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A liturgia da igreja e o culto coletivo

EM FOCO

Silvio Costa
Silvio Costa
Silvio mora na belíssima cidade de Guarapari no ES; estudou teologia no Seminário SEET e SEIFA, é professor de matérias teológicas na FATEG, membro do conselho editorial da revista Seara News. Também contribui como colunista em outros portais evangélicos do país, além de palestrante em escolas bíblicas e conferências teológicas. Mantém também o blog Cristão Capixaba.

A função da liturgia contemporânea frente a adoração coletiva conduzidas pela igreja segundo a Bíblia.

Por Silvio Costa | Seara News

Culto traduz-se uma palavra grega (latreia) que aparece cinco vezes no Novo Testamento. Na Almeida Revista e Atualizada 2ª Edição, é traduzida “culto” em João 16:2; Romanos 9:4 e 12:1 e “serviço(s) sagrado(s)” em Hebreus 9:1 e 6. Significa serviço. Pode ser o serviço de obediência a Deus em geral, ou pode se referir, como nas duas citações em Hebreus 9, aos atos específicos de louvor dirigidos a Deus. A palavra “culto”, como conhecemos em português é originária do latim, significando adoração, devoção, homenagem ao soberano e supremo Deus.

Depreendemos pela definição do termo culto que convencionalmente deve existir um propósito de gratidão e exaltação (Sl 103. 1-5; 116.12-14; 1 Pe 2.5); uma postura de espiritualidade, sinceridade e pureza (Jo 4.23-24; Rm 12.1; Mq 6.6-8) e um ambiente de reverência, concentração e harmonia (Ec 5.1; Mt 5.23-24) para que o homem preste culto a Deus.

Ao longo da história da igreja houve organizações e discussões em torno da forma e composição do culto que a cristandade deveria oferecer a Deus e apresentar essa razão aos homens – por este prisma a liturgia teria uma função devocional e evangelística. Deste modo houve elaboração de cerimônias, criação de rituais e maneiras de conduzir e apresentar o culto.  Essa roupagem externa do culto público configurou e denominou-se liturgia.

O culto religioso de sua igreja pode não ser o seu culto em forma litúrgica; mas um culto oferecido pela igreja local que reverencia a Deus deve complementar nossa adoração individual, pois só na igreja é possível desfrutar da comunhão dos santos e desenvolver-se como membro do corpo de Cristo (Mt 18.20; At 4.31; Ef 5.19; Cl 3.16). Os principais elementos que devem compor a adoração (não estou me referindo a formas de adoração) coletiva da igreja local são: 1º) devoção (Sl 116.17); 2º) decência e ordem (1 Co 14.37-40); 3º) edificação do corpo de Cristo (1 Co 14.26). O culto espiritual que a igreja oferece à Deus é transcendental e ao mesmo tempo experimental. O Grande Deus é adorado pelos homens e as pessoas são agraciadas com toda a sorte de bençãos de Sua bondade e misericórdia!

A liturgia é considerada por várias denominações cristãs, como um ofício ou serviço indispensável e obrigatório. Isto porque estas Igrejas cristãs prestam essencialmente o seu culto de adoração a Deus através da liturgia. Para elas, a liturgia tornou-se, em suma, no seu culto oficial e público. Particularmente concordo que todo culto oficial de uma igreja carece de uma liturgia – mas adoração é outro capítulo do qual liturgia será apenas um detalhe, pois há outros elementos de mais intimidade que terão mais peso.

A liturgia não presta culto, apenas organiza sua condução visível e racional. É um erro sacralizar a liturgia; tem gente que vai ao culto, mas que não presta culto – porque culto não é simplesmente ir à igreja e muito menos participar apenas da celebração. Mesmo assim, a liturgia por mais informal e descontinuada que seja; ou por mais organizada e bem elaborada que se apresente – sempre vai existir; precisamos dela enquanto igreja local nas nossas reuniões regulares.

É verdade que o culto em essência não é propriedade de uma denominação e seus sistemas litúrgicos. Antes, o culto deve ser a expressão de vida e razão de existir da própria igreja (composta obviamente por seus integrantes locais: 1 Co 1.2) – pelo menos é o que a eclesiologia ensina.

Poucas igrejas pentecostais e neo-pentecostais adotam um modelo; uma condução fixa da ordem e da composição de seus cultos de adoração (cântico, oração, testemunho, oferta, pregação). O espontâneo às vezes ganha força nessas reuniões. Alegam que a liturgia gera rotina e que a prévia programação de um culto restringe a ação do Espírito por ficarem os dirigentes subordinados a um roteiro de ações de direção daquela reunião.

Acredito que nem uma liturgia histórica e ritualística e nem um culto público com arranjos de espontaneidade em seus extremos são boas. Equilíbrio é a palavra chave que deveria regulamentar muitas coisas da vida cristã e da eclesiástica. Já que liturgia se faz necessária em nossas reuniões de culto; então que seja ela espiritual, ordeira, descente e edificante em seus propósitos (1 Pe 3.18); já que a essência do culto depende das pessoas que se dizem igreja.


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