Pr. Anísio Renato de Andrade
Analista de Sistemas, bacharel em Teologia, pós-graduado em Gerência de Tecnologia da Informação, pastor auxiliar na Igreja Batista Getsêmani, Missão Buritis/BH, professor de hermenêutica, homilética e análise do NT na Escola Teológica Koinonia; ex-professor do Seminário Batista do Estado de Minas Gerais – SEBEMGE, e do Seminário Teológico Evangélico do Brasil – STEB.
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